Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Adivinhem que director de uma Faculdade de Direito é responsável pela resposta


- Quais são as novas disciplinas no próximo ano?


Ainda não temos a proposta do plano curricular fechada. Mas temos assente que a disciplina de Português vai obrigatoriamente entrar no nosso plano curricular durante dois ou três anos. O curso vai manter o período de cinco anos. Não aderimos à ideia de Bolonha, de encurtar o tempo. Achamos que cinco anos é o tempo necessário para se fazer a formação dos juristas.

18 comentários:

Tonibler disse...

Se para formar juristas são necessários 5 anos então podemos começar a questionar porquê. E é daquelas respostas que dificilmente poderá ser positiva para quem paga este festival todo.(até admito que ele tenha razão, o que ainda é pior)

Pinho Cardão disse...

Grande Director!
Ainda vão aparecendo pessoas que me fazem pensar que nem tudo está perdido.
Mas que confirmam que se perdeu tempo e dinheiro com o verdadeiro crime que o experimentalismo idiota do Ministério da Educação provocou no ensino público.

Anónimo disse...

Mas digam lá qual das faculdades vos parece ter este entendimento?

Tonibler disse...

Católica

Suzana Toscano disse...

Independente?

Bmonteiro disse...

Moderna?

Pinho Cardão disse...

Mauzinho, caro Ferreira de Almeida!...
Mas eu sei: Faculdade de Direito de Angola!
Mas poderia aplicar-se rigorosamente a Portugal.

Tonibler disse...

Ah, quer dizer que os angolanos resolveram adoptar a "tradição portuguesa" no que a direito diz respeito? Não vão ter petróleo que chegue...

Anthrax disse...

Coimbra? :)

A Universidade de Coimbra "não curte " o processo de bolonha nem à lei da bala.

Agora introduzir a cadeira de Português é que eu, infelizmente, acho bem.

Pinho Cardão disse...

Mestres bolonheses também não faz nada o meu género. Quando penso nisso, lembro-me de pizzzas e fast food. O que até está certo e se aplica a muitos dos novos mestrados e doutoramentos: rapidinhos, rapidinhos, normalizadinhos, normalizadinhos, mestrinhos, mestrinhos, doutorzinhos, doutorzinhos...
E, na parte em que estou mais à vontade, ele há cada doutor em economia...

Bartolomeu disse...

Estou de acordo com a opinião da prezada Anthrax. Acho até que o Sr. Ministro Nuno Crato, poderia começar a reforma que pretende introduzir no Ensino em Portugal, por anular durante dois anos consecutivos, todas as disciplinas excepto o português. Depois então, iria introduzindo, gradualmente aquelas que fossem convenientes a cada área de ensino.

Tonibler disse...

Meus caros, não há universidade nenhuma que "curta" o processo de bolonha porque isso significa que há menos horas lectivas e menos horas lectivas significa menos posições. Portanto, o que não falta é criticas de quem acha que devia continuar a receber o seu. Felizmente, pelo menos no ensino superior e via Bruxelas, chegou-se finalmente à conclusão que ensino existe para educar alunos e não para sustentar professores.

Por outro lado, todos os mestrados e doutoramentos que eram feitos no estrangeiro em universidades de jeito antes do processo de bolonha eram feitos pelo processo de bolonha. Mas como eram no estrangeiro, eram bons. Há muito poucos doutores portugueses que não sejam doutores bolonheses, a começar por aqueles que o fizeram em economia na LSE, como um tal de Cavaco, ou mestres bolonheses na Suiça como um tal de Barroso. Pelos vistos para se ser presidente da república pelo PSD serve um doutor bolonhês e para se ser presidente da comissão europeia qualquer porcaria de mestre bolonhês marcha. Mas, pronto, há coisas mais exigentes como ser jurista em Angola.

Fartinho da Silva disse...

O que me impressiona mais no processo de Bolonha é o fato (fica estranha esta palavra) de a atual licenciatura (3 anos) ter a mesma denominação da antiga, assim como o mestrado. Porque não mudámos o nome de licenciatura para bacharelato e o de mestrado para licenciatura? Talvez assim se percebesse melhor.

Pinho Cardão disse...

Claro, caro Fartinho da Silva.
Mas o que é preciso é dar títulos à malta. Bachareis, mestres, doutores, todos da mula russa...

Anthrax disse...

E que mula! :)

Bom dia a todos.

Pois, o maior problema é que a partir de um determinado momento começou-se a achar que todos deviam ter um título e tudo o resto era menor. Então o que temos agora são mestres e doutores - de tenra idade - que não conhecem mais nada senão as paredes de uma sala de aula e não conseguem resolver problemas sem o auxílio dos progenitores.

É como se existisse um desfasamento entre aquisição da capacidade jurídica através da maioridade e a realidade efectiva. A maturidade actualmente não acompanha a legislação. Sem dúvida que a legislação está muito mais à frente.

Neste sentido, compreendo todas as críticas ao Processo de Bolonha. É demasiado arriscado estar a formar miúdos, que tecnicamente são adultos mas, cuja capacidade e maturidade mental é equivalente à de uma criança de 5 anos.

Anónimo disse...

A entrevista chamou-me a atenção pelo facto de ser uma universidade angolana a valorizar a lingua portuguesa incluindo-a no curriculo disciplinar do ensino superior. E mais ainda a clarividência que significa não ceder ao facilitismo a que Bolonha convida. Angola percebe que para dar continuidade ao desenvolvimento que hoje se observa precisa de bons quadros. Compreende que a formação local de quadros exige tempo. Compreende que a nível superior a aquisição de saberes e competências não se obtém em meia dúzia de semestres. Uma lição para a Europa e um sinal para a universidade portuguesa. Se tiver a humildade de os quererem perceber, o que duvido.

Suzana Toscano disse...

Caro Ferreira de Almeida, o que estaria certo era que a língua portuguesa já tivesse sido suficientemente ensinada a quem entra na Faculdade de Direito, o que é manifestamente difícil num País que tem várias línguas maternas.Difícil a comparação com Portugal onde, a meu ver, seria absurdo prolongar para o ensino superior o ensino de matérias que deveriam ser devidamente aprendidas nos graus de ensino inferiores. Quem não sabe, não deve entrar, e é tudo. Quanto a Bolonha, uma coisa é a ideia outra, bem diferente, a sua prática. Podíamos com legitimidade perguntar-nos em que é que a utilização das tecnologias de informação se traduziram no encurtamento dos tempos necessários para o ensino, para a investigação, para o contacto entre professores e alunos, qual a necessidade de se manterem exactamente as mesmas práticas lectivas que existiam há 40 anos e que exigiam 5 anos de ensino superior? A Universidade também podia adaptar-se à possibilidade de aceder e transmitir muito mais depressa do que antes, e de aceder a muito mais informação e saber. Será essa a ideia de Bolonha, para além, é claro, da muito relevante questão financeira.

Anónimo disse...

A Universidade tem meios para transmitir mais e mais depressa, é verdade Suzana. A questão está em saber se quem é o destinatário tem capacidade para assimilar conhecimentos no tempo que Bolonha propõe, Falo do que conheço, o curso de Direito onde ensinei durante 18 anos. E não tenho dúvidas e muito menos complexos em manifestar a minha opinião de que é bem o caso em que a prática fica muito aquém da ideia.