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domingo, 8 de dezembro de 2013

Silêncio da natureza



Andei, andei e não vi ninguém. Fiquei ali durante alguns momentos no silêncio da natureza sem gente.

2 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Professor Massano Cardoso
Há silêncios que sáo de ouro. É impossível não nos rendermos!

Bartolomeu disse...

O silêncio é muitas vezes associado à escuridão, ao vazio, à ausência de vida. O Simões e o Gare Funkel ;) têm um tema musical muito interessante acerca do silêncio: http://www.youtube.com/watch?v=4zLfCnGVeL4.
Mas no silêncio, quando escutado com a alma, podemos encontrar os sons mais maravilhosos, os nossos sons pessoais e os mais tangentes da natureza e por conseguinte, da essência humana. Conta-se, contam e vou recontar, tentando não acrescentar qualquer ponto, à história do discípulo que se aproxima do seu mestre e lhe pede para que este o ensine a ser uma excelente pessoa. O mestre diz-lhe então para se dirigir a uma densa floresta e ficar lá durante o ano, passado esse ano, deveria voltar e contar-lhe com pormenor, tudo o que tinha escutado. O discípulo, obedece e durante um ano vagueia pela floresta, tentando ouvir o máximo de sons. Quando finalmente regressa à presença do Mestre, relata-lhe que ouvira o canto das aves, o som dos regatos, o vento por entre a folhagem, etc. Ao terminar o seu relato, o Mestre pediu-lhe que regressasse à floresta e permanecesse lá durante mais um ano e que ouvisse tudo o mais que lhe fosse possível. O discípulo, apesar de intrigado pela insistência do Mestre; porque achava que não haveria mais nada que pudesse ouvir, resignou-se e voltou à floresta.
Passado alguns dias e noites a escutar com a máxima atenção todo o som que lhe chegava, começou inesperadamente a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que havia escutado até então e, sem pressa, deteve toda a sua atenção nesses sons que cada vez mais se tornavam nítidos, provocando-lhe uma sensação de encantamento. Então, pensou: Estes devem ser os sons que o Mestre queria que eu escutasse.
Passado algum tempo de completo êxtase, o discípulo decidiu regressar à presença do Mestre, relatando-lhe a sua experiência. Com imensa calma e respeito descreveu-lhe que escutara o inaudível som do Sol a nascer e a beber o orvalho da noite nas folhas das ervas e o inaudível som das flores a abrirem-se ao Sol, da terra a aquecer.
Então o Mestre respondeu-lhe: Ouvir o inaudível, é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, os seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor, perceber o que está errado e atender às reais necessidades de cada um.

O meu Amigo Massano Cardoso, sem consultar o Mestre, nem passar anos numa floresta, já aprendeu, escutando o silêncio, a ser uma Grande Pessoa.