Campanha – Antes de o ser já o era. Para facilitar utiliza-se o termo pré-campanha o que torna a campanha uma pós-pré-campanha. Assim se compreende como no nosso quadro jurídico eleitoral se esgotam dois preciosos meses em que tudo fica à espera do que vem a seguir. Se juntarmos o período de dissolução com o período compreendido entre o acto eleitoral e a investidura parlamentar do governo, facilmente duplicamos aquele prazo.
Inaugurações - Quem está na oposição promete, quem está no poder inaugura. «Boas inaugurações são as que resultam de muito querer, de muito pensar, conceber e decidir», segundo Paulo Portas. Acrescente-se, muita imaginação. Como é que o Ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar, acompanhado pelo Secretário de Estado dos Assuntos do Mar, consegue inaugurar um cais em Lamego? Brilhante!
Promessa – Em campanha é do que há mais, o que lhe reduz o valor e credibilidade. Cada vez mais, uma promessa eleitoral identifica-se com aquilo que dificilmente se pode cumprir. Exemplo recente do Eng.º Sócrates: “subir os rendimentos dos idosos mais pobres do país para o limiar da pobreza”. Justo e justificável é, mas será exequível? Se o limiar não for alterado, estamos a falar de cerca de 300.000 pensionistas, com uma prestação suplementar mensal de cerca de 90€, o que representa um encargo anual de cerca de 324 ou 378 milhões de euros, consoante se pague 12 ou 14 meses. E o deficit meus senhores? E o deficit?
Tapete – Aquilo que se tira ao vizinho do lado quando se torna incómodo. Depois de tirado, raramente se consegue devolver. O vizinho fica sem tapete e só o seu sentido de responsabilidade o faz manter a qualidade de “vizinho”. A função do tapete é determinante para se ter uma boa ou má vizinhança. Ir ao tapete, expressão utilizada no boxe quando se cai em resultado de golpe violento, traiçoeiro ou não. Quando se tira o tapete já não se pode mandar o vizinho ao dito. Deveria sair para fora do ringue.
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