No magnífico ambiente de um claustro dos Jerónimos, onde a arquitectura é um regalo para a vista, a Fundação Champalimaud, presidida por Leonor Beleza, entregou o Prémio Champalimaud da Visão à Aravind Eye Care System, organização indiana que mereceu ser distinguida entre 34 candidatos e tem uma obra de grande relevo no domínio da investigação e da clínica oftalmológica, particularmente na Índia.
Três aspectos a salientar.
O primeiro, o gesto de António Champalimaud que, ao doar 500 milhões de euros à causa da luta contra a cegueira, evidenciou mais uma vez o seu talento de empreendedor, agora no domínio social, e deu um exemplo de responsabilidade social que deveria ser seguido por muitos empresários e empresas.
O segundo, o rasgo da Presidente da Fundação e do seu Conselho de Curadores, de que Proença de Carvalho é o Presidente, que saindo da apagada e vil tristeza em que nos costumamos mover, atribuíram um prémio à medida do fundador, a ser disputado internacionalmente, com um júri composto por entidades de renome mundial, e de um valor monetário significativo, um milhão de euros, que permite efectivas realizações.
O terceiro, o mérito da entidade premiada, que desenvolve uma actividade médica e social notável, em que a qualidade do tratamento é idêntica, mas as “facilidades” oferecidas são diferentes, de acordo com o preço que se paga. O que permite que bastante mais de metade dos tratamentos seja gratuito.
Um legado que honra António Champalimaud, um prémio e uma organização que honram a Fundação e uma entidade premiada que fez inteiro jus ao galardão e vai aplicar, criteriosamente e com profundos benefícios sociais, o valor recebido.
Estão, estamos todos de parabéns.
Três aspectos a salientar.
O primeiro, o gesto de António Champalimaud que, ao doar 500 milhões de euros à causa da luta contra a cegueira, evidenciou mais uma vez o seu talento de empreendedor, agora no domínio social, e deu um exemplo de responsabilidade social que deveria ser seguido por muitos empresários e empresas.
O segundo, o rasgo da Presidente da Fundação e do seu Conselho de Curadores, de que Proença de Carvalho é o Presidente, que saindo da apagada e vil tristeza em que nos costumamos mover, atribuíram um prémio à medida do fundador, a ser disputado internacionalmente, com um júri composto por entidades de renome mundial, e de um valor monetário significativo, um milhão de euros, que permite efectivas realizações.
O terceiro, o mérito da entidade premiada, que desenvolve uma actividade médica e social notável, em que a qualidade do tratamento é idêntica, mas as “facilidades” oferecidas são diferentes, de acordo com o preço que se paga. O que permite que bastante mais de metade dos tratamentos seja gratuito.
Um legado que honra António Champalimaud, um prémio e uma organização que honram a Fundação e uma entidade premiada que fez inteiro jus ao galardão e vai aplicar, criteriosamente e com profundos benefícios sociais, o valor recebido.
Estão, estamos todos de parabéns.
Nota: Andei hoje bastante de carro e ouvi vários noticiários. Azar meu, que nem uma referência ouvi ao evento. Pouca importância terá para a nossa esclarecida informação. Veremos depois da cerimónia...mas como lá esteve o Presidente da República e o 1º Ministro...
8 comentários:
Excelente post, a dar notícia do que realmente merece destaque e admiração.
Foi uma cerimónia muito bonita, com a simplicidade do que é nobre. Perante a descrição do trabalho ciclópico que a Aravind Sistem desenvolve (vale a pena ir espreitar ao site), tivémos também uma pequena amostra do que muitas organizações médicas fazem no combate à cegueira entre os pobres dos paises pobres. Segundo disseram, mais de 50% das pessoas tratadas da cegueira curável (e já são milhões)conseguiram voltar a trabalhar, saindo da miséria em que se encontravam.Cerca de 40% dos cegos indianos sofriam de cataratas mas as lentes que substituem o cristalino eram tão caras que não estava ao alcance do estado ou dos doentes pagarem, ainda que a operação fosse gratuita. A Aravind passou a fabricar as lentes por 1 dólar, vende aos que podem pagar por 5 dólares e assim conseguem fundos para curar os outros.
O que é mais curioso é que o fundador, Dr. V., disse que se inspirou no sistema produtivo da McDonald's,que é optimizar a organização e a produção, garantir um nível de qualidade e depois reproduzir o sistema por todo o lado.
Notável, faz-nos sentir ridículos quando pensamos já ter feito alguma alguma coisa importante...
Caro Dr. Pinho Cardão
Associo-me plenamente às suas palavras.
Notável o Senhor António Champalimaud pelo seu elevadíssimo gesto, notável a Fundação Champalimaud pela meritória iniciativa e notável o Aravind Eye Care pela extraordinária obra de combate à perda de visão que atinge milhões de pobres na Índia.
O Aravind Eye Care tratou no último ano "mais de 2,3 milhões de pessoas", em particular nas zonas rurais da Índia onde a pobreza e o analfabetismo dificultam o acesso aos cuidados de saúde. Esta instituição, de fundos privados, é constituída actualmente por cinco hospitais, um centro de produção de produtos oftalmológicos, uma fundação internacional de investigação e um centro de investigação.
Esta fabulosa instituição é a demonstração que é possível juntar vontades e esforços para ajudar os mais pobres dos mais pobres. E é também a demonstração que instituições com fins sociais podem ser tão ou mais bem geridas que as organizações que prosseguem fins lucrativos. A inspiração no McDonald's, como refere a Suzana, é bem a prova disso.
Caro Pinho Cardão,
O pretexto que serviu a este post deveria, num país civilizado, ser notícia de abertura de telejornal.
Imagino que não tenha sido, caso contrário não teria arrumado a TV na arrecadação à 8 anos atrás, e por isso felicito-o por dar visibilidade a um assunto que verdadeiramente interessa e que só encontrei aqui.
A este propósito, questiono-me sobre o motivo pelo qual a blogger inc não foi até hoje galardoada com nenhum prémio relativo ao seu contributo social para a partilha de informação e conhecimento.
Um forte abraço
Frederico
PS: A minha ausência dos comentários deste blogue há alguns meses atrás nada tem a ver com os conteúdos entretanto publicados.
Caro Frederico:
De facto, notámos a sua falta!...
E logo com uma novidade de arromba, a de ter arrumado o televisor na arrecadação!...
Olhe que não se exige tanto a um cidadão. E por vezes até tem uns bons programas, por exemplo, quando dá os magníficos espectáculos dos jogos do FCPorto!...Vá lá buscar o aparelho e veja os azuis e brancos!...
:-)
Os azuis e brancos não são daquele clube cujo presidente fala a rezar?
Dr. Pinho Cardão,
quase ia "borrando" a magnífica pintura (qualidade do post) com a infeliz referência clubística. Espero que compreenda, sem querer ser ofensivo, que essa colectividade representa, nos últimos vinte anos, aquilo que muitos dos empresários portugueses, que não Champallimaud, advogam: o sucesso a qualquer preço.
O leitor que vá buscar o televisor para assistir, por exemplo, ao Muzzik.
Cumprimentos.
Caro Núncio:
Emoção muito à solta, não?
Deixe lá, que depois de António Damásio e do seu Erro de Descartes, a emoção é tanto ou mais decisiva do que a razão.
Embora eu pretenda ser mais racional do que emocional!...
Deve ser por isso que o recrutamento nas grandes empresas, hoje em dia, se faz com a avaliação do QE e não do QI.
Mas não, caro Pinho Cardão, o meu anterior post não foi nada emocional. Racionalmente, não consigo glorificar vigaristas... seja na política, seja no desporto.
No offense!
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