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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

"Pietá"...


Consegui. Pela primeira vez na minha vida tenho uma Pietá. Poderei afirmar que santos e santas é coisa que não me falta por estes lados. Uma mania como qualquer outra poderão dizer. Talvez sim, talvez não. Adoro arte sacra, desde sempre, provavelmente devido a uma bela imagem setecentista da minha mãe. É minha, foi sempre minha e continuará a ser enquanto existir. Presumo que fiz alguma espécie de "imprinting" quando nasci sob o seu olhar. Adoro-a. É minha. Julgo termos uma identidade comum. Adoro essa imagem. Um dia versejarei mais a seu propósito, a seu e a meu. Pronto. Penso ter justificado o meu gosto, atração, ou admiração, pela arte sacra onde consigo vislumbrar a fascinante mistura da arte e da fé. Duas artes que não consigo entender, nem dominar, mas que me fascinam e me emocionam. Recebi uma Pietá, uma representação que me atrai sobremaneira por muitos motivos, a representação da dor, a tranquilidade do momento, o respeito pelo sofrimento, o símbolo da força da vida sobre a morte, e o efeito da morte sobre a finalidade da vida. De todas as imagens, a única que consegue absorver os meus pensamentos e retirar-me do mundo em que vivo é a imagem de uma mãe com o filho morto nos braços, a morte nos braços da vida. A existência a olhar para o seu futuro. A dor de uma mãe a olhar para o repouso do seu filho. Não há imagem mais bela, mais triste, mais reveladora da nossa essência do que esta. Não há outra igual. Para mim representa a verdadeira imagem da existência, a vida abraçando a morte dolorosa de um filho

4 comentários:

Luis Moreira disse...

É verdade. A Pietá é a obra mais bela que alguma vez vi. O corpo de Jesus ainda está quente...

MM disse...

Desde que, ha muitos anos, vi a obra original, em Florenca, que nao deixo de pensar no belo-horrivel da imagem (o belo da escultura e o horrivel do sentimento da Mae, pela morte do filho, ambos tao evidentes naquela obra prima) e de pensar como sobreviver a tamanha dor...

Luis Moreira disse...

Não em Florença. À entrada da basílica no Vaticano, logo à direita

MM disse...

Talvez tenha razao, mas ja la vao cerca de trinta anos e associo a escultura a Florenca...