O PIB português não se alevanta!... Enquanto o Governo o procura manter firme, com um arrebitamento vigoroso de 2,2%, a OCDE, a Comissão Europeia e até o Banco de Portugal apenas lhe conseguem medir a energia até um máximo de 2%. Agora, é o exigente FMI que vem atestar a sua flacidez, dizendo-o encolhido e sem possibilidade de se erguer em mais do que 1,3%.
Claro que a Oposição aproveita para exigir do Governo, não que ministre ao dito novas medicinas apropriadas que o façam reerguer, mas que seja reconhecida a sua inacção. Quando o PSD era Governo, o PS fazia exactamente o mesmo. Merecem-se mutuamente.
Dentro deste ciclo baixo, não sou dos que dou muita importância a uns impulsos a mais ou a menos. Mas já me preocupa a tendência para a falta de energia de instrumento tão fundamental de medida de força e também de jeito!...
De facto, a natureza está muito bem feita. É que se o PIB não é içado às alturas, logo aparece o défice em todo o seu esplendor.
Tendo-se consolidado em altíssimo grau as gorduras do Estado, por não se terem cortado, nem em termos absolutos, nem sequer em termos relativos, o sangue não aflui ao PIB e o défice tornar-se-á pujante e com francas possibilidades de ultrapassar novamente o mínimo vital. O que, na medicina tradicional, vai exigir novas drenagens de sangue de quem ainda vai mantendo o facho elevado, para sustentar os desmandos gordurosos de um Estado doente e dar imagem de um défice dentro da normalidade.
Neste círculo vicioso nos vamos consumindo. Não intervindo nos órgãos doentes, mas exaurindo os que ainda denotam alguma energia.
Falando mais a sério, o fim não vai ser feliz. Com PIB a baixar, o défice vai subir. Com a Despesa Pública a aumentar consolidadamente, serão necessários novos impostos para o défice e a dívida pública não ultrapassarem os máximos sustentáveis. Equilibram-se as Finanças do Estado num patamar mais elevado de despesa e desequilibra-se a economia num patamar cada vez mais alto de inadmissível tributação, causa da estagnação profunda.
E, neste contexto, o que as Oposições querem é que o Governo reconheça o erro de previsão!...
Claro que a Oposição aproveita para exigir do Governo, não que ministre ao dito novas medicinas apropriadas que o façam reerguer, mas que seja reconhecida a sua inacção. Quando o PSD era Governo, o PS fazia exactamente o mesmo. Merecem-se mutuamente.
Dentro deste ciclo baixo, não sou dos que dou muita importância a uns impulsos a mais ou a menos. Mas já me preocupa a tendência para a falta de energia de instrumento tão fundamental de medida de força e também de jeito!...
De facto, a natureza está muito bem feita. É que se o PIB não é içado às alturas, logo aparece o défice em todo o seu esplendor.
Tendo-se consolidado em altíssimo grau as gorduras do Estado, por não se terem cortado, nem em termos absolutos, nem sequer em termos relativos, o sangue não aflui ao PIB e o défice tornar-se-á pujante e com francas possibilidades de ultrapassar novamente o mínimo vital. O que, na medicina tradicional, vai exigir novas drenagens de sangue de quem ainda vai mantendo o facho elevado, para sustentar os desmandos gordurosos de um Estado doente e dar imagem de um défice dentro da normalidade.
Neste círculo vicioso nos vamos consumindo. Não intervindo nos órgãos doentes, mas exaurindo os que ainda denotam alguma energia.
Falando mais a sério, o fim não vai ser feliz. Com PIB a baixar, o défice vai subir. Com a Despesa Pública a aumentar consolidadamente, serão necessários novos impostos para o défice e a dívida pública não ultrapassarem os máximos sustentáveis. Equilibram-se as Finanças do Estado num patamar mais elevado de despesa e desequilibra-se a economia num patamar cada vez mais alto de inadmissível tributação, causa da estagnação profunda.
E, neste contexto, o que as Oposições querem é que o Governo reconheça o erro de previsão!...
Nota: Tinha escrito ontem este texto. Hoje, vi publicado o texto do M. Frasquilho Viverá neste mundo? O M.Frasquilho tem proposto boas alternativas de política económica. Não há, pois, qualquer crítica ao pensamento e forma de oposição individual do M. Frasquilho.
7 comentários:
Caro Pinho Cardão,
Leio este teu post depois de ter comentado, mas ficado até agora sem resposta, no de Miguel Frasquilho.
Aqui repito o que lá disse: Admitamos que o governo revê em baixa o PIB e em alta o défice.
Muda-se alguma coisa, para além dos valores destes indicadores, aliás previsionais?
Poderia lembrar que o FMI se tem enganado muitas vezes e do seu curriculum constam muitos casos de desaires económicos em consequência das suas recomendações. Mas não vou por aí.
Vamos, então, assumir que o governo revê em baixa as previsões do PIB e em alta as défice. Que deve fazer a seguir? Cortar na despesa, ajustando à nova conjuntura, e, provavelmente contraindo ainda mais a economia?
Baixar os impostos? Esta tem sido a única medida que tenho ouvido como proposta. Achas que é tempo de o fazer?
Meu caro Amigo: A Oposição tem feito muitos disparates ultimamente, deixa-me que te diga.
O maior disparate, contudo, e falo neste caso da Oposição à direita do PS, tem sido o de não deixar o governo fazer o "dirty job" de limpar convenientemente as finanças públicas e a função pública. O Ministro da Saúde (o anterior)saiu e a oposição de direita deu o seu empurrão, a Ministra da Educação, ainda não saiu mas retraiu,porque a Oposição anda a empurrá-la alinhando demagogicamente com o sindicatos.
Se a Oposição à direita fosse minimamente inteligente deixava (e até apoiava discretamente)o trabalho de limpesa que é necessário fazer e que ela não soube, não quis ou não poude fazer quando foi poder.
Se caímos no buraco ganhamos alguma coisa em gritar, aqui d´el rei que caímos no buraco? E se caímos no buraco saímos dele puxando para baixo quem se esforça por chegar lá acima?
Para terminar conto-te uma anedota (com barbas):
Um tipo está a pescar caranguejos que coloca dentro de um balde. Passa um vizinho e, vendo que o balde está aberto, pergunta ao pescador de caranguejos se ele não receia que os bichos saltem cá para fora.
Responde o pescador de caranguejos: Não senhor, são caranguejos portugueses; se algum deles pensa trepar para sair do balde os outros puxam-no para baixo.
Gostaste?
"Claro que a Oposição aproveita para exigir do Governo, não que ministre ao dito novas medicinas apropriadas que o façam reerguer, mas que seja reconhecida a sua inacção. Quando o PSD era Governo, o PS fazia exactamente o mesmo. Merecem-se mutuamente."
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Exactamente, cada um faz o seu número de se aguentar mais tempo equilibrado na corda, ou de "fazer chichi" para mais longe, ou de suster a respiração de baixo de água durante mais tempo... agora pensar em criar condições para que a economia real avance... hummmmm
Gostei especialmente deste texto.
Só não sei que órgão poderemos atribuir ao défice. Ao PIB ...
Espero que o CardealdeAlpedriha resolva esclarecer. Fluxos sanguíneos são com ele.
Gostei particularmente do aviso do Banco de Portugal relativamente à conjuntura dos mercados financeiros. Acho que amanhã vão avisar que o Eusébio vai deixar de jogar futebol...
Bem, se o PIB baixa, então a despesa que só fazia sentido de medir em valor relativo, vai ter que baixar também. Como nada foi feito, tirando colocar as estradas debaixo do tapete, vai ferver martelada contabilística lá mais para Dezembro.
Caro Rui:
Vou recomentar-te amanhã, talvez num novo post.
Caro CCZ:
Pois é,criar condições para que a economia avance obriga a pensar, o que é difícil para político profissional e traz custos que ainda é mais difícil um político assumir.
Caro Agitador:
Muito obrigado.
E é bem verdade que o Cardeal de Alpedrinha, com a sua enorme sabedoria, experiência, sagacidade e bom senso, saberá dar o ajustado nome a esse órgão tão acarinhado!...
Caro Tonibler:
Brilhante síntese essa de ir ferver martelada contabilística lá mais para Dezembro.
Oh, se vai!...
Caro Pinho,
Pois se amanh� me recomentas atrevo-me a colocar mais um coment�rio relacionado com as marteladas contabil�sticas esperadas: Um dos maiores contributos que a Oposi�o poderia dar para a clareza das contas era propor um conjunto de regras que reduzissem ao m�nimo as possibilidades de interven�es criativas e � margem de crit�rios s�os contabil�sticos.
Suspeito, contudo, que a Oposi�o n�o esteja, tamb�m ela, interessada nisso.
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