“O que é natural nem sempre é bom”...

Foi suspensa a venda de um suplemento dietético, “Depuralina”, em virtude de eventual nexo de causalidade entre a sua ingestão e problemas graves em três pessoas.
Ouvi o Director-geral de Saúde a pronunciar-se, correctamente, sobre a suspensão.
O uso de suplementos alimentares, neste caso para emagrecer, é muito comum e acompanhado frequentemente de publicidade, por vezes agressiva, e o reforço de que sendo naturais não têm efeitos secundários. Desconhecia tamanho suplemento, mas a publicidade, tipo entrevista com uma senhora nutricionista cujo nome não me recordo, era um panegírico às virtudes de tal produto. Não gostava da forma como era feito a publicidade, aliás a par de muitas outras sobre o tema da obesidade, concluindo que o objectivo era angariar o máximo número de crédulos. Agora, acabo de ouvir a presidente de uma associação de nutricionistas a dizer, e bem, que o facto de ser natural não quer dizer que seja inócuo e que por esse motivo as pessoas têm a obrigação de consultar técnicos de saúde, nutricionistas, farmacêuticos, médicos(!), agravado pelo facto de que muitas delas não fazem alimentação saudável! Ora bem. Então as pessoas que fazem alimentação saudável têm que tomar suplementos alimentares?!
Foi pena que a senhora nutricionista que se disponibilizou para fazer o spot publicitário não tivesse esclarecido os eventuais consumidores de que deveriam tomar o produto sob orientação de um técnico esclarecido! Mas como não tinha efeitos secundários...