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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

No reino da ficção!...

Pé ante pé, subrepticiamente, silenciosamente, ou, pior, dizendo tantas vezes o contrário, o Governo vai aumentando os impostos.
O Orçamento para 2009, agora aprovado, estabelece um novo e agressivo aumento da carga fiscal para os automóveis novos: 15,6% nos automóveis a diesel, e 5,2% nos carros a gasolina.
Este aumento dos impostos irá implicar, só por si, um acréscimo no preço dos carros, à volta de 2,5%. De aumento em aumento de impostos, a despesa pública está cada vez mais respaldada, mais próspera e proeminente e a economia mais pequena e definhada.
Desavergonhadamente, o Governo vai dizendo diz que diminuiu a despesa e os impostos.
Concomitantemente e contraditoriamente, o Ministro das Finanças também vai dizendo que prefere aumentar a despesa e, naturalmente, aumentar os impostos, para relançar a economia.
Anestesiados pela crise e pela propaganda, os cidadãos já nem reagem às contradições do Governo. E, confortavelmente instalados, os barões do maior partido da oposição discutem o sexo dos anjos, quando não, porventura de forma irónica, o da Presidente do Partido!...

5 comentários:

Tavares Moreira disse...

Caro Pinho Cardão,

Uma "pequena" divergência, somente: não se tratará apenas de ficção...também é convicção...de fazer mal, vero "talent de mal faire" na adaptação do célebre (mas tão esquecido) lema do Infante de Sagres...

Ruben Correia disse...

Como relacionar, de forma compreensível, esse aumento de impostos com o recentemente anunciado "estímulo" à indústria automóvel, pelo impagável Pinho? Estarei a ser paranóico ou este governo anda a gozar connosco à grande (e pelo que confiscam, à francesa também).
Ora de um lado queremos tirar mais dinheiro à economia (nomeadamente à classe média, retirando-lhe assim ainda mais liberdade), mas por outro somos muito generosos e solidários com a economia, e prodigalizamos em linhas de crédito e benefícios fiscais à la carte (isto apenas para quem se souber mover bem nos corredores do poder, onde se faz e desfaz o sucesso duma empresa cá no burgo, e se prepara o futuro poiso de tão clarividentes governantes). Não seria mais lógico reduzir a carga fiscal, dando assim mais liberdade às pessoas para decidirem onde devem gastar (ou melhor ainda, poupar!), o dinheiro que ganharam com o esforço do seu trabalho, e deixarem de brincar à planificação da economia?

Estou como o Camilo Lourenço hoje de manhã no RCP, já não percebo nada disto!

Pinho Cardão disse...

Caro RXC:
De facto, não é para perceber.
Aqui no 4R,como terá visto, se nos vai lendo, cá vamos denunciando estas contradições, que constituem a face mais visível das políticas do governo.

Suzana Toscano disse...

O PSD apresentou há dias o programa de trabalho do Instituto Sá Carneiro, com uma sala a abarrotar de pessoas interessadas em trabalhar na esperança de contribuir para um país melhor.Enquanto Alexandre Relvas meteu mãos à obra, mobilizou pessoas e apresentou propostas de trabalho para desenvolver, o Director do Gabinete de estudos, com a aura de consultor de Obama, resolveu anunciar que "é difícil mudar a cultura e a mentalidade de uma instituição" e que, apesar de ter podido contar com pessoas "excelentes", não tinha "condições" para trabalhar. É o que se chama um incompreendido. Desistiu depressa.Como diz o povo, só fazem falta os que estão.

Jorge Oliveira disse...

Cara Suzana Toscano

Com este seu comentário, acaba de confirmar os motivos avançados pela imprensa de ontem e que terão levado Sampaio e Mello a abandonar o cargo. Eu não conheço o senhor, nem sequer sabia que era ele o actual director do Gabinete Estudos do PSD. Saí do partido há dois anos.

Mas eu não me precipitaria a fazer a crítica (nem o elogio) que aqui faz a Suzana. Trabalhei no Gabinete de Estudos entre 1998 e 2002, tanto na versão "distrital" como na versão "nacional" e testemunhei a reduzida importância que o Gabinete possuia dentro do partido. Tudo dependia da personalidade e projecção mediática do respectivo director.

No meu entender, as sucessivas direcções do PSD nunca conseguiram articular devidamente o Gabinete de Estudos dentro da estrutura do partido. Ora, isto não pode acontecer com o organismo que tinha (ainda tem?) a missão de preparar o programa eleitoral e de governo. Porque, se não tem essa missão, e se serve apenas para dar uns "palpites" ao ouvido do(a) presidente do partido, então que adopte outra designação e se mantenha na sombra.

Não sei se actualmente o Gabinete de Estudos continua a ter menos meios do que o IPSD. No meu tempo não tinha nada. Nem sequer um simples retroprojector. Tínhamos de pedir emprestado ao IPSD.

Inconformado, tratei de arranjar um, que por sinal lá deixei, em generosa cedência militante. E foi esse que serviu para a apresentação do trabalho do então GEN, em Janeiro de 2002, na sede do partido, com a sala a abarrotar (cheirava a vitória nas eleições de Março, como efectivamente aconteceu).

No final de uma jornada de três dias, Mira Amaral, então director do GEN, entregou um volumoso dossier a Durão Barroso, que cinicamente o agradeceu, para depois o deitar para o lixo. Este homem fez tanto mal ao partido…!

Ora, se continua a existir uma discrepância de meios atribuidos ao Gabinete de Estudos e ao Instituto Sá Carneiro, e se a Presidente do partido se digna abrilhantar uma sessão pública para apresentação de projectos (?) do IPSD, evento sem dúvida prestigiante e que nunca se verificou com o Gabinete de Estudos, então julgo que está na hora de tomar uma decisão reformista (não é o PSD um partido reformista?) integrando o Gabinete de Estudos no próprio IPSD.

Em lugar de apresentar projectos (?), o IPSD assumiria claramente a responsabilidade pelo estudo e debate interno dos temas que devem fazer parte do combate político do partido, culminando na preparação do programa eleitoral e de governo.

Esta integração teria também a vantagem de proporcionar um estatuto de maior prestígio aos militantes que dessem o seu contributo, levando à adesão de um maior número.

Com efeito, é de recear que a designação Gabinete de Estudos tenha caído em descrédito. Nas grandes empresas, sobretudo as estatais, quando se quer afastar os quadros que se tornam incómodos cria-se um departamento ou gabinete de estudos para onde se atiram não só os incómodos, mas também aqueles que, coitados, já não "batem" lá muito bem da cabeça.

Por isso, é de crer que dê muito mais prestígio a um militante pertencer ao Instituto Sá Carneiro do que ao Gabinete de Estudos do PSD.