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quarta-feira, 27 de setembro de 2006

“Chama-lhe um figo!"...

O paradoxo da higienização pretende explicar por que razão certas afecções estão a tornar-se cada vez mais prevalentes. O caso das alergias e da asma enquadram-se neste conceito. A falta de agressão nos primeiros tempos de vida pode contribuir para esse fenómeno.
Evidências científicas sugerem que o contacto com os animais e com certos microrganismos pode ajudar a evitar a asma e algumas alergias, sobretudo se for efectuada na infância.
Acontece que muitas pessoas são alérgicas a gatos e como existe uma apetência especial por esta espécie os cientistas encarregaram-se de procurar soluções.
Há já algum tempo foi anunciada a produção de “gatinhos antialérgicos”, e mesmo a clonagem dos felpudos. Agora surge a notícia, segundo a qual, uma empresa norte-americana de biotecnologia conseguiu eliminar a proteína responsável. Ou seja, um em cada 50.000 gatos não possui a dita proteína responsável pela alergia. Identificaram-na. Agora, é só pô-los a reproduzir. O preço não é barato, mas não devem faltar compradores. Com pouco mais de 3.000 euros é possível obter um bicho com estas propriedades. No caso de quererem “perpetuar” um felino de estimação, a coisa é mais delicada, os preços sobem para os 40.000 euros. Se aliarmos a clonagem reprodutiva a "gatinhos antilaérgicos" abre-se uma boa área de negócio, porque há sempre pessoas, por esse mundo fora, capazes de desembolsarem tamanhas quantias.
O senhor Presidente da República, na sua visita a Espanha, convidou os cérebros portugueses a regressarem ao país e aos que vegetam por estas bandas para não saírem. Palavras sábias e sensatas. O pior é o resto! Com tantos licenciados desempregados (40.000?), doutorados sem condições práticas, e com as carteiras vazias, aliados às vítimas do encerramento acelerado de empresas por esse país fora, devido ao facto de não sermos competitivos, vem o senhor ministro da economia dizer que o nosso futuro assenta na mão-de-obra especializada. Mãos não especializadas parece que há, pelos vistos, com fartura, e quanto às especializadas deverão estar enfiadas nos bolsos ou a apertarem a cabeça de muitos pensando no que fazer com a vida.
As áreas das tecnologias são vitais, nomeadamente da biotecnologia. Por exemplo, podíamos começar a produzir, também bichinhos “antialérgicos” ou a clonar animais de estimação a preços mais competitivos! Bom, neste último caso a nossa experiência resumiu-se apenas a um animal. Inicialmente tinha sido previsto clonar um bovino, mas por causa da falta de dinheiro tiveram que contentar-se com um ratinho, que morreu em 2005, e que se chamava Figo!
Ponham um ratinho à frente de um gato, quer seja ou não “antialérgico”. Chama-lhe um figo! Mas o que estão a “colocar” à frente dos portugueses, especializados e não especializados, não é muito agradável, estando muito longe de chamarem à sua situação um figo

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