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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fofocas parlamentares

Em entrevista publicada ontem no DN, a Procuradora Dr.ª Cândida Almeida considerou que “ havendo uma investigação criminal e sujeita ao segredo de justiça… haver um inquérito parlamentar, do meu ponto de vista puramente técnico-jurídico, é negativo".
E mais disse que gostaria que “a opinião pública dissesse se prefere saber essas… fofoquices, entre aspas, e peço desculpa pela palavra, ou se gostaria ver a justiça feita e os criminosos condenados, e os inocentes inocentados”.
Na linha do que expressei aqui há dias, não posso estar mais de acordo.
Por exemplo, tirando as fofocas, o inquérito parlamentar ao BCP saldou-se, como não podia deixar de ser, por conclusões inconclusivas. E medidas? Nenhumas, ao que se sabe.
De facto, não são as medidas que motivam as Comissões de Inquérito, mas a simples oportunidade de, através destas, os seus membros mais proeminentes aparecerem nas televisões a "desancar" no partido rival, por qualquer ligação directa ou indirecta, real ou suposta ao caso em apreço. Depois de aparecerem, a tarefa acabou!...

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pinho Cardão, este episódio, vários outros do passado, sucessivas comissões de inquérito, a total inutilidade prática da AR dado fazer o que o governo a manda fazer, enfim, vários episódios que vêm sucedendo ao longo dos anos (e aqui é indiferente o governo ser PS ou PSD) levam-me de há muito a ir mais além do que questionar apenas a utilidade das comissões parlamentares de inquérito. A minha questão é, precisamente, para que serve, num país como Portugal, a Assembleia da Républica mais do que mero verbo de encher, corpo presente e, claro, porque fica sempre bem ter um Parlamento.

Ouçam-se os debates e veja-se o que se passa nas Cortes de Madrid e tirem-se as conclusões...

Bartolomeu disse...

Em minha opinião, caro Dr. P.C., a opinião pública (tambem) deseja que se faça justiça e que, como diz a Senhora Directora do DCIAP, os criminosos sejam condenados. A fofoquice, é quase sempre obrigatória, pois em todos os casos "cabeludos" que chegam ao conhecimento público e que se encontram em investigação e ou em julgamento, têm como protagonistas pessoas que, ou são figuras públicas, diplomatas, políticos, gente da alta finança, etc. Em suma, pessoas de quem a opinião pública, espera um comportamento ético e moral acima de qualquer suspeita. Talvez porque se descobre sempre a implicação de pessoas com esse estatuto, os processos se arrastem infinitamente e muitas vezes prescrevam ou sejam arquivados, sem que os culpados venham a ser condenados, excepto pela moral pública...

António Pires disse...

A quem interessa que a PJ saia da investigação? Aos das fofoquices.
Quem veio a público defender a "honra" da AR? O porta-voz do PS.
A quem se associa sistematicamente as fofoquices ligadas ao BPN? Ao "cavaquismo" e a Cavaco Silva.
Não custa muito a perceber, pois não?

Tonibler disse...

Caro Pinho Cardão,

Pois eu discordo completamente. Explicando:

A senhora procuradora, ou lá aquilo que é, que faça o trabalho dela atempadamente. Se os nossos representantes entenderem que ela dança, ela dança. Se entenderem que ela canta, ela canta. Agora, se os nossos representantes são uma bosta, bem, isso é um problema nosso, não é dela. Ainda se apresentasse resultados significativamente melhores que os inquéritos parlamentares, até poderia ser que a fizessemos representante. Mas nem isso!...