De acordo com uma sondagem publicada hoje no Publico, "mais de metade dos portugueses acham que protecção civil está mal preparada". Se me fizessem a mesma pergunta que fizeram aos inquiridos entraria directamente para a categoria dos Ns/Nr (Não sabe / Não responde). Mas estes não representam mais que 11%. Conclusão 89% julgam saber o suficiente sobre protecção civil para poder emitir opinião. A capacidade de emitir opinião sem conhecimento é impressionante. Tão impressionante quanto a capacidade dos nossos jornalistas de tirar conclusões alarmistas e sem fundamento. Aceitaria facilmente a pergunta: tem confiança na protecção civil em Portugal? Mas não foi esta a pergunta formulada.
O exemplo é paradigmático do tipo de avaliação que se faz do comportamento da opinião pública e da forma como se tiram conclusões dos estudos de opinião. Um pouco por toda a parte este tipo de abordagem é recorrente. São os fóruns, as bancadas centrais, os inquéritos, as sondagens, os debates públicos. Em todos eles é reveladora a capacidade dos "portugueses" de falarem do que não sabem, nem, pelo menos, tentam saber. Mais grave se torna o incorrigível defeito quando para a praça pública se lançam suspeitas sobre responsabilidades pessoais de algumas figuras públicas. Os julgamentos à boa maneira da "justiça popular" são cada vez mais vulgares. Nestes casos "os portugueses" julgam e condenam só porque "acham".
Somos cada vez mais um país de "achados"!
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