Ainda muito recentemente atravessei a Ponte de Chamadouro, erguida sobre a barragem da Aguieira. Com alguma frequência utilizo a IP3, estrada que apresenta um enorme grau de perigosidade. Com efeito, há já bastante tempo que se verifica um aparato grande de movimentação de máquinas e trabalhos e o trânsito está no local muito condicionado.
Não me tinha apercebido que há, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um considerável risco de a ponte ruir e que a situação tem carácter de urgência. Os pilares da ponte estão, de acordo com as notícias, em degradação acelerada.
Questiono como é possível deixar arrastar uma situação de degradação de uma infra-estrutura tão importante, ao ponto de ser declarada a inviabilidade da sua reabilitação, de ser urgente o seu encerramento e a construção imediata de uma nova ponte.
Questiono por que razão não foi tomada há mais tempo a decisão de intervenção na ponte, fosse para a reabilitar, fosse para com tempo e segurança construir uma alternativa. Gastaram-se milhões e milhões de euros em novas auto-estradas, túneis, viadutos e outras “obras de arte” de utilidade duvidosa e sem retorno económico e social e ao mesmo tempo não cuidámos de conservar e reparar as infra-estruturas existentes ou de construir novo onde é prioritário. Somos bons a erguer betão. Não há dúvidas. Somos péssimos a conservar e melhorar o que temos. Reparar não tem o mesmo impacto político, lá se vão as festas de inauguração, lá se vai a propaganda. Esta mentalidade prejudicou-nos muitíssimo.
Alguém comentava no outro dia em conversa de amigos que somos um país de novos-ricos. Discordei. Os países pobres não têm destes caprichos e os países ricos poupam e gastam bem os recursos. É por isso que são ricos. O que temos é a mania das grandezas.
Não sei se uma nova ponte é menos dispendiosa para os contribuintes que a alternativa da sua reabilitação. Ainda que fosse, pois então que uma nova ponte avançasse com tempo para evitar o pior. Ouvi há pouco que o governo anterior foi alertado em 2009 para a necessidade de construção de uma nova ponte. Nada fez. Agora, com a “casa a arder “ não há bombeiros que consigam apagar o fogo, é preciso fazer uma casa ao lado. Não é forma de lidar com a conservação do património, com os dinheiros públicos e com a segurança e a acessibilidade e mobilidade de pessoas e bens. Uma prática que se aplica a muitos outros domínios da nossa vida pública. No fim, também faz parte da mentalidade, não se apuram responsabilidades...
Não me tinha apercebido que há, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um considerável risco de a ponte ruir e que a situação tem carácter de urgência. Os pilares da ponte estão, de acordo com as notícias, em degradação acelerada.
Questiono como é possível deixar arrastar uma situação de degradação de uma infra-estrutura tão importante, ao ponto de ser declarada a inviabilidade da sua reabilitação, de ser urgente o seu encerramento e a construção imediata de uma nova ponte.
Questiono por que razão não foi tomada há mais tempo a decisão de intervenção na ponte, fosse para a reabilitar, fosse para com tempo e segurança construir uma alternativa. Gastaram-se milhões e milhões de euros em novas auto-estradas, túneis, viadutos e outras “obras de arte” de utilidade duvidosa e sem retorno económico e social e ao mesmo tempo não cuidámos de conservar e reparar as infra-estruturas existentes ou de construir novo onde é prioritário. Somos bons a erguer betão. Não há dúvidas. Somos péssimos a conservar e melhorar o que temos. Reparar não tem o mesmo impacto político, lá se vão as festas de inauguração, lá se vai a propaganda. Esta mentalidade prejudicou-nos muitíssimo.
Alguém comentava no outro dia em conversa de amigos que somos um país de novos-ricos. Discordei. Os países pobres não têm destes caprichos e os países ricos poupam e gastam bem os recursos. É por isso que são ricos. O que temos é a mania das grandezas.
Não sei se uma nova ponte é menos dispendiosa para os contribuintes que a alternativa da sua reabilitação. Ainda que fosse, pois então que uma nova ponte avançasse com tempo para evitar o pior. Ouvi há pouco que o governo anterior foi alertado em 2009 para a necessidade de construção de uma nova ponte. Nada fez. Agora, com a “casa a arder “ não há bombeiros que consigam apagar o fogo, é preciso fazer uma casa ao lado. Não é forma de lidar com a conservação do património, com os dinheiros públicos e com a segurança e a acessibilidade e mobilidade de pessoas e bens. Uma prática que se aplica a muitos outros domínios da nossa vida pública. No fim, também faz parte da mentalidade, não se apuram responsabilidades...
5 comentários:
Concordo, Margarida, os países ricos são ricos porque sabem onde gastar o dinheiro e as populações não se deixam deslumbrar com obras inúteis ou manifestamente excessivas para as necessidades. Preferem pensar antes a criticar depois, quando não têm outro remédio senão pagar, ficando mais pobres do que eram quando tinham o dinheiro para gastar.
Não diria que a questão de "saber gastar bem" o dinheiro, tenha a ver com a riqueza ou a pobreza do país, mas sim, com a riqueza ou pobreza de carácter dos seus governantes e a riqueza ou pobreza da capacidade de ver, dos povos desses países.
Em Portugal, sabemos que as obras de interesse público, fazem-se mais para render votos, que para servir as populações. Depois é que se pensa no problema da manutenção e da sustentação...
Suzana
Pobres e ricos deveriam pensar antes de tomarem decisões. O deslumbramento do poder e do dinheiro aliado à febre do poder e à ignorância do povo só pode mesmo acabar em desgraça.
Caro Bartolomeu
Muito bem apontado, há um problema de pobreza de caracter dos governantes e de pobreza de capacidade de ver. Um problema que a sociedade portuguesa precisa de resolver para se poder reconciliar com ela própria. Sem se retractar é difícil mudar.
Caríssima M. C. de Aguiar:
O Viaduto Duarte Pacheco foi construído, nos anos 30, continua pé pedra e cal.
A ponte do Chamadouro nos anos ..., tal como o seguríssimo IP3, onde qualquer condutor inconsciente circula se medo.
É só procurar os nomes dos competentíssimos responsáveis por tal obra-prima e pela parcimoniosa e útil aplicação dos dinheiros públicos.
Afinal, parece que a irresponsabilidade e a incompetência socratinas procedem de uma velha genealogia.
Caro Manuel
Não sei se a geneologia será assim tão velha. Tenho impressão que sofremos, algures no tempo,uma transformação genética...
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