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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Política de dívida pública de vento em popa!

1. É notícia de hoje: em Maio continuou a hemorragia dos Certificados de Aforro, com uma saída líquida de quase € 90 milhões...
2. No corrente ano o total de saídas já soma € 347milhões, superando as saídas totais do ano anterior, que foram € 326 milhões...
3. É caso para dizer que a gestão da dívida pública prossegue eficazmente o objectivo de eliminação dos Aforristas, essa espécie abominável, herdada do antigo regime mas agora felizmente em vias de extinção, substituída por financiadores externos bem menos exigentes em matéria de taxas de juro.
4. É sem dúvida mais moderno e mais inovador colocar dívida no mercado externo, até para aproveitar a imensa folga de que continuamos a beneficiar nesse mercado e a taxas de juro muito convidativas.
5. Temos assim motivos para concluir que a política de dívida pública vai de vento em popa!
6. E, claro, ganham os contribuintes, que assim poderão ver os seus impostos reduzidos com a diminuição dos encargos de financiamento do Estado!

13 comentários:

Unknown disse...

Caríssimo,

Qual é o seu palpite quanto à taxa de jornalistas que entendem a sua ironia?

Cumprimentos.

Pinho Cardão disse...

Por cá, muitos dizem que o Ministro das Finanças é o esteio do Governo.
Também acho e concordo que ele é o maior suporte, mas das asneiras que se cometem. E vai ser pelas finanças públicas que o governo vai cair.

Eduardo Freitas disse...

Caro dr. Tavares Moreira,

Inominável!

Mas não estará o governo, ao fim e ao cabo, a subsidiar os bancos comerciais nacionais, à custa dos aforradores, de modo a que aqueles mantenham taxas de juro passivas (dos depósitos a prazo, nomeadamente) artificialmente baixas?

Tonibler disse...

Bem, já que vamos ferrar o calote, o melhor é que seja aos estrangeiros que confiam nas agências de rating ao serviço dos especuladores da economia de casino.


PS: Não consigo de deixar bem com estes comentários de professor de economia....

Tavares Moreira disse...

Caro Manuel,

Para ser franco, não tenho palpite sobre tão palpitante matéria...
As opiniões dos jornalistas sobre o que os outros escrevem são para mim matéria insusceptível de escrutínio, muito menso probabilístico...

Caro Pinho Cardão,

Meu amigo já deu provas de grande acerto nas suas previsões políticas...vamos a ver neste caso...

Caro Eduardo F.

Há quem tenha essa interpretação...mas o tiro no pé é tão violento que custa a crer que essa seja a única causa...haverá outras certamente, como a fidelidade ao erro...

Caro Tonibler,

"Os estrangeiros que confiam nas agências de rating ao serviço das economias de casino"...
Será que meu Amigo já aderiu à Retórica da Desculpabilização?
Quem diria!

Tonibler disse...

Caro Tavares Moreira,

Eu agora ando à procura de uma cátedra em Economia porque também tenho direito a uma fatia do bolo da despesa pública. Por isso, agora só faço comentários como se fosse um ilustre professor de Economia na defesa do país contra as forças perversas ao serviço da economia de casino, como as agências de rating e os vulcões, que tentam impedir que o estado português continue a sua missão de motor de uma economia que se pretende desenvolvida e integrada numa Europa dos cidadãos.
Isto é mesmo fácil...

Anónimo disse...

Boa, a questão posta pelo manuel.

Tavares Moreira disse...

Essa táctica é capaz de resultar, caro Tonibler...
Com o seu reconhecido talento, será bem capaz de encontrar novos temas para enriquecer o argumentário da Retórica da Desculpabilização...
E aí (não se esqueça de registar os direitos) pode estar seguro de que encontrará finalmente a fatia orçamental que, até agora em vão, tem buscado!

Caro F. Almeida,

Não discuto que a questão posta até é muito interessante...
Eu é que não me sinto capaz de responder...poderá o meu Amigo fazê-lo?

Tonibler disse...

Registar direitos não posso, caro Tavares Moreira. Está tudo aqui:

http://uaonline.ua.pt/detail.asp?lg=pt&c=17608&ct=60

Lusitano disse...

Meu
Caro
Tavares Moreira,
O seu artigo está muito a propósito, a ironia fica-lhe mesmo "a matar", mas por outro lado, qual a sua admiração???
Não foi este sistema criado para "democraticamente" entregar as mais valias a uns tantos especuladores e oportunistas e as despesas ficarem para os totós que acreditaram neste sistema ultra-liberal?
Não sou nenhum comunista, mas não possoa aceitar que o ultra capitalismo se possa substituir aos governos e constituirem eles próprios os Estados ditos modernos, aonde anda a tão apregoada "democracia"? Aonde andam os tão badalados direitos democráticos? Por onde andam as amplas liberdades garantidas por estes falsos Estados democráticos? Ou os direitos e liberdades são apenas para meia dúzia de "xicos-espertos" que tem a arte e o condão de enganar a maioria dos cidadãos, que parece andarem a dormir, isso, quando não se agarram às televisões a ver o futebol.
Eu, como já não sou propriamente um jovem, como já vi muita canalhice, não acredito em nada deste sistema.
Cumprimentos.

LUSITANO

Tiago Barbosa disse...

Caro Pinho Cardão,

Das minhas memórias de infância recordo-me que os esteios eram muito apreciados pelas vacas, mas para se coçarem, neles roçando as costas...

ricardo disse...

A estupidez é tanto maior quanto o facto dos aforradores externos não pagarem IRS sobre os juros, enquanto que se a dívida estivesse acessível a aforradores internos o Estado recuperaria 20% dos juros em IRS.
A quem aproveitará esta situação aberrante?

Tavares Moreira disse...

Caro Lusitano,

Não me parecem necessárias, neste caso, grandes reflexões em torno da questão do "sistema" ou outras mais ou menos ideológicas...
Estamos no domínio da asneira pura, sem mácula, proveniente da ignorância sistemática e militante!
Nestes casos não adiantará muito "matar a cabeça" com pensamentos profundos quanto à motivação dos responsáveis...

Caro Ricardo,

Ora aí está mais um factor de valorização do erro, quanto mais errado melhor parece ser o lema dos responsáveis...por estas e por outras é que estamos a percorrer a via dolorosa dos programas de austeridade!
Não é pela "crise da Europa" ou dos "ataques ao Euro" que estamos assim, é sim por erros primários de gestão macro como este (e este nem é dos maiores)...