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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A factura energética e o futuro


Agora, à custa de muito sofrimento actual e do muito que ainda nos prometem para o futuro, há que levar a sério os balanços que se fazem sobre os investimentos, a sua rentabilidade ou potencialidade, os encargos que teremos que pagar pelo que hoje se projecta e executa. A este propósito, o artigo publicado no Jornal Público por Mira Amaral e Pedro Sampaio Nunes “A factura da electricidade e a sustentabilidade económica de Portugal”merece uma leitura muito atenta. Aí se explicam os custos da “aposta excessiva nalgumas renováveis para a produção de electricidade”, custos esses que têm sido “disfarçados” e que “se irão agravar necessariamente no futuro, qualquer que seja a evolução do preço dos petróleo”. Para o aumento exponencial dos custos de interesse económico geral (CIEG), o artigo cita o alerta do Conselho Tarifário, que manifesta a sua “inquietação” para o facto de os seus avisos não estarem a ser considerados, assistindo-se "não só a um crescendo volume de encargos a suportar pelos contribuintes de energia eléctrica, como são criadas, com alguma regularidade, novas componentes”.O artigo põe ainda em causa a “aposta fantasista deste Governo no carro eléctrico, que se irá transformar noutro enorme elefante branco”. Já que estamos em maré de detectar elefantes brancos, talvez este tema valesse bem uma reflexão.

4 comentários:

jotaC disse...

Cara Dra. Suzana Toscano:
Estive a ler o "bota abaixo" sobre as energias renováveis e, dado os factos apresentados, sou levado a concordar. No entanto julgo haver obrigação internacional de cumprimento de quotas de CO2.
Assim impõe-se a seguinte questão: -Qual a alternativa!?

Pedro Sampaio Nunes disse...

Caro JotaC,

A alternativa é aquela que todos os Governos com pessoas competentes à frente da definição sua política energética está a seguir: Energia nuclear. O Reino Unido, a França, a Finlândia, a Holanda, a Suiça, para alem da Suécia, da Itália (que tinham moratórias para encerrar as suas centrais) a Polónia, a Turquia, os Emiratos Árabes Unidos, (que não tinham energia nuclear) a Ucrânia (onde se deu Chernobyl), o Japão, a China, a Russia, a Coreia do Sul, o Brasil, etc., etc. estão todos a construir centrais nucleares.
A política de apoio sem critério à eólica e à fotovoltaica já criaram sobrecustos ao sistema que pagavam duas centrais nucleares que poderiam abastecer 40 % das nossas necessidades a um terço do preço a que estamos a pagar as eólicas.
A Coreia do Sul tem a mesma área de Portugal (cerca de 90 000 km2) tem 20 centrais em operação e mais 8 em construção e por isso é a potência industrial em que se tornou e à qual a actual crise mundial não provocou nenhuma crise interna.
Se quiser saber mais alguma coisa sobre estes assuntos a Ordem dos Engenheiros vai organizar um ciclo de debates sobre o custo da energia que começa precisamente pelo custo das renováveis no dia 17 de Fevereiro às 18H00. Será muito bemvindo, aliás como todos os leitores deste óptimo blogg.
Pedro Sampaio Nunes

jotaC disse...

Caro Pedro Sampaio Nunes:
Pela minha parte agradeço a partilha do seu conhecimento, bem como a simpatia do convite que formula.
Dado o interesse que a questão da energia suscita, farei o possível poor estar presente. Muito obrigado.

Pinho Cardão disse...

As renováveis, com as quais o Governo enche a boca, são uma enorme farsa. Por elas, paga-se um sobrecusto significativo, as empresas perdem competitividade e a economia sofre os óbvios efeitos negativos.
Claro que 95% (e estou a ser optimista) dos portugueses nem sabem nem sonham como estão a ser enganados.
Honesto seria o Governo explicar como se forma o preço da electricidade para os cidadãos conhecerem o que lhes está a cair em cima.
De facto, o preço de venda não resulta de um mercado livre concorrencial, mas de um somatório de encargos onde os custos de opções puramente políticas apresentam significado relevante.
Claro que, enquanto assim for, não há o estímulo que um mercado concorrencial propicia. O preço deixa de ser transparente. Ademais, quando o sobrecusto se deve a opção política, devia sair fora da tarifa. E ser o Estado a suportá-lo, através de indemnização compensatória a atribuir.