- O INE divulgou hoje
informação detalhada quanto à evolução do PIB no 1º semestre/2015,
confirmando a variação positiva, de 1,5%, em relação ao mesmo período de
2014 e salientando, em especial, a forte dinâmica da Procura Interna.
- Com efeito, ter-se-á
assistido a uma expressiva aceleração do crescimento (homólogo) das diversas
componentes do Procura Interna, do 1º para o 2º trimestre do corrente ano:
Consumo Privado, de 2,5% para 3,5%; Consumo Público, de -0.4% para +0,5%;
Investimento, de 1,7% para 7%.
- Em relação ao
Investimento, a forte variação terá sido devida à formação de stocks, uma
vez que o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo teria
desacelerado, do 1º para o 2º trimestre, de 9,5% para 3,9%.
- Em termos do contributo
para o crescimento do PIB, a Procura Interna somou +3,4% e a Procura
Externa Líquida teve um contributo negativo, de 1,9%, resultante de um
crescimento das importações de bens e de serviços a ritmo superior ao
crescimento das exportações. Atenção...
- Também hoje e também o
INE divulgou informação sobre o comportamento do mercado do emprego no mês
de Julho, havendo a registar uma nova queda da taxa de desemprego, desta
vez para 12,1% (era de 12,3% em Junho), que será o registo mais baixo desta
variável desde Outubro de 2010.
- Talvez seja de alertar
os simpáticos Crescimentistas para de que se libertem do sono profundo em
que caíram e que os leva, à revelia da realidade e em estranho
exercício de sonambulismo, a insistir na necessidade de estimular a Procura Interna
com medidas discricionárias de apoio aos rendimentos das Famílias e das
Empresas.
- Acordem,
Crescimentistas, que o Sol já vai alto!
Número total de visualizações de páginas
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Acordem, Crescimentistas, que o Sol já vai alto!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
17 comentários:
Pouco a pouco voltamos à situação anterior à "crise". "Business as usual" de acordo o velho paradigma de "crescimento" através do "consumo interno", como se nada tivesse ocorrido, como se a reforma do estado tivesse sido uma miragem para a outra margem, à qual todavia não lográmos chegar...
Dr. Tavares Moreira
As notícias são boas, mas gostaria de perceber a "qualidade" dos resultados, se são sustentáveis e qual o seu impacto no défice externo.
Se a procura interna aumentar sem um reforço da competitividade como é que vai ser? Gerir estas duas variáveis de forma equilibrada é o grande desafio. Qual é a natureza do desemprego que está a ser absorvido? Sector dos bens transaccionáveis, sector exportador?
Notícias interessantes. Particularmente por não haver estado nelas(uma flutuação sem significado). O resto resolve-se. E a força deste "resolve-se" vem de uma verdade cada vez mais evidente: é que não haveria mais nada que o estado pudesse ter feito para melhorar estes números, apenas desfazer. Portugal cada vez mais a livrar-se da carga da república portuguesa, e isso é indiscutivelmente bom.
Caro Luís Alves Ferreira,
Se me permite, eu não diria que estamos de regresso à velha situação da economia, com a procura interna em desatino, gerando "profícuos" desequilíbrios nas contas com o exterior.
Felizmente estamos ainda bem longe disso, como atestam os dados sobre aquelas contas de que aqui temos dado frequente relato.
Mas existem sinais, e não podemos deixar de estar atentos a esses sinais, de uma dinâmica de fortalecimento da procura interna, a qual naturalmente se auto-alimenta, não precisando de ser insuflada com medidas discricionárias do tipo das que vêm (um pouco vagamente, é certo) ventiladas pelos Crescimentistas.
Os compromissos que já existem de redução da sobretaxa em IRS e de reposição dos cortes salariais na função pública (ao ritmo de 20% ao ano), deverão ser mais do que suficientes, na minha perspectiva, não carecendo a actividade economica de estímulos adicionais - a não ser para o investimento produtivo e de preferência em sectores produtivos de bens/serviços transacionáveis.
Mais do que isso pode conduzir-nos, de forma rápida, a uma nova fase de desequilíbrios, da qual depois será muito difícil sair a não ser de forma dolorosa - será assim tão curta a memória dos homens?
Cara Margarida,
As questões que coloca são certamente muito relevantes, cabe aos responsáveis pela política económica, bem como aos autores de propostas de política nesta fase eleitoral, dar a sua resposta.
Na resposta ao anterior comentário já dei um sinal do que é a minha interpretação destes fenómenos, posso estar errado mas é a minha sincera opinião.
Caro Pires da Cruz,
Vamos esperar que esteja cheio de razão. Em qualquer caso, devo alertar para o facto de ainda não dispormos da incontornável análise do CES sobre estes últimos dados...
Perdão, pela voz do Oráculo Galamba, estes números são uma tragédia por se basearem na procura interna. Aparentemente quando se exporta alguma coisa, devemos importar os meios de produção todos. Mas aí seria "exportação sem valor acrescentado como a refinação de petróleo". Ora bolas, precisamos mesmo que o Grande Manitú se pronuncie sobre a epistemologia destes números.
O oráculo Galamba foi discípulo ou mestre do Varoufakis? Por este andar, mestre ou discípulo, não tarda estará a ornamentar a celebrada escola de economia de Coimbra...
Em minha opinião; e eu considero-me uma besta quadrada nesta matéria, a esleições legislativas deviam realizar-se de seis em seis meses, no máximo, de doze em doze meses. Só assim - pelos resultados estatísticos que estamos a conhecer - o país resolveria os problemas do desemprego, do déficit, das exportações, da confiança dos consumidores, do aquecimento e do arrefecimento global, da camada de sarna da cadela da vizinha, dos travões do sô Manel da Eira, do grilar dos grilos, das sillydades da season, das bacoradas dos Costa, dos Rangeis e de mais não sei quantos eis que enchem os paineis das televisões, vestem caro, comem bem e passam ao lado das crises.
Caros Pires da Cruz e Pinho Cardão,
Em matéria de oráculos, nesta delicada área da análise económica e social,para além do famoso Krugmann, que tem a virtualidade de alguma volatilidade opinativa em função do local e das circunstâncias em que a mesma é emitida, a minha preferência vai claramente para a Academia de Coimbra e para o CES em especial.
Aquela tese do pavor em que as Famílias portuguesas vivem por causa de despesas extra, por exemplo, é de uma sublime profundidade, ninguém mais seria capaz de produzir tamanho raciocínio.
Caro Bartolomeu,
Sempre com a vénia devida a um valoroso e respeitável cidadão Estremenho, não entendo muito bem a ligação que faz entre a frequência/proximidade do processo eleitoral e o conteúdo das estatísticas divulgadas pelo INE...
Quererá o ilustre Comentador sugerir que o INE trabalha as estatísticas em função do prazo residual para as próximas eleições?
Se não é isso, quid juris?
Pelo contrário, caro Dr. Tavares Moreira, meu excelso e venerado Amigo.´São os governos e os seus agentes que ao aproximar-se a data das eleições se esmeram e trabalham com redobrado afãn para conseguir os resultados que geram os nºs da recuperação que o INE com inatacável esmero, cozinha... perdão... compila e publica.
Aproveitando a deixa da cara Margarida Aguiar, perguntava como vamos de défice atendendo às últimas informações. Alguém tem uma previsão para 2015?
Caro Bartolomeu,
Essa tese da submissão conjuntural dos trabalhos do respeitável INE a propósitos político eleitoralistas parece ser do tipo corrosiva-destrutiva, susceptível de causar grande dano social e epistemológico!
Caro Alberto Sampaio,
Nesse domínio, previsões ou prognósticos só mesmo no fim como se diz na gíria futebolística...e então num ano destes...
Quanto à informação mais recente sobre a matéria ela está disponível no "site" da Direcção Geral do Orçamento, é referente à execução orçamental até Julho, traçando uma panorâmica relativamente satisfatória...mas está construída, como habitualmente, numa metodologia de contabilidade de caixa, que não é a mesma coisa que a da contabilidade nacional, sendo que é esta relevante para o apuramento do défice a reportar ao Eurostat.
Tese corrosiva-destrutiva, caro Dr. Tavares Moreira?
Seria isso, se por exemplo eu viesse aqui lançar a suspeita de que todo o processo de falência do GES, a separação do banco mau e do banco bom, a criação do Novo Banco e agora a sua venda, foram propositadamente pensados para "arranjar" um banco que pudesse ser vendido e com o produto, "tapar" a diferença entre o défice público total, que segundo o relatório do CFF excedeu largamente os objectivos traçados pelo MF em resposta às exigências colocadas pela UE. Isto, apesar de todas as excelentes conclusões estatísticas sobre o crescimento da economia, apresentadas pelo INE.
Mas é claro que eu, nunca me metaria por esses caminhos.
Caro Bartolomeu,
Longe de mim supor que o meu Amigo lançaria tão insidiosa suspeita, longo de mim!
Mas começo a admitir que poderá ter sido atraído para as hostes dos ilustres Varões que consideravam o trabalho do INE meritório e digno de toda a confiança quando apontava subidas homéricas da taxa de desemprego e afundamentos quase apocalípticos da actividade económica...mérito e confiança que se esfumaram a partir do momento em que tais tenebrosas tendências se inverteram...
Na, na, na!!!
Caro Dr. Tavares Moreira,
As únicas hostes que me atraem de forma quase obsessiva, são aquelas que observam não as proféticas estatísticas mas, as concretas experiências gastronómicas Fusiológicas!
;)
Nesse ponto estamos em plena convergência, caro Bartolomeu, desvanecem-se, como por encanto, as nossas distâncias dialéticas!
Sempre foi,desde tempos imemoriais, à volta do fogo, partilhando uma refeição, que o homem encontrou a razão e a cumplicidade da sua existência. Mais tarde, adicionou-lhe o prazer do vinho que o fêz tornar-se mais eloquente mas também mais tolo. Contrariemos a tolice ébria destes tempos e deliciemo-nos com os prazeres da amizade e da boa mesa. Amen!
Ora aí temos uma excelente conclusão que, para além de tudo o mais que a recomenda, atende sabiamente ao facto de o Sol já ir muito alto...e os Crescimentistas a ressonar, na maior beleza!
Enviar um comentário