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domingo, 5 de maio de 2013

A contribuição da discórdia...


O suspense está desvendado. Paulo Portas é contra a TSU sobre as pensões, designada por “contribuição de sustentabilidade”. Afirmou que “O primeiro-ministro sabe e creio ter compreendido. Esta é a fronteira que não posso deixar passar”.
O governo comprometeu-se a encontrar poupanças em outras rubricas da despesa pública para reduzir o nível de poupança proveniente da aplicação desta medida, estimada em 436 milhões de euros/ano.
Qual a razão, então, para o anúncio da TSU sobre as pensões, sabendo o governo à partida da oposição não conformada de Paulo Portas e do impacto perturbador que esta medida causaria nos pensionistas e junto de diversos quadrantes políticos e sociais? 

19 comentários:

Bartolomeu disse...

Este rapaz sabe-a toda!
Não podia de maneira nenhuma defraudar o grosso do seu eleitorado.
O que, diga-se de passagem, até nem está nada mal visto, dado o aumento da esperança de vida (estatísticamente falando, evidentemente)não convém nada aumentar muito a idade para a reforma, nem as taxas sobre as pensões. Quanto mais idosos houver, mais votos terá Paulo Portas garantidos.

Pinho Cardão disse...

Cara Margarida:
Também me interroguei sobre isso e não encontrei resposta lógica.

Caro Bartolomeu.
Independentemente da motivação, o que é importante é saber se PP tem razão ou não quanto à dita "TSU" ou Taxa de Solidariedade ou quer que o valha, o nome pouco interessa. E acontece que tem. Na minha opinião, claro está.

Tavares Moreira disse...

Cara Margarida,

Qualquer dia as pensões em Portugal assemelham-se a um touro bravo na parte final de uma lide a cavalo: já nem têm espaço para lhe cravarem mais farpas, coitadas!
Tristes e ensanguentadas, anseiam o momento de recolherem aos curros, para sofrido repouso!

Luis Moreira disse...

Foi uma jogada política magistral. nunca houve taxa sobre os pensionistas:http://bandalargablogue.blogs.sapo.pt/349716.html

Pinho Cardão disse...

Caro Luís Moreira:
Nunca houve? De facto, nunca. Mas em 2013, há. A Contribuição Extraordinária de Solidariedade é uma abstracção? Só não se chama taxa ou imposto. Mas é uma e outra coisa, ou uma ou outra coisa, como se quiser.

Henrique Pereira dos Santos disse...

A mim parece-me muito claro: porque algumas das medidas anunciadas pelo primeiro ministro são de difícil execução e de resultados muito incertos, portanto é preciso haver plano B, para o caso de haver falhanço em relação aos objectivos. E se for necessário aplicar a medida, o PM está salvaguardado: não havia mesmo alternativa. Ao mesmo tempo põe pressão para a execução de medidas, as previstas ou outras, para que não seja preciso aplicar esta, o que é bastante bom para aumentar a probabilidade de execução e para baixar a oposição política e social a algumas das alternativas.
E responsabiliza Portas por ter de fazer o que ainda não parece ter feito: ter propostas concretas e exequíveis de como se chega aos resultados necessários.
henrique pereira dos santos

Bartolomeu disse...

Estimado Dr. Pinho Cardão, o meu Amigo não pára de me surpreender; pela positiva, felizmente!
Corroboro no seu assentimento, quanto à posição declarada pelo Sr. Ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Não têm de ser os pensionistas a pagar a crise.
Quanto muito e com o objectivo de reforçar o fundo para o pagamento das reformas, agravar o imposto para a segurança social em algumas décimas, daqueles que "ainda" trabalham, seria mais razoável.
Estou para ver, daqui a alguns (poucos) anos, como é que o estado irá alimentar e tratar, aqueles que efectuaram descontos durante 40 e 50 anos de trabalho, com a finalidade de garantir na velhice, o essencial.

Tonibler disse...

Como todos sabemos, quem tem que pagar a crise sou eu, coisa que já sabíamos há décadas.

jotaC disse...

De facto a questão levantada pela Dra. Margarida Aguiar é pertinente, tanto mais que acredito que este assunto teria sido debatido com ânimo exacerbado pelas partes, no Conselho de Ministros…

Pode ser que o comentário do caro HPS sobre o plano B seja razoável, mas estou mais inclinado para uma encenação “ardilosa” ao Partido Socialista, no sentido de que o Governo está de peito aberto ao diálogo, é condescendente, o PS é que não quer o consenso, não apresenta sugestões, blá blá, e vejam lá senão pega!?...

rui f. disse...

"Mas em 2013, há"


Caro António,

Já em 2011 e 2012 houve. Mas só para alguns.

manuel.m disse...

Mas e se dentro de dias a troika "obrigar" a que a nefanda taxa vá mesmo para a frente ?
Lá estará PP a declarar, compungido e de coracão pesado, que fez o humanamente possivel para salvar os pobres dos reformados de mais este ataque.
E caírá o pano sobre esta farsa sob o aplauso dos do costume.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
O aumento da esperança de vida não é apenas estatístico, é real quer à nascença quer aos 65 anos. Se a esperança de vida aos 65 anos cresce haverá mais anos de pensões para pagar. Se a riqueza não crescer, haverá o mesmo ou menos dinheiro para pagar mais anos de pensões. Qual é a solução? Caro Bartolomeu, temos um problema para resolver.
A propósito da resposta que deu ao comentário do Dr. Pinho Cardão, deixe-me dizer-lhe que a manter-se tudo como está não teremos segurança social que nos valha. Não é o aumento da idade legal de reforma para os 66 anos que nos vai resolver o problema.
Caro Dr. Pinho Cardão
Já li várias teorias da “conspiração”. Que, por exemplo, a intervenção de Paulo Portas foi previamente combinada com o Primeiro Ministro. Não percebo, mesmo.
Dr. Tavares Moreira
Com uma pensão média que não chega a 500 euros na Segurança Social ainda há quem defenda que os pensionistas devem sofrer mais sacrifícios. Há limites, afinal o chumbo do Tribunal Constitucional permitiu encontrar despesa para cortar no funcionamento do Estado.
Caro Luis Moreira
Permita-me que não concorde, não consigo ver onde está o sucesso da jogada.
Caro Henrique Pereira dos Santos
Segundo li, as medidas apresentadas permitem uma folga de 500 milhões de euros. Coincidência ou não, a TSU das pensões está orçamentada em 436 milhões de euros/ano, um montante, aliás, muito aproximado, ao montante da contribuição extraordinária de solidariedade em vigor que ascende nas pensões públicas a 412 milhões de euros/ano.
Caro Tonibler
Pagamos todos, uns mais do que outros, mas os custos da austeridade não estão bem distribuídos.
Caro jotaC
Será?

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro manuel.m
Mas nós até somos um bom aluno!

manuel.m disse...

Imagino a Margarida jovem e portanto ainda capaz de acreditar no impossivel, que existe um modicum de decencia nestes politicos.
Prepare-se para o pior.

Said the Queen to Alice :
"When I was your age, I always did it for half-an-hour a day. Why, sometimes I've believed as many as six impossible things before breakfast!”
― Lewis Carroll-Alice in Wonderland

Tonibler disse...

Cara Margarida, a verdade é que descontados todos aqueles que não estão disponíveis para serem sacrificados só sobro eu. E eu não estou para aí virado...

jotaC disse...

Cara Dra. Margaraida, faz todo o sentido, a menos que a insanidade seja total, pois se eles estiveram reunidos em conselho, então não haviam de ter falado olhos nos olhos sobre essas matérias?!.
Portanto, partindo da ideia que o PM não está ainda desmiolado de todo, faz sentido, aliás eu faria o mesmo. O povo adora estes números de vitimização...

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos, Crao jotaC
Aqui está uma notícia - de hoje à tarde - que em certa medida ajuda a justificar o "plano B":

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou hoje que o Governo vai abdicar da taxa sobre reformados e pensionistas, uma indicação dada pelo primeiro-ministro na reunião mantida hoje com a central sindical.
Segundo Carlos Silva, que falava aos jornalistas após uma reunião com Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro "assumiu perante a UGT que essa questão não vai para a frente" e que "não haverá aplicação da taxa sobre os reformados e pensionistas como foi inicialmente proposto no discurso de sexta-feira à noite".



O líder da UGT sublinhou que, embora Passos Coelho não fosse taxativo em relação a esta medida, a ideia é que será abandonada e vai ser o CDS-PP a apresentar "alternativas" que tenham "os mesmos resultados orçamentais".



Para Carlos Silva, as alternativas "não foram explicadas e a ideia é que quem apresentou essa sugestão, que foi o CDS-PP pela voz do seu líder, Dr. Paulo Portas, se vê obrigado a apresentar uma alternativa que tenha os mesmos resultados orçamentais".

jotaC disse...

Ora nem mais, a responsabilidade diluída carrega menos no Gov, e se o PS não apresentar sugestões leva com o ónus da culpa, para mim é a estratégia...

Suzana Toscano disse...

Margarida, há que aguardar os desenvolvimentos dos próximos capítulos...