Número total de visualizações de páginas

domingo, 30 de janeiro de 2011

Em língua, somos mesmo bons!...

Por lá, no Egipto, é a revolução popular a vir para a rua e a derrubar o governo.
Por cá, a revolução linguística está mais adiantada e acabou já com o país. O Egipto deixou de existir. Nasceu o Egito.
Só não sei é como se passam a chamar os indígenas desse país nascente. Egípcios, não, com toda a certeza!... Egítios? Egícios?
Enfim, com tanta simplificação, é cada vez mais difícil falar português.
Porque escrever, já não interessa: é coisa que qualquer "magalhães", mesmo mal amanhado, lá vai resolvendo.

10 comentários:

SLGS disse...

Caro Pinho Cardão, essa mesma dúvida me coloquei ontem quando, assistindo pela TV às
manifestações, vi referido o Egito. Que raio de coisa......

Bartolomeu disse...

Ok, Sr. Dr. Pinho Cardão, vamos lá então elaborar um novo acordo ortográfico-político-luso-egípcio.
Trocamos Hosni Mubarak por Cavaco Silva, Ahmad Fuad Mohieddin por José Socrates e Ahmed Shafiq por Passos Coelho.
Que lhe parece?
Alternativamente, podemos recorrer a um programa especial do "magalhães" para tentar perceber se esta será a ortografia futura, ou se iremos continuar a escrever com a mesma... acentuação.

Pedro Paiva disse...

É óvio que são egítios!
Ou será óbio que são egícios?!?!?

Sequeira disse...

Arranja-se um vocábolo semelhante ao que JWBush arranjou para o gregos - grécios!

C.B. disse...

E tudo isto por causa do novo “Acordo Ortográfico da Língua Brasileira”. Publico aqui uma opinião que manifestei há alguns meses no Blog “O Pré-datado”, a propósito do mesmo tema e das mesmas confusões.


Os meus amigos estão a falar de quê? Do novo acordo ortográfico da língua brasileira? Ao certo, ao certo, não sei o que pensar. Mas o argumento de que uma língua viva tem de mudar não me convence. Se é viva, tem de viver. E ao longo da vida pode evoluir, o que é outra coisa.

Desconheço o que se passa, relativamente a esta questão, com as outras línguas europeias que se espalharam pelo mundo.

Não sei se a Espanha teve que estabelecer qualquer acordo ortográfico para a língua Castelhana com os vinte países centro e sul-americanos que têm o castelhano como língua oficial.
Se a França teve de fazer o mesmo com as suas antigas colónias.
Ou se o Reino Unido teve algum acordo ortográfico com os Estado Unidos da América, com o Canadá, com a Austrália ou com as dezenas de países que formam a Commonwealth.

Sei que têm as suas diferenças. Nalguns pontos o Inglês americano é diferente do Inglês britânico. E os vários falares castelhanos, nos diferentes países da América latina, onde foram influenciados quer pelos nativos, quer pelos imigrantes, hão-de apresentar diferenças significativas, em relação à língua mãe. E o mesmo se passará com a língua francesa.

Mas são todas línguas vivas e que vão evoluindo naturalmente. No nosso caso, penso que não havia necessidade desta mudança brusca, em que muita gente não esteve, e continua a não estar de acordo.

Agora aparecem os principais jornais e televisões a aderir ao acordo ortográfico e isso vai, para além da confusão inicial, forçosamente levar ao hábito. E daqui a uns anos já pouca gente ou ninguém se lembrará da polémica.

Por mim, vou continuar a contar com a colaboração computador, para me ajudar a corrigir os erros em português. Por enquanto. Já os espanhóis, os franceses e os ingleses não têm problemas destes.

Um abraço.

.

Fartinho da Silva disse...

Até já confundo belgas com bélgicos e espanhóis com espanheses... talvez venha aí um novo acordo ortográfico para normalizar esta matéria :)

Bartolomeu disse...

Ora aí está, caro C.B.
Comungo da sua opinião!
Porque carga de água, tem de a língua mãe correr atrás da língua filho? Porque o filho se soube projectar no mundo em diferentes vertentes, de uma forma mais sólida e mais conseguida?!
Se assim é...
Aprenda-se com o filho, mas... mantenha-se a identidade!

Suzana Toscano disse...

Caro Pinho Cardão, receio que o acordo ortográfico não se fique por aí, o que temos assistido é a uma verdadeira inovação em termos linguísticos, onde antes era "ganhar" agora é "perder", onde antes era "político" agora é "técnico", onde era "proteger" agora é "privilegiar", onde era "sucesso" agora é "lucro", etc, etc, ficamos perplexos com o que ouvimos.

Pinho Cardão disse...

Muito bem observado, cara Suzana.

Anónimo disse...

O exemplo dá que pensar. Se bem recordo a regra do novo Acordo Ortográfico é a de que caem as consoantes que se não se articulam.
Percebe-se assim que a caia o "p" em Egipto. Mas "egípcio" continuará a manter o "p" apesar da sincope que sofre a palavra-mãe...