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quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Enfim...sem sobressaltos!...

Tem andado o Ministério da Saúde atarefado em definir as grandes políticas da doença, do reordenamento dos hospitais, à edição de compêndios de gastos surpéfluos para uso dos competentes Conselhos de Administração dos ditos, da racionalização das maternidades à edição de manuais de boa higiene para médicos.
Definidas tais políticas de base, chegou a altura de atacar a natureza das doenças, que é o grande mal que atinge a saúde em Portugal e motivo de todas as críticas. E aqui a prioridade recaiu nas doenças repentinas, que requeiram urgência de tratamento. Segundo a nova doutrina, estas passam a ficar subordinadas à localização dos novos serviços. Fora desse raio de acção, é estar no sítio errado, no tempo errado. O Ministério diz que a percentagem é baixa, o que indicia uma outra política de doença: a relação dos serviços de saúde com o o doente torna-se uma mera relação percentual.
Enquanto isto, os doentes que hoje têm necessidade consulta nos Centros de Saúde ficam cada vez mais doentes com os tempos de espera. E quando, por sorte, arranjam uma vaga para o dia 17 de Novembro, com o número 11 da lista, ainda terão que se aprentar nesse dia, antes do início das consultas, para confirmar a mesma e esperar três horas até que chegue o médico e atenda os 10 doentes anteriores.
Com a entrada em velocidade de cruzeiro dos nascimentos do lado de lá da fronteira e da política de exterminar os doentes, através da dilação dos prazos de consulta, para acabar com a doença, o Ministério e o Serviço Nacional de Saúde poderão, enfim, desempenhar sem sobressaltos e sem protestos a sua função.
Já está quase!...

1 comentário:

uivomania disse...

Na minha opinião, a saúde, é sem qualquer dúvida, um sector fundamental para o sucesso de um país. A saúde e a educação! Ambos, têem sido mal tratados, menosprezados e, pode até parecer, que assim tem sido por falta de consciência de que a coisa é assim e não de outro modo. Poderiamos pensar que assim tem sido por incompetência, por petulância de pedantes em que um povo de doentes e/ou ignorantes acharam por bem depositar a confiança...
Mas, assim não sendo, sou assaltado por hipóteses bem piores, como sejam: a manipulação de políticos medíocres permeáveis à corrupção, por poderosas corporações que laboram na indústria do diagnóstico, do medicamento, da cirurgia e de uma série de terapias que poderiam no geral ser reduzidas a um mínimo, não fosse o primeiro objectivo destas corporações, o lucro.
O S.N.S. deveria promover a saúde, através de uma política séria de prevenção da doença e, a nível mundial fazer um brilharete. Claro que isso,por estranho que (nos dias que correm) pareça, começa na escola, continua no consultório de acesso imediato em que se instrói e esclarece, se aconselha e encaminha, se tranquiliza!... E eu, numa luta diária para não resvalar para uma qualquer teoria da conspiração, não paro de me perguntar: estas falhas, graves, são só reflexo da incompetência ou, existe na realidade algo mais perverso?