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domingo, 12 de agosto de 2007

A felicidade pertence à vida e a vida existe na felicidade...

Escrevi em Maio, aqui no 4R, um texto sobre ”O que nos faz felizes" (ler aqui http://quartarepublica.blogspot.com/2007/05/o-que-nos-faz-felizes.html#comments).
Mergulho de novo nas "águas da felicidade", não porque tenha descoberto a fórmula mágica, mas para partilhar de novo "O que nos faz felizes". Como dizia a certa altura no texto “A felicidade pertence à vida e a vida existe na felicidade; é por isso mesmo que a felicidade está, naturalmente, com dimensões diferentes, continuamente ao nosso alcance”.
Um destes dias, acabei a escutar uma senhora que eu julgava que conhecia – contactava com ela num grupo de voluntários – pessoa modesta e muito bondosa, que, sem se referir à felicidade porque esse não era o tema da nossa conversa, disse com uma enorme sabedoria e grande simplicidade algumas coisas muito bonitas sobre a vida.
Fiquei, depois, a pensar na verdade daquela senhora e a perceber porque é que ela me respondeu com uns olhos a explodir de alegria quando a certa altura lhe exclamei: A (…) é uma pessoa muito feliz, não é!?
Dizia a (…) que o importante na vida é termos a certeza do amor e da amizade. Esta certeza confere-nos uma estabilidade e uma segurança que nos pode fazer imensamente felizes, porque nos assegura que no dia a dia, nas decisões mais ou menos importantes das nossas vidas, na tristeza e na alegria, o amor das pessoas de quem gostamos e que por nós sentem o mesmo, está presente, está lá, não temos que ter duvidas, vai lá estar. Que quando é assim, temos em quem confiar, temos quem nos compreenda e o mesmo podem contar essas pessoas em relação a nós.
A (…) dizia também que depois era importante criar em cima dessa estabilidade momentos de felicidade, procurando sobretudo dar, porque na volta há sempre alguma coisa para receber. E a felicidade constrói-se dando e recebendo, porque há sempre alguma coisa para dar; dar de uma forma generosa, sem outro motivo que não seja expressarmos dessa forma o amor e a amizade que sentimos e que reconhecemos em relação aos outros.
Na verdade não há caminhos únicos ou receitas milagrosas para obtermos a felicidade, pela simples razão de que cada pessoa é um ser único, tem uma história de vida que também é única e porque afinal de contas cada vida é um caso único. Mas há mensagens e exemplos de vida a que não somos indiferentes porque, justamente, encontramos aí muito daquilo que pensamos, fazemos e desejamos.
Nada de novo, é certo, mas confirma que cada em de nós deve procurar fazer da felicidade um modo de sentir a vida, de a viver com os outros, em particular com as pessoas de quem gosta e que lhe são mais queridas. A felicidade é uma daquelas palavras mágicas em relação à qual cada um de nós tem uma vivência e um sonho, uma sensibilidade e intuição próprias, uma ideia ou mesmo uma certeza do que é ou do que não deve ser.
É um tema que obviamente devemos ter presente nas nossas vidas porque o que verdadeiramente nos deve preocupar é vivermos felizes e fazermos felizes aqueles que estão à nossa volta, em especial aqueles que dependem de nós e de quem nós dependemos para sermos felizes.

6 comentários:

Massano Cardoso disse...

O seu post fez-me sentir hoje particularmente feliz. Em boa hora o escreveu e deu algo de si.
Há dias em que precisamos de sentir que há alguém que se preocupa com o bem-estar e transmita felicidade...
Bem haja.
Um grande beijo.

Bartolomeu disse...

Cara Margarida, espero que não esteja neste post a competir com o Dalai Lama.
Perdoe a inconveniencia da brincadeira.
"A felicidade é uma daquelas palavras mágicas em relação à qual cada um de nós tem uma vivência e um sonho"
Concordo em absoluto com a sua afirmação. Felicidade tanto pode ser uma plavra plena de significado, como pode ser uma busca gorada por um objectivo utópico. Isto, claro, se a busca for efectuada num sentido inverso àquele que seja o desejável para cada um de nós. Quantos perseguem fama, dinheiro, moda, absolutamente convencidos de que, se o conseguirem alcançar, encontraram a ambicionada felicidade. Quantos, sem perseguirem nenhum destes "valores", encontram a felicidade ao virar de uma esquina, no olhar humilde de um pedinte, ou no exemplo de alguem que abenegadamente dedica a sua vida ao serviço da humanidade. Felicidade é efectivamente uma palávra de conteúdo mágico.

Suzana Toscano disse...

É um belo texto para ler no domingo à noite, dá-nos um suplemento de alma para a semana que começa!Nunca é demais lembrar como a felicidade tem que vir de dentro de nós, e muitas vezes é tão simples descobri-la...

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Professor Massano Cardoso
Obrigada pelas suas palavras. Deixou-me particularmente alegre. É na alegria de escrever o que me vai na alma mais profunda que às vezes tenho vontade de partilhar estes dizeres mais "espirituais"...

Caro Bartolomeu
Essa do Dalai Lama é que eu não esperava!
As suas inconveniências brincalhonas são sempre bem vindas. Mande sempre!
Quanto à felicidade, a mistura da vivência e do sonho faz dela um lugar mágico que a cada momento se descobre e advinha...

Suzana
Boa semana, com a alma bem grande para fazer e acontecer muitas e boas coisas...

Clara Carneiro disse...

Margarida, parabéns pela sensibilidade que transparece deste seu texto.
Como nós podemos ajudar, um pouquinho k seja, a dar tb um pouquinho de felicidade a quem nada tem.
Só pensar como Portugal, este País sereno, ainda tem 2 milhões de cidadãos a viver abaixo do limiar de pobreza!!!
Número tremendo...e persistente!

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Clara
É verdade, com pequenos gestos, que afinal não custam nada, podemos fazer felizes muitas pessoas. E é tão fácil!
Se cada um de nós desse um bocadinho, nem que fosse um sorriso, a felicidade estaria melhor repartida...