Eduardo Melo, cidadão português, padre da Igreja Católica e cónego da Sé de Braga, faleceu ontem, com 80 anos.
Foi permanentemente acusado por partidos de esquerda e pelos da extrema-esquerda de interveniente na morte do padre Max, em 1976.
A comunicação social servia de eco à acusação e muita juntou-se voluntariamente ao coro, pelo que o cidadão Eduardo Melo foi condenado à fogueira pela inquisitorial opinião publicada.
No processo judicial e sucessivos recursos, não chegou sequer a ser pronunciado.
Apesar disso, o cidadão Eduardo Melo continuou permanentemente, durante 30 anos, a ser fustigado pela suspeita. Mesmo depois de morto. Ontem e hoje, as notícias do seu falecimento eram sempre acompanhadas da suspeição e do anátema na morte de outro cidadão.
O mesmo acontece com muitos portugueses neste momento, acusados pela opinião publicada, também antes de ser julgados.
E, depois de julgados, mesmo se absolvidos, o veredicto publicado será o da condenação.
Porque os donos da opinião publicada também se consideram os donos da justiça.
E a justiça, ao demorar intoleravelmente os processos, só favorece esta justiça inquisitorialmente popular.
Foi permanentemente acusado por partidos de esquerda e pelos da extrema-esquerda de interveniente na morte do padre Max, em 1976.
A comunicação social servia de eco à acusação e muita juntou-se voluntariamente ao coro, pelo que o cidadão Eduardo Melo foi condenado à fogueira pela inquisitorial opinião publicada.
No processo judicial e sucessivos recursos, não chegou sequer a ser pronunciado.
Apesar disso, o cidadão Eduardo Melo continuou permanentemente, durante 30 anos, a ser fustigado pela suspeita. Mesmo depois de morto. Ontem e hoje, as notícias do seu falecimento eram sempre acompanhadas da suspeição e do anátema na morte de outro cidadão.
O mesmo acontece com muitos portugueses neste momento, acusados pela opinião publicada, também antes de ser julgados.
E, depois de julgados, mesmo se absolvidos, o veredicto publicado será o da condenação.
Porque os donos da opinião publicada também se consideram os donos da justiça.
E a justiça, ao demorar intoleravelmente os processos, só favorece esta justiça inquisitorialmente popular.
4 comentários:
Pois é, mas a história do cónego Melo e do padre Max faz-me lembrar uma outra história, a de um malandreco de quem se dizia que tinha dormido com uma cantora famosa e que negava sempre, mas enquanto negava ia fazendo olhinhos marotos...
"Popular", em dois sentidos.
Caro Pinho Cardão,
Pode ser que tenha razão. Deus queira que sim e que o Cónego Melo descanse em paz.
Mas que ele, na terra, não tratou só dos negócios espirituais, isso parece averiguado, embora não se lhe deva exigir, nem a ele nem a nenhum outro mortal, a radicalidade da pureza do Evangelho, só acessível a almas de absoluta excepção, tomando a de Cristo como referência.
Depois, convém não esquecer que a Justiça humana é muito deficiente, falha com frequência e deixa escapar muita coisa, sobretudo quando lida com gente socialmente influente, ao contrário do que costuma suceder quando se ocupa em julgar pobres diabos.
Daí que, na sua falta, se tenha, ao longo dos séculos, invocado a chamada vox populi, vox Dei, se o latinório me não traiu.
Sem malícia, desejo um bom início de semana a todos os membros da 4ªR e melhor tino nas escolhas que se avizinham.
Um abraço.
Obrigado, António Viriato.
E para o meu amigo também um bom início, um bom meio e um bom fim de semana!...
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