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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Tesouro volta a finaciar-se a taxa de juro negativa...


  1. Nas duas emissões de Bilhetes do Tesouro hoje realizadas, a 90 dias e a 11 meses, num total de € 1.150 milhões, no prazo mais curto foram colocados € 400 milhões, tendo sido apurada uma taxa média ponderada (TMP) de – 0,013% (compara a + 0,044% na última emissão, no mesmo prazo, a 17 de Junho).
  2. No prazo de 11 meses foram colocados € 750 milhões, apurando-se uma TMP de 0,021%, também inferior à da emissão anterior para o mesmo prazo.
  3. Curioso notar que ambas as emissões apresentam vencimentos para lá da data das eleições legislativas de 4 de Outubro, o que parece revelador da confiança dos mercados face ao que possa suceder nessas eleições…
  4. …que resultado esperarão os mercados desse acto eleitoral? Só eles poderão responder, mas a avaliar por este sinal…
  5. Quem deve estar já em estado de salivação adiantada serão os nossos amigos Crescimentistas, convencidos de que será sempre assim (ajuda do BCE é garantida), mesmo após as suas prometidas decisões discricionárias de aumento da despesa pública e outras, todas orientadas para incentivo à procura interna…
  6. Correm o risco de verem as TMP’s acompanhar as suas medidas de incentivo…para bem dos investidores, anote-se.

9 comentários:

Bartolomeu disse...

Quanto aos resultados que os mercados parecem esperar, do próximo ato eleitoral, tudo indica que dúvidas não existirão. Apesar dos empates espelhados nos resultados das sondagens, creio que a poucos restarão dúvidas de quem será de novo eleito para governar o país. Agora, a questão que não me parece estar a ser equacionada por ninguém, inclusive, os mercados, é de, no programa eleitoral dos supostos reeleitos, existir algo de suficientemente inovador, arrojado, experimentalista, cientificamente estudado ou o raio que os parta, que vá confirmar a escolha e levar o país e a sua economia para os níveis apregoados e desejados, tendo em conta SEMPRE, o necessário equilíbrio e justiça social que são afinal os pilares sustentadores do progresso económico.

João Pires da Cruz disse...

Estamos em plena espiral recessiva!

Pela primeira vez na história, Bartolomeu, houve um governo português que foi obrigado a saber que economia NÃO É problema do governo. As finanças públicas, aquilo que é de facto responsabilidade de um governo, essas é que têm que ser tratadas. Reeleito seja. Espero que seja de facto reeleito e que dure para lá do mandato de um presidente da república que não aprendeu isso. Pode ser que o próximo PR perceba alguma coisa de economia e se deixe de invenções.

mensagensnanett disse...

Porque é que existe/existiram empréstimos a juros negativos???
RESPOSTA: Porque as pessoas sabem que existem por aí 'cavadores-de-buracos' a dar com um pau... e... vão à procura de «pagadores certos».
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Nos sistemas públicos vão-se fazendo ajustamentos......
Nos sistemas privados corre tudo bem... até... abrir falência!... Leia-se: quem optar por sistemas privados (até aqui tudo bem) - quando estes entram em falência (veja-se o caso BES) - que faça flique-flaques, saltos mortais, piruetas, etc... não faça é manifestações argumentando que... a existência duma qualquer falha na regulação... implica que... deve ser o contribuinte a pagar a falência dos sistemas privados!
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No blog "Fim-da-Cidadania-Infantil" faz-se referência ao facto de ser necessário uma apresentação sistemática da actividade governamental... para que... quem paga (vulgo contribuinte) possa ter/exercer uma atitude crítica (leia-se: o Direito de Veto de quem paga).
-> Resumindo:
1- ficar à espera de auto-regulação privada/(de mercado) é coisa de otários...
2- a Regulação Estatal é necessário... todavia, no entanto... é algo que poderá ser um tanto ou quanto contornável... (nota: ver casos do BPN e do BES)
3- para que certos sectores de actividade [exemplo 1: a actividade política; exemplo 2: sectores estratégicos da actividade económica] não venham a «ficar entregues à bicharada»... é necessário que exista uma apresentação sistemática da sua actividade [ex. 1: governo; ex. 2: EMPRESAS PÚBLICAS em sectores económicos estratégicos] ... para que... o consumidor/contribuinte possa exercer uma constante atitude crítica!
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P.S.
Uma opinião um tanto ou quanto semelhante à minha:
Banalidades - jornal Correio da Manhã (antes da privatização da trasportadora aérea):
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES".

Bartolomeu disse...

Caro João Pires da Cruz, há muito que no nosso país, as questões políticas, económicas e financeiras, sociais, laborais, patronais, sindicais, fiscais, etc, deixaram de "existir" num ambiente impoluto, transparente e a visar o bem do país. Voltámos à Idade Média. Voltámos a um tempo em que o poder financeiro dita as regras e subjuga os restantes poderes, minando as uniões, os corporativismos, as agremiações e os sistemas mutualistas. Salve-se quem puder! E o Presidente da República, não querendo deixar-se infetar por esses virus perdominantes, não encontrou forças, nem reuniu apoios suficientemente capazes de os aniquilar, ou de lhes diminuir o poder.
O nosso país foi assaltado por interesses que colocaram sobre o peso da sua pegada os orgãos reguladores do estado, condicionando decisões e obrigando a uma vassalagem altamente corruptiva.
Não vamos livrar-nos deste garrote, podemos ter essa certeza. Resta-nos que a nível europeu se esgotem os recursos que alimentam a gula da alta finança, porque, na conjuntura e no contexto geral, Portugal não representa nada no xadrez das decisões financeiras a alto nível.

João Pires da Cruz disse...

Só se estiver a falar do Banco de Portugal. Afinal, é o único banco em Portugal de onde as pessoas tiram dinheiro, apesar de não serem accionistas.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Dr. Tavares Moreira
Não estaremos, em boa medida, a beneficiar das curvas de taxas de juro de curto prazo dos restantes países europeus?

Tavares Moreira disse...

Caro Bartolomeu,

Já estou muito velho para acreditar em experimentalismos político-económicos que, nos casos que conheço, redundaram, invariavelmente, em desastre!
O Senhor é um jovem, tem outras perspectivas, ainda pode acreditar nessas fantasias que não lhe fica mal...
Para mim, experimentalismo só o culinário , mesmo esse, dentro de cânones razoáveis - quando os "chefs" se põem a fazer experiências com mini doses de várias especiarias, de que resultam pratos muito bonitos mas que nos deixam uma sensação de vazio, lembro-me sempre do bacalhau do FUSO ou das costeletas da Malaposta! Isso sim é que é cozinhar!
Quanto ao regresso à Idade Média, não posso deixar de registar o seu optimismo pois, na minha opinião, o regresso foi algures para a Idade da Pedra e a um estágio bem primitivo dessa bela era!

Caro Pires da Cruz,

Não posso deixar de subscrever a tese do seu primeiro comentário, apesar de reconhecer a existência de um considerável núcleo Crescimentista na dita Coligação...embora devendo admitir que, em última análise, não tenham energia suficiente para fazer valer as suas teorias desenvolvimentistas, há que não subestimar a sua acção deletéria...

Cara Margarida,

Essas curvas andam mais ou menos paralelas e muito próximas do eixo dos XX - tanto nós beneficiamos das baixas taxas deles como eles beneficiam das nossas...note a referência que fiz ao BCE, que continua a cumprir o seu programa de compras mensais de dívida, pública e privada, por montante não inferior a € 60 mil milhões...

Bartolomeu disse...

A própria vida não é uma experiência continua, um ajustar e reajustar à realidade e ao contexto comum e particular, caro Dr. Tavares Moreira?! Então? Independentemente da idade, não poderemos continuar a viver e a aspirar viver melhor, se desistirmos de experimentar, de aprefeiçoar o resultado das experiências, de os optimizar. Esse é também o "modus operandi" dos cheffs. Eles vão juntando ingredientes, vão provando, vão adicionando e retirando especiarias e quando o resultado não é o desejado, reiniciam a experiência. Afinal, cada um de nós e todos num conjunto mais ou menos homogéneos, somos, cada um a seu jeito e nas suas áreas específicas, alquimistas. Vá lá, caro Dr. Tavares Moreira, ânimo. Tente olhar para a sociedade como para uma matéria-prima com a qual, uma boa equipe de cheffs, bem coordenada, com experiência e muita boa vontade poderá confecionar um prato abundante, de excelente sabor, capaz de proporcionar valores calóricos apropriados e restabelecer os níveis de vitaminas, proteínas, sais minerais, etc. necessários para uma vida saudável, harmoniosa e alegre. "Salus animæ in corpore sano"

Tavares Moreira disse...

Não caro Bartolomeu, não vale a pena insistir comigo em relação a experimentalismos-s tivemos, de diversa ordem, nas últimas décadas, e o resultado foi, invariavelmente como disse, muito penoso para esta pobre sociedade...
Quem como eu assistiu, por dentro, a esses experimentalismos - e tentou, sem sucesso, chamar a atenção para os seus riscos, por vezes de forma intensiva - está "curado" como usa dizer-se, não quer ver o País outra vez imerso em desordens financeiras que nos custam, no final, os "olhos da cara".
Neste particular, estou bem mais próximo do Pires da Cruz, o realista...

Caro mensagensnanett,

Um contributo muito interessante para este debate, certamente, apareça mais vezes se faz favor!