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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A demagogia política e os banqueiros...

1.Fui hoje interpelado, num habitual programa de TV das 5ªs Feiras – felizmente quase confidencial – sobre um debate ontem realizado na AR tendo por tema a votação do 1º OE Rectificativo (OER).
2.Esse 1º OER visa autorizar o Governo a prestar garantia pessoal do Estado a empréstimos a emitir por bancos até ao limite de € 35.000 milhões, bem como a tomar participações no capital de bancos até ao limite de € 12 mil milhões previsto no Programa de Assistência celebrado com a EU/FMI.
3.Alguns deputados dos partidos ainda tidos como “marxistas”, lançaram-se na habitual dialéctica anti-banca e banqueiros, pondo em confronto os sacrifícios (reais) impostos a tantos cidadãos e estas ajudas aos bancos e aos banqueiros que ganham milhões...
4.É uma dialéctica muito demagógica mas que num assunto tão exotérico como este das ajudas à banca passa com relativa facilidade junto do cidadão comum - não obstante o verdadeiro horror que uma eventual corrida aos bancos representaria para 99% dos cidadãos...
5.Na verdade, as ajudas aos bancos de que este OER trata, para além de não se traduzirem - ou não deverem traduzir-se, para ser mais exacto - em encargos para o Estado, visam o fundamental objectivo de reforçar as garantias de estabilidade do sistema financeiro.
6.Aliás, já em 2010, segundo a CGE, o Estado terá arrecadado receita superior a € 50 milhões com comissões de garantia prestadas aos bancos em operações do tipo das que estão agora em causa.
7.Assim, e no tocante às garantias prestadas (ressalvados o caso doentio do BPN a que aludi em Post recente, bem como a ideia infeliz de prestar uma garantia ao BPP) é de esperar que o Estado venha a arrecadar uma receita significativa ao longo dos próximos anos e que não seja chamado a honrar a responsabilidade assumida, esperamos bem que não.
8.Quanto à eventual participação do Estado no capital social dos bancos, em aplicação dos referidos € 12 mil milhões, se tal vier a suceder, será indispensável que o Estado obtenha uma remuneração superior à do custo desses € 12 mil milhões.
9. Importa não esquecer que esses € 12 mil milhões serão dinheiro emprestado pelo FMI/EU - o que possivelmente implicará que esse capital venha a ser representado por acções preferenciais, cuja remuneração (legal) não pode ser inferior a 5%.
9.Uma nota final para o estranho discurso de alguns banqueiros que, depois de terem exultado com o acordo celebrado com a Troika, vêm agora critica-lo, quase exigindo a sua alteração...o que até levou o PR a um comentário de admoestação...
10.Os partidos “marxistas” têm uma vocação demagógica incorrigível mas há que reconhecer que os banqueiros não poucas vezes se põem muito a jeito...

5 comentários:

osátiro disse...

Por falar em bancarrota.

Sorte tem a Espanha....

O covarde e incompetente Zapatero vai embora:

http://mentesdespertas.blogspot.com/2011/08/zapatero-o-covarde.html

Wegie disse...

É caso para dizer que banqueiros e marxistas são "exotéricos". Ou esotéricos?

Rantanplan disse...

Wegie, Wegie, Wegie. Nem em férias. Seu incorrigível maroto. É óbvio que é exotéricos, pelo menos no caso dos marxistas. Eles estão de saída para o ajudar a sua ilha de Chipre, à beira da entrada do FMI.

Rantanplan disse...

Zapatero que no sectores conservadores espanhóis é apelidado de Patatero. Porque será?

Tavares Moreira disse...

Caro Wegie,

Como queira, como queira, a escolha é sua!