Foi hoje assinalado, embora não se tenha dado muito por isso, o Dia Mundial da Alimentação. Este dia foi criado para consciencializar a Humanidade para o flagelo da fome e da desnutrição que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
Vivemos num mundo de mundos muito diferentes, em que são brutais os contrastes nas condições de vida das populações. Mas ambos os mundos têm um denominador comum: neles habitam seres humanos e a alimentação é a base da vida.
De um lado do mundo, temos a fome que continua a aumentar e atinge actualmente cerca de 840 milhões de pessoas. De acordo com dados relatados recentemente pela ONU, a fome mata diariamente 24.000 pessoas e mais 100.000 devido a causas relacionadas com desnutrição, o que eleva o número total anual de vítimas a mais de 45 milhões.
A privação de alimentação é causa de grande sofrimento e impede o normal desenvolvimento da pessoa humana originando um ciclo vicioso de pobreza difícil de quebrar. A fome impede o crescimento das crianças, não cria defesas para resistir às doenças e provoca o envelhecimento precoce.
Neste mundo da fome as preocupações centram-se na sobrevivência, através do apelo a programas internacionais de ajuda alimentar aos continentes e países mais necessitados e do reforço dos investimentos públicos no sector agrícola.
Do outro lado do mundo, em particular no mundo ocidental, as preocupações relativas à alimentação encontram-se num patamar de qualidade, assegurada que parece estar a quantidade, em que ganham importância a educação nutricional e a segurança alimentar. Com efeito, somos cada vez mais alertados para a necessidade de uma alimentação saudável, que combine os alimentos em quantidade e qualidade adequadas ao organismo. Uma alimentação em excesso é tão perigosa para a saúde como uma alimentação insuficiente. Nas sociedades ocidentais muitas doenças crónicas (obesidade, cancro, colesterol, entre outras) que conduzem a problemas de saúde grave e à morte prematura prendem-se com hábitos alimentares errados.
Em Portugal vivem-se os dois mundos, ou melhor, os dois mundos convivem no mesmo mundo. Com efeito, há fome em Portugal. Há hoje mais pobres a precisarem (pedirem) de ajuda do que no passado. Mas há também uma maior consciência da sociedade civil interessada em ajudar no combate à fome. Para se ter uma ideia, em 2006 os Bancos Alimentares contra a Fome beneficiaram 216 mil pessoas com ajuda alimentar, através de 1.200 organizações de solidariedade social que receberam ao todo 18.400 toneladas de alimentos. Em simultâneo, educação nutricional e qualidade e segurança alimentares vão ocupando, embora lentamente, um maior espaço nas preocupações das autoridades públicas e na vida das pessoas. Portugal é, ainda, um país de grandes contrastes!
Uma coisa é certa, no mundo da fome, em qualquer dos dois mundos, a solidariedade desempenhará um papel cada vez mais importante… Mas a vontade política é determinante...
Vivemos num mundo de mundos muito diferentes, em que são brutais os contrastes nas condições de vida das populações. Mas ambos os mundos têm um denominador comum: neles habitam seres humanos e a alimentação é a base da vida.
De um lado do mundo, temos a fome que continua a aumentar e atinge actualmente cerca de 840 milhões de pessoas. De acordo com dados relatados recentemente pela ONU, a fome mata diariamente 24.000 pessoas e mais 100.000 devido a causas relacionadas com desnutrição, o que eleva o número total anual de vítimas a mais de 45 milhões.
A privação de alimentação é causa de grande sofrimento e impede o normal desenvolvimento da pessoa humana originando um ciclo vicioso de pobreza difícil de quebrar. A fome impede o crescimento das crianças, não cria defesas para resistir às doenças e provoca o envelhecimento precoce.
Neste mundo da fome as preocupações centram-se na sobrevivência, através do apelo a programas internacionais de ajuda alimentar aos continentes e países mais necessitados e do reforço dos investimentos públicos no sector agrícola.
Do outro lado do mundo, em particular no mundo ocidental, as preocupações relativas à alimentação encontram-se num patamar de qualidade, assegurada que parece estar a quantidade, em que ganham importância a educação nutricional e a segurança alimentar. Com efeito, somos cada vez mais alertados para a necessidade de uma alimentação saudável, que combine os alimentos em quantidade e qualidade adequadas ao organismo. Uma alimentação em excesso é tão perigosa para a saúde como uma alimentação insuficiente. Nas sociedades ocidentais muitas doenças crónicas (obesidade, cancro, colesterol, entre outras) que conduzem a problemas de saúde grave e à morte prematura prendem-se com hábitos alimentares errados.
Em Portugal vivem-se os dois mundos, ou melhor, os dois mundos convivem no mesmo mundo. Com efeito, há fome em Portugal. Há hoje mais pobres a precisarem (pedirem) de ajuda do que no passado. Mas há também uma maior consciência da sociedade civil interessada em ajudar no combate à fome. Para se ter uma ideia, em 2006 os Bancos Alimentares contra a Fome beneficiaram 216 mil pessoas com ajuda alimentar, através de 1.200 organizações de solidariedade social que receberam ao todo 18.400 toneladas de alimentos. Em simultâneo, educação nutricional e qualidade e segurança alimentares vão ocupando, embora lentamente, um maior espaço nas preocupações das autoridades públicas e na vida das pessoas. Portugal é, ainda, um país de grandes contrastes!
Uma coisa é certa, no mundo da fome, em qualquer dos dois mundos, a solidariedade desempenhará um papel cada vez mais importante… Mas a vontade política é determinante...
2 comentários:
Drª Margarida Aguiar.
Sei, pelo que habitualmente escreve, que é muito sensível a estes assuntos.
É um drama o que se passa no mundo, nesse mundo tão perto e ao mesmo tempo tão distante do nosso. Mas sou sincero. Preocupa-me sobremaneira, o que se passa aqui ao meu lado.
Ontem, na TV, dizia-se que um quinto dos portugueses está no limiar da pobreza!
Tem razão a Drª Margarida, quando aqui diz:
«Em Portugal vivem-se os dois mundos, ou melhor, os dois mundos convivem no mesmo mundo. Com efeito, há fome em Portugal. Há hoje mais pobres a precisarem (pedirem) de ajuda do que no passado. Mas há também uma maior consciência da sociedade civil interessada em ajudar no combate à fome».
Como se compreende, ou melhor: que razões haverá que justifiquem haver dois milhões de pessoas (em dez milhões) a caminho da pobreza!?,
Caro invisivel
Tenho escrito várias vezes sobre o tema da pobreza Ainda recentemente a propósito dos dados divulgados em Agosto pelo Eurostat sobre o poder de compra e o gap entre rendimentos dos mais ricos e dos rendimentos mais pobres na UE (ler mais em http://quartarepublica.blogspot.com/2007/08/as-surpresas-no-acabam.html#comments). Os dados divulgados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística por ocasião do Dia Internacional de Erradicação da Pobreza confirmam, como não poderia deixar de ser, a situação traçada pelo Eurostat relativamente à pobreza em Portugal. Com efeito, aproximadamente 1/5 da população residente em Portugal vivia (inquérito realizado em 2005) em risco de pobreza. Ou seja, os adultos abrangidos dispunham de rendimentos médios mensais de 360 €. Os idosos e os menores de 16 anos registavam as taxas de pobreza relativas mais elevadas, respectivamente 28% e 23%.
A falta de sensibilidade social é certamente uma explicação para a situação degradante a que se chegou. Um País que não se desenvolve, não cresce e não produz riqueza não tem depois riqueza para distribuir. Mas, no entretanto, são necessárias políticas económicas e sociais activas que aliviem a pobreza.
Deveríamos estar todos muito preocupados com o rumo que as coisas têm estado a seguir...
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