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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quinze dias por terras da China XXI: A busca da esmola e da compaixão


A vida dura dos camponeses fá-los atacar os turistas com a mesma perseverança com que amanham a terra. Habituados às cheias que tudo levam ou às secas que tudo vencem, não desistem de tirar da terra o pão e o arroz que já séculos os alimentam. Nunca se dão por vencidos, na abordagem aos turistas. Estes, pouco habituados à rudeza, acabam por sossobrar e comprar o que nunca sonharam.
Alguns procuram a compaixão e a esmola de uma forma violenta e deprimente. Como a da velhinha corcunda e dobrada, eterna imagem da China ancestral, que procura algumas moedas correndo continuamente atrás de um búfalo, duzentos metros para cá, duzentos metros para lá, em plena estrada nacional, aproveitando estrategicamente um local habitual de paragem de viaturas, para apreciarem a paisagem.
Algures, perto de Guilin.

4 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão
Impressionante o contraste, agora patente nesta fotografia da sua magnífica reportagem, entre a China "evoluída" e a China rural e pobre.
Até me admira que as autoridades chinesas permitam que a pobreza ande pelas estradas a pedir esmola!

Bartolomeu disse...

Impressionante é o termo, concordo com a adjectivação escolhida pela cara Drª. Margarida. Sentido de oportunidade foi aquele que o caro amigo Dr. Pinho Cardão revelou possuir, ao fotografar e publicar esta "parábola".
Mas, apra alem dos aspectos que a imagem e o texto nos oferecem à apreciação e à critica, podemos ainda verificar a perfeita cumplicidade entre humanos e animais, talvez ditada pela exiguidade de condições de vida. Se notarmos com atenção, tanto a idosa senhora, como os dois búfalos, o que ela segura pela corda e que o caro Dr. descreve como caprichoso(porque obriga a chinezinha curva a correr os 200 mts.-estrada), como o outro mais jovem e portanto mais caprichoso, porque não se deixa prender à arreata da senhora do chapéu de palha, todos se encontram curvados e... com a perna esquerda "dobrada" e a direita a sustentar por inteiro o peso do "corpo". Bom, o rigor obriga-me a fazer aqui uma ressalva, é que, no caso dos búfalos, o que está dobrado, ou em posição de quebrado é a pata e não a perna, é bom que se separem as águas.
;))))
Isto hoje está a começar bem, está, está.
Acho que este Bartiolomeu começa a merecer um bom puxão de orelhas pela insistência nas hipérboles.
;)))

Pinho Cardão disse...

Cara Margarida:
De facto, e em boa verdade, não vi, salvo algumas raríssimas excepções, como nas escadas do Metro de Pequim, alguém pedir esmola nas ruas. A própria velhinha da fotografia não pedia esmola, apenas esperava naturalmente uma remuneração pelo esforço que fazia, que deixava as pessoas paradas a ver...

Caro Bartolomeu:

O meu amigo realmente caprichou num hiperbólico sentido de observação e de fina leitura física e psicológica!...