Querem reintroduzir a questão religiosa em Portugal? Esperem por 2009! É o título de um artigo da jornalista Graça Franco no Público de hoje. Aqui deixo um excerto.
“…Mas a verdade é que foram 7.353.548 portugueses a proclamarem-se, no ano da crise de 2001 (último disponível) não apenas como cristãos, mas (imagine-se?) como católicos. Fizeram-no pelo seu punho, sem pressões, e quando os formulários do INE lhes diziam expressamente resposta facultativa e avisavam ainda para um perigo: a resposta a esta pergunta implica autorização para o tratamento dos respectivos dados. E a pergunta era tão só: indique qual a sua religião. Depois, oito quadradinhos à escolha, incluindo a opção sem religião.
“…Ou seja, mais de sete milhões (com mais de quinze anos de idade) não resistiram a confidenciar ao INE o que não deveria, na óptica do jacobinismo intelectual em voga, transpirar para fora dos confessionários, invadir o espaço público e, menos ainda, contaminar as estatísticas nacionais...”.
“…Os sobreviventes do espírito da perseguição de 1910 vêem agora no centenário um nicho de oportunidade para dar a varredela final à padralhada….Tiveram por isso a genial ideia de exigir uma declaração escrita aos moribundos para que possam requerer o simples serviço de um padre. Não podem substituir-se-lhes familiares, amigos ou funcionários hospitalares. À pala da liberdade e do pluralismo religioso, querem agora impor uma entidade reguladora da liberdade religiosa, para assegurar a boa regulação das consciências…”
“…Mas a verdade é que foram 7.353.548 portugueses a proclamarem-se, no ano da crise de 2001 (último disponível) não apenas como cristãos, mas (imagine-se?) como católicos. Fizeram-no pelo seu punho, sem pressões, e quando os formulários do INE lhes diziam expressamente resposta facultativa e avisavam ainda para um perigo: a resposta a esta pergunta implica autorização para o tratamento dos respectivos dados. E a pergunta era tão só: indique qual a sua religião. Depois, oito quadradinhos à escolha, incluindo a opção sem religião.
“…Ou seja, mais de sete milhões (com mais de quinze anos de idade) não resistiram a confidenciar ao INE o que não deveria, na óptica do jacobinismo intelectual em voga, transpirar para fora dos confessionários, invadir o espaço público e, menos ainda, contaminar as estatísticas nacionais...”.
“…Os sobreviventes do espírito da perseguição de 1910 vêem agora no centenário um nicho de oportunidade para dar a varredela final à padralhada….Tiveram por isso a genial ideia de exigir uma declaração escrita aos moribundos para que possam requerer o simples serviço de um padre. Não podem substituir-se-lhes familiares, amigos ou funcionários hospitalares. À pala da liberdade e do pluralismo religioso, querem agora impor uma entidade reguladora da liberdade religiosa, para assegurar a boa regulação das consciências…”
3 comentários:
É um erro colossal e me parece de um oportunismo clamoroso esse assédio jacobino.
O contexto dramático com que qualquer um de nós se confronta não se pode compaginar com formulários. No mínimo, pela negativa, o que seria admissível era que o próprio doente deixasse expressa a sua recusa ou dispensa de semelhantes serviços espirituais, mas isto, segundo creio, sempre funcionou ou verbal ou gestualmente.
Já vi doentes correrem com violência um Padre, mas o que vi frequentemente foi o contentamento e conforto sôfrego de uma extensa maioria.
O jacobinismo é anacrónico. E a via seguida pelo Governo não faz sentido nem sequer sob o ponto de vista economês.
Não deixa de ser interessante, no entanto, que quando solicitados a respeitar a doutrina católica num acto legislativo, com ameaças de excomunhão à mistura, apenas uma pequena percentagem o tenha feito.
Ainda, se pegarmos no consumo nacional de preservativos e os dividirmos pelos 2 647 000 remanescentes, chegamos à conclusão que não ser católico é duma felicidade excessiva...
"Embora o Logos seja eternamente válido, os homens são incapazes de compreendê-lo, não só antes de ouvi-lo mas mesmo depois de o escutar" de: Heráclito de Éfeso...
Hoje, levantei-me à hora habitual e fui a uma pastelaria com fabrico próprio, em Arruda dos Vinhos, tomar o meu pequeno-almoço. Um croissant com fiambre, "untado" com vestígios de manteiga, acompanhado de meia-de-leite. Considero este habito um ritual. Em seguida voltei para casa, onde após mudar de roupa, "armado" de moto-serra, "empuleirado" no meu tractor, fui dedicar-me à tarefa de cortar em pedaços uns troncos de oliveira, que foram arrancadas por se acharem sêcas. Deve parecer-lhes estranho, oliveiras sêcas, essa árvore que é tão resistente, como é possível que seque? Mas é verdade, sêcas. E secaram, somente porque umas cabras que tive, roeram-lhe a casca desnudando-as por completo. Ainda hoje estou sem entender, se elas secaram por excesso de pudor, ou se de frio.
Enquanto serrava calmamente o tronco daquelas árvores, ia sentindo o pazer de poder desfrutar do bom tempo e da liberdade de poder gerir o tempo a meu bel-prazer. Estas excelentes sensações, embalaram-me em muitas e diferentes reflexões. Uma delas, levou-me a uma interrogação: porque estaria ali a cortar aquela lenha, em lugar de na igreja, assistindo a liturgia de domingo, ouvindo o padre ler as escrituras (escolhidas segundo o seu critério)"sermoando" aquilo que em seu entender, é importante que o povo ouça? Depois, pensei, se tenho em casa sistemas que me permitem o aquecimento necessário durante o inverno, porque estou então a cortar esta lenha?
A resposta a estas reflexões veio de imediato, com a lembrança dos breves serões de inverno, quando os olhos se desviam da leitura e pousam nas chamas ondulante, crepitantes que se elevam dos troncos e me transportam recuando no tempo, talvez 500 anos antes de Cristo, sentado ao redor de uma fogueira acesa por Heráclito de Éfeso, no meio de um olival, na antiga Grécia. Ouve-se então a voz do filosofo proferir "A oposição traz concórdia e da discórdia nasce a mais bela harmonia. Os despertos têm um mundo em comum enquanto os adormecidos cada um possuí o seu próprio mundo privado.
Depois deste meu devaneio, gostaria de deixar duas interrogações.
Os jacobinos a que se referem, são aqueles camponezes podres que antes da revolução francesa ser reuniam no Mosteiro de S. Tiago, porque detestavam a monarquia e queriam implantar a república?
E... Catolicismo, é a função universal que obriga a igreja Apostólica Romana a difundir a Palavra de Jesus Cristo pelo mundo?
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