Já não admira, pois é negócio corrente, que muitos mudem de partido, a grande maioria por oportunismo puro, em busca de novas oportunidades. Mas é original e insólito que um partido, o PS português, por força da derrota do PASOK, abjure do seu parceiro grego, camarada na Internacional Socialista e se torne camarada fraterno do Syriza, partido vencedor. Depois de António Costa nem sequer ter citado o partido irmão na adoração que prestou ao Syriza, é agora um ex-governante e ex-deputado socialista que transforma o PS no Syriza português.
Agora, para o ex-governante o PASOK foi sempre um "partido caudilhista, profundamente burguês, arrogantemente sentado em cima de uma história e de um passado que desconhece a evolução das sociedades..." e o PS "é hoje o movimento que se transforma para ser a casa mãe da inovação política".
E como o PS não é o PASOK...e em Portugal o Bloco de Esquerda morreu antes de nascer o Syriza, aí está a demonstração completa da nova religião do PS: uma união espiritual tão profunda, ao ponto de identificar adorador e adorado numa identidade única, com duas pessoas indistintas, a religião Syriza.
No fim, interrogo-me: oportunismo desbragado ou é mesmo assim?
6 comentários:
Lá a casa mãe da inovação, isso dou de barato. O que não faltam é artistas, a começar pelo 44...
De facto, casa mãe da inovação...com Costa, Ferro, Soares, Alegre, V.Jardim...
Algum PS sempre vendeu a alma para estar no poder.
O ecletismo desta gente atinge níveis outrora impensados, caro Pinho Cardão.
Trata-se, todavia, de um ecletismo governado por uma incómoda restrição: só aceita ideias ou projectos que se mostrem radicalmente inviáveis...
Daí que a tendência para o disparate se torne praticamente irreprimível.
Caro Pinho Cardão,
Eu diria que o artigo que refere serve os mesmos fins da sua posta. Taco a taco político.
O meu amigo bate no PS. O Simões evita que o BE corroia a ala esquerda do PS (que não sobe nas sondagens).
Cumprimentos, IMdR
Caro Ilustre Mandatário:
Atê concordo com o meu amigo, até porque o A. Simões me pareceu sempre da direita do PS. Mas não gosto desse tipo de habilidades em que os políticos se viciaram.
Neste caso, com a agravante de que, se o pressuposto referido pelo meu amigo estava na cogitação do Ascenso Simoes, ele não se apresenta como valido. Porque, se o PS não sobe nas sondagens, o Bloco também não.
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