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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Propaganda rasca

E Costa clamava e reclamava contra a sobretaxa e dava a sua palavra de honra em como a eliminaria, mal chegasse ao Governo.
Embora as televisões lhe vão recordando as imagens, rapidamente apagou o que disse e passou a jurar no seu programa de governo que a reduziria para metade.
Apanhando-se a governar, a sobretaxa continua a existir, e igualzinha para muitos, ao contrário do que antes afiançava. Certamente, apenas a primeira de muitas grossas mentiras em que, aliás, só uma minoria acreditou.
Mas, pior do que a mentira, o engano reles com que o governo publicitou o feito: rendimentos abaixo de 7000 euros ficam isentos de sobretaxa!... Pois se  os detentores de tais níveis de rendimento já não eram sobrecarregados com a sobretaxa, como  é que agora ficam isentos do que já não pagavam? 
Eu ouvi na rádio o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a dizer e os media vêm reproduzindo a frase.
Valeu tudo para chegar ao governo. Continua a valer tudo, depois de de chegar ao governo. Até a propaganda mais rasca de isentar o que já, por natureza, estava isento.  

15 comentários:

Bartolomeu disse...

«...a sobretaxa continua a existir, e igualzinha para muitos...»
Então o meu estimado amigo considera "muitos" os que auferem um rendimento anual mil vezes superior ao daqueles que ganham menos de 700 euros por mês? Isso não é uma declaração explicita de concordância com o espírito extrema-esquerda? ;) ;)
De resto, não podia concordar mais com a sua opinião... como é que este governo se arroga à prodigalidade de isentar daquilo que não existia?
Está tudo louco, não ha dúvida!

Diogo disse...

É ignóbil, de facto. Mas infinitamente pior que isso são as "crises bancárias" que ninguém entende que possam acontecer no mais rendoso negócio do mundo e que os contribuintes têm de pagar...

Carlos Sério disse...

Está a faltar à verdade em tudo o que diz sobre este assunto caro Pinho Cardão.
O que o PS prometeu e está escrito em seu Programa Eleitoral é que eliminava a sobretaxa em dois anos, 2016 e 2017. Metade em 2016 e a outra metade em 2017.
O que vai acontecer é que em 2016 não elimina apenas metade mas um pouco mais, exactamente 57%, eliminando os restantes 43% em 2017.
Não vejo onde está a falha de promessas.
Tenha calma, modere a sua irritação, porque não lhe faltarão seguramente no futuro ocasiões para criticar com justeza o governo de António Costa.

Observe:
“De acordo com as estatísticas relativas à sobretaxa paga em 2014, enviadas pelo Governo ao parlamento na quinta-feira, os agregados familiares que tiveram, em 2014, um rendimento coletável até 7.000 euros pagaram ao Estado 2,3 milhões de euros a título de sobretaxa de IRS. No entanto, ao longo do ano, foram obrigados a fazer um adiantamento de 88,2 milhões de euros através das retenções na fonte, dos quais, 85,9 milhões de euros acabariam por lhes ser devolvidos”.
“Na passada quarta-feira, dia 2, fonte do Governo (PSD/CDS) disse à Lusa que o executivo está a preparar a eliminação total da sobretaxa de IRS ao escalão mais baixo do IRS em 2016”. (05.12.2015 http://www.dn.pt/dinheiro/interior/sobretaxa-de-irs-forcou-contribuintes-de-rendimentos-baixos-a-emprestar-86-milhoes-ao-estado-4917143.html)

Anónimo disse...

Percebi, vamos fica isentos de pagar todos os impostos e taxas que nunca existiram!

Pinho Cardão disse...

Caro Carlos Sério:
Considero que o meu amigo já deu provas de análises inteligentes com as quais se pode ou não concordar. Por isso, não vale a pena e é pura perda de tempo que só o deslustra, recorrer a análises rebuscadas para negar o óbvio e que nem ao meu amigo convencem. E nunca tome os outros por menos inteligentes, porque isso é a via mais segura para não ser tomado a sério.

Paulo Helmich disse...

Aqui no Brasil, caro senhor, deram o nome a isso de "Estelionato Eleitoral", e, conforme sua extensão, pode gerar o "impeachment" do governante! Apesar de que nunca vimos isso ocorrer, não o estelionato eleitoral (esse é a regra por aqui), mas o impedimento em função dele!!!

MKrupenski disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MKrupenski disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MKrupenski disse...

Caro Carlos Sério,
Sabe bem, como qualquer pessoa que seguiu as eleições sabe, que não se está a falar do que consta no programa eleitoral (um conjunto de vacuidades, como aliás qualquer outro programa eleitoral), mas sim daquilo que A. Costa disse repetida e insistentemente na campanha eleitoral e que foi, inequivocamente e sem margem para quaisquer outras interpretações, que a sobretaxa seria reduzida a metade para todos os contribuintes em 2016 (e para 0 em 2017). Nos debates (e não só) o A. Costa falou sempre em reduzir a sobretaxa para 1.75% em 2016 e 0% em 2017. Não há espaço para outra interpretação, portanto. Aliás, o próprio SEAF afirmou (ontem ou anteontem) no parlamento que a medida que vão aplicar é distinta da que estava prometida e que é o resultado de uma negociação típica de um governo minoritário (não rir agora, sff), pelo que penso que não é necessário "ir além do governo" na sua análise.
Por outro lado, a isenção da sobretaxa já existe para quem recebe o SMN, o que de facto deixa o escalão mais baixo a pagar um valor residual (que concordo deve ser eliminado). Nesse escalão, os tais 2,3 M€ correspondem a um pagamento médio de 0,67 € (sessenta e sete cêntimos) de sobretaxa nesse escalão (http://www.jornaldenegocios.pt/economia/impostos/irs/detalhe/23_dos_contribuintes_pagou_67_centimos_de_sobretaxa.html).
Por isso, se talvez seja verdade (e digo talvez porque não fui confirmar) que uma pequena parte dos contribuintes do 1.º escalão pagavam sobretaxa, anunciar que milhões de contribuintes deixam de pagar sobretaxa quando estamos a falar de 0,67 € em média pode não ser formalmente falso, mas é pelo menos publicidade enganosa.
Cumprimentos cordiais

Pinho Cardão disse...

Caro MKrupenski:
é mesmo o que diz e o nosso comentador Carlos Sério sabe isso muito bem. No entanto, tornou-se mais papista que o papa, o que, na circunstância, só o descrebiliza. Com o tempo e a realidade costista virá ao lugar.

Caro Bartlomeu:
1000 vezes superior, onde é que estão? Nem o J.Jesus, que deve ser a pessoa com mais alto salário em Portugal.

Caro Diogo:
Ignóbil, muito bem dito.

Caro Luís Franco:

De facto é uma charada comlexa essa, de se isentar o que já está isento. Só socialista, e nem todo, percebe...

Caro Paulo Hemmerich:
Estelionato eleitoral? O que se aprende neste blog!...
Mas aqui não dá destituição, pelos vistos dá para formar governo.

Carlos Sério disse...

Caro MKrupenski

Pois, na verdade o governo não eliminou para todos, metade da CES em 2016.
Só 99,63% dos contribuintes beneficiaram das promessas de António Costa e beneficiaram para além destas promessas eleitorais porque viram agora uma redução maior do que a metade prometida
Apenas 0,37% dos contribuintes não viram a redução da CES para metade como tinham expectativas.
António Costa falhou assim as suas promessas para 0,37% dos contribuintes em benefício dos 99,63% restantes.
Contudo, todos gozarão da eliminação da CES em 2017.
A verdade está reposta.

MKrupenski disse...

Caro Carlos,
Está novamente enganado: os 0,37% (ou cerca disso) são aqueles que não têm qualquer redução (rendimentos acima de 80.000 €).
Mas depois há as inúmeras famílias que ganham entre 40.000 e 80.000, que em vez de uma sobretaxa de 1,75% em 2016 (tal como prometido) vão ter uma sobretaxa de 3%.
Não estou sequer a dizer se está certo ou errado, mas se quer ter uma discussão interessante convém assentar nos factos primeiro.
Com um cordial abraço

Carlos Sério disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Sério disse...

Tem razão MKru,
Rectifico

Apenas 3,4%% dos contribuintes não viram a redução da CES para metade como tinham expectativas.
António Costa falhou assim as suas promessas para 3,4%% dos contribuintes em benefício dos 96,60% restantes.
Contudo, todos gozarão da eliminação da CES em 2017.
Obrigado pelo apontar do engano.

Asam disse...

Nova linguagem dos pos socráticos. dizer falhou em x% da promessa em lugar de mentiu. claro que quando for relativamente a outras forças partidárias já dirão mentiu.