A química cerebral de vários estados e emoções tem sido objecto de estudos e análises profundas. As modificações observadas no nosso comportamento têm tradução a nível de diferentes mediadores cerebrais. Alegria, medo, raiva, ódio, tristeza, felicidade, acompanham-se de aumento da concentração de alguns e diminuição de outros. Uma das razões da utilização das drogas é a procura dos seus efeitos a nível cerebral. No fundo, intensificar o que já ocorre naturalmente.
Uma dessas substâncias, feniletilamina, também conhecida por “hormona da paixão” tem sido responsabilizada, a par de outras, de arroubos amorosos. Provoca uma sensação de felicidade. Esta substância também existe nos produtos naturais ou de origem sintética.
Não sei se o elixir de amor que a criada de Isolda tinha preparado para a noite de núpcias com o rei Marco, e que foi bebido pela princesa e Tristão, continha feniletilamina. O que é certo é que ambos foram tomados de uma paixão louca quando chegaram à Cornualha. Chocolate não deveria ser, porque na altura era desconhecido nesta parte do mundo. No entanto, dizem as más-línguas que Montezuma não podia satisfazer o seu harém sem cinquentas taças de chocolate por dia! É conhecido que o chocolate é fonte de várias substâncias, nomeadamente, a feniletilamina. E, não é por acaso que lhe está adstrita uma certa aura afrodisíaca. Quem viu o filme “Chocolate”, ou leu a obra homónima de Joannes Harris, recorda-se da ousadia e atribulações da forasteira ao abrir uma loja de chocolates ao lado da igreja, em plena Quaresma, numa pequena localidade conservadora. O corrupio na aquisição e as mudanças observadas a nível do comportamento das pessoas bem podiam ser da responsabilidade da feniletilamina!
O grande problema desta classe farmacológica tem a ver com o uso de substâncias como o ecstasy, assim como outras, cujas propriedades psicotrópicas, semelhantes, são muito poderosas. O facto de serem tão intensas acabam por se acompanhar de complicações perniciosas em termos de saúde. Os efeitos imediatos provocam euforia, maior predisposição ao carinho, maior vulnerabilidade a actividade sexual, além de hipertermia súbita. A longo prazo, perda de peso, alterações cognitivas e comportamentais começam a ser comuns.
As autoridades portuguesas começaram a utilizar kits para a detecção de drogas perigosas que podem por em causa a segurança nas estradas. Entre essas substâncias encontram-se opiáceos, anfetaminas, cocaína e seus metabolitos, canabinóides, metanfetaminas (ecstasy) e benzodiazepinas. Os testes são de uma sensibilidade muito elevada. Apesar de certa confusão na interpretação dos resultados positivos das benzodiazepinas, que ainda não consegui compreender, estamos perante uma medida correcta que pode dar um contributo positivo.
Agora imaginem se inventam kits para detectar a “hormona da paixão”! Um humano sob o seu efeito também tem alterações do comportamento. Será que a sua condução pode ser influenciada pondo em risco a segurança? Já estou a ver um GNR a dizer a um automobilista: - O teste foi positivo! – Positivo!? – Eu não bebo, não fumo, não tomo drogas, nem tranquilizantes, e o teste deu positivo? – Deu sim senhor(a)! – O(a) senhor(a) deve estar apaixonado(a) – Não sabe que é proibido conduzir no estado de “paixão”?! E às tantas ainda come chocolate…
Uma dessas substâncias, feniletilamina, também conhecida por “hormona da paixão” tem sido responsabilizada, a par de outras, de arroubos amorosos. Provoca uma sensação de felicidade. Esta substância também existe nos produtos naturais ou de origem sintética.
Não sei se o elixir de amor que a criada de Isolda tinha preparado para a noite de núpcias com o rei Marco, e que foi bebido pela princesa e Tristão, continha feniletilamina. O que é certo é que ambos foram tomados de uma paixão louca quando chegaram à Cornualha. Chocolate não deveria ser, porque na altura era desconhecido nesta parte do mundo. No entanto, dizem as más-línguas que Montezuma não podia satisfazer o seu harém sem cinquentas taças de chocolate por dia! É conhecido que o chocolate é fonte de várias substâncias, nomeadamente, a feniletilamina. E, não é por acaso que lhe está adstrita uma certa aura afrodisíaca. Quem viu o filme “Chocolate”, ou leu a obra homónima de Joannes Harris, recorda-se da ousadia e atribulações da forasteira ao abrir uma loja de chocolates ao lado da igreja, em plena Quaresma, numa pequena localidade conservadora. O corrupio na aquisição e as mudanças observadas a nível do comportamento das pessoas bem podiam ser da responsabilidade da feniletilamina!
O grande problema desta classe farmacológica tem a ver com o uso de substâncias como o ecstasy, assim como outras, cujas propriedades psicotrópicas, semelhantes, são muito poderosas. O facto de serem tão intensas acabam por se acompanhar de complicações perniciosas em termos de saúde. Os efeitos imediatos provocam euforia, maior predisposição ao carinho, maior vulnerabilidade a actividade sexual, além de hipertermia súbita. A longo prazo, perda de peso, alterações cognitivas e comportamentais começam a ser comuns.
As autoridades portuguesas começaram a utilizar kits para a detecção de drogas perigosas que podem por em causa a segurança nas estradas. Entre essas substâncias encontram-se opiáceos, anfetaminas, cocaína e seus metabolitos, canabinóides, metanfetaminas (ecstasy) e benzodiazepinas. Os testes são de uma sensibilidade muito elevada. Apesar de certa confusão na interpretação dos resultados positivos das benzodiazepinas, que ainda não consegui compreender, estamos perante uma medida correcta que pode dar um contributo positivo.
Agora imaginem se inventam kits para detectar a “hormona da paixão”! Um humano sob o seu efeito também tem alterações do comportamento. Será que a sua condução pode ser influenciada pondo em risco a segurança? Já estou a ver um GNR a dizer a um automobilista: - O teste foi positivo! – Positivo!? – Eu não bebo, não fumo, não tomo drogas, nem tranquilizantes, e o teste deu positivo? – Deu sim senhor(a)! – O(a) senhor(a) deve estar apaixonado(a) – Não sabe que é proibido conduzir no estado de “paixão”?! E às tantas ainda come chocolate…
5 comentários:
Sr. Professor muito obrigada, foi muito esclarecedor, principalmente a parte do chocolate.
Excelente caro professor, como sempre a formula resultou em pleno, informação e boa disposição. Nesta caso ainda com a advertência final que nos pode poupar uma multa. Este post teve ainda a propriedade de me esclarecer uma dúvida antiga, relacionada com o meu estado de permanentemente apaixonado... é que em pequeno até lambia a prata ados chocolates.
:)))))
Caro Professor Massano Cardoso
Aprendi imenso com o seu texto. Apaixonante o tema da "hormona da paixão"!
O chocolate tem realmente muitas qualidades. Para além da sua função afrodisíaca, parece que é também indicado como anti-stressante. Portanto duas boas razões para comermos chocolate. O problema é que não há bela sem senão!
Parece que o chocolate não faz bem à saúde "física". Tem muita gordura. E a gordura hoje em dia já não é formosura!
Um homem ( e uma mulher também) apaixonado ao volante deve ser um perigo! Se conduzir, não se apaixone...Talvez este possa ser o slogan de uma campanha de segurança rodoviária, antes de começarmos todos a soprar para o "balão das paixões"!
Muito interessante! E eu a pensar que era carente! É que apetece-me sempre chocolate, não antes mas após...
Acho que não tarda vamos ver filas intermináveis paradas na estrada a soprar no balão! Ou então só se pode comprar chocolate com receita médica! Pessoas alteradas ao volante? Nem pensar! Se abolirmos também o café e se houver testes de tensão arterial depois da saída dos empregos, ou começa muita gente a andar a pé - a bem do colestrol e da obesidade - ou começamos finalmente a ter um grau de civismo nas estradas parecido com o dos países nórdicos. Grandes males, grandes remédios!O que será deste país sem podermos comer chocolate? O Prof. Massano lembra muito bem o estado de infelicidade da população da aldeia nesse filme girissimo "Chocolate", bem sei que não havia automóveis, mas que eles melhoraram muito, isso melhoraram... Além disso, pelo que diz o Prof. Massano, ainda poderá haver o efeito colateral da redução da já reduzidissima taxa de natalidade!
Enviar um comentário