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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Por terras da Eslávia do Sul: Eslovénia-XVII



Depois da Croácia, a Eslovénia, um país com uma superfície de 21.000 quilómetros quadrados e uma população um pouco aquém dos 2,1 milhões de habitantes, católicos, língua oficial, esloveno. Com fronteiras com a Itália, Áustria, Croácia e Hungria, e sem fronteira com a Sérvia, conseguiu escapar sem grandes danos ao conflito que pôs termo à ex-Jugoslávia.
Aliás, para além de estar ligada à Europa dita Ocidental pelas fronteiras norte (Áustria) e oeste (Itália), a Eslovénia, poupada ao domínio otomano, sempre culturalmente fez parte do mundo ocidental, integrando nomeadamente o Império de Habsburgo e, depois, o Áustro-Húngaro. Herança alemã e austríaca com influência na organização económica e no modo de ser, de estar e de viver dos eslovenos e que os diferencia dos vizinhos croatas, com hábitos muito mais próximos dos países do sul, como a Itália. A Eslovénia entrou na EU em 2004 e tem o euro por moeda. Sendo uma pequena economia - o PIB esloveno anda pelos 40 mil milhões de euros, um quarto do PIB português (Croácia, 50 milhões)-desde essa altura incrementou o seu desenvolvimento, atingindo um PIB per capita um pouco acima de 18.500 euros (Croácia (10.800 euros), ultrapassando Portugal (15.700 euros). Prova de maturidade e de inteligência está no facto de esse crescimento se fazer no respeito pela estabilidade das finanças públicas, com os défices bastante abaixo dos 3% e a dívida pública a decrescer de um máximo de 27,5% há uns anos para 22,5% em 2008, últimos dados a que acedi. Mais uma prova de que crescimento sustentável não se faz através da despesa pública e dos défices, mas de políticas públicas consistentes que preservam o equilíbrio orçamental.
Na bandeira eslovena, o brasão de armas com três cabeços, representação estilizada do Monte Trigav, nos Alpes Julianos, o mais alto da Eslovénia e cujas 3 cabeças constituem símbolo do país.

5 comentários:

Tonibler disse...

Pobre país, 22,5%...

Tavares Moreira disse...

Caro Pinho Cardão,

Antes de entrar na Eslovénia, aqui vai uma muito especial saudação para o extraordinário travel reporter em que o meu Amigo está convertido!
Numa mistura de pitoresco e de história profunda, os relatos que aqui nos trouxe da viagem à Croácia são de uma riqueza formidável, enchem-nos de apetite para uma deslocação a tais paragens!
E aqui reside o único "senão" deste espantoso trabalho de reportagem: o de poder contribuir para reduzir o superavit da sub-rubrica "Viagens e turismo" da balança de pagamentos, numa altura tão crítica para o objectivo tão importante como impossível de redução do endividamento externo do País...
Notável, absolutamente notável, mesmo com esse "senão"...

Pinho Cardão disse...

Caro Tonibler:

Pois é, 22,5%!...Isso é lá dívida que se tenha? E orçamentos equilibrados... Isso é lá coisa que se faça?
E então ter ultrapassado Portugal que adoptou as melhores políticas keynesianeiras, então isso é que é verdadeiramente inadmissível!...

Caro Tavares Moreira:
Falhado completamente como economista, que há muitos anos diz que isto só lá iria com menos impostos, menos despesa, menos défice, melhor trabalho, melhor organização, melhor Estado e consequentemente maior produtividade, maiores salários, maior crescimento, desvanecidíssimo fiquei ao ser apelidado pelo meu amigo de travel reporter, e logo extraordinário...
Mais uma bondade do meu amigo em não me apodar de meramente ordinário nessa "nova" actividade!...
Até por isso e também por isso, muito agradecido!...

Suzana Toscano disse...

Caro Pinho cardão, ao menos que as suas incursões turísticas e culturais - a bem de todos os que o lêem - lhe carreguem as beterias para não desistir de encontrar soluções para este cantinho, talvez que o exemplo dos outros o anime :)

Pinho Cardão disse...

É verdade, cara Suzana. Estas viagens confirmam na prática o que sempre pensei. Quando a "ciência económica" não é violentada em nome das ideologias e se torna na coisa simples que é, com meia dúzia de regras elementares e que são obedecidas, a economia cresce. Quando os grandes teóricos querem impor ideias académicas nascidas no mundo virtual em que se movimentam, é o desastre económico. Mas estes gurus são os "grandes2 economistas.