Como muitos dos nossos comentadores sabem, decidi aqui no 4R testemunhar o meu apoio ao candidato Obama desde o primeiro momento da abertura da corrida às “primárias” do Partido Democrático, altura em que todo o favoritismo era atribuído à Senhorita Clinton.
A maior parte dos actuais fervorosos apoiantes domésticos de Obama eram nessa altura apoiantes da Snrta. Clinton, olhando para Obama com desconfiança quando não com desdém…percebe-se, a Snrta aparecia-lhes com todas as características de elemento do establishment e estes nossos dedicados amantes da democracia e do esquerdismo de vida fácil e repleta de primores do Estado viam nela um candidato à sua maneira, prometia-lhes muitas alegrias de sofá…
Sempre foi meu entendimento que os USA tinham necessidade de um novo Presidente de tipo “transformacional” (na curiosa expressão de Colin Powell), alguém que rompesse com uma longa hegemonia de castas políticas e que permitisse que os USA surgissem perante o resto do Mundo com uma nova face e uma nova mensagem com as quais o resto do Mundo melhor pudesse identificar-se.
Ao mesmo tempo, elegendo um candidato como Obama, os USA seriam capazes de dar ao Mundo uma enorme lição de democracia, escolhendo um Presidente que emerge, na sucessão presidencial americana como uma figura fora da série, um “homem novo” um pouco à imagem daquele de que Cristo falou e projectou na sua epopeia messiânica…
Que outro grande país seria capaz de uma ousadia destas? A França? A Rússia? A China? Nem pensar! Seria loucura admitir tal coisa!
É bem possível que a política americana nem se altere objectivamente muito, nomeadamente na frente externa…mas aos olhos do resto do Mundo, todos tenderão a ver novidade em qualquer aspecto ou capítulo da política do Presidente Obama e muitas portas que hoje se mostram fechadas virão a ser abertas ou entre-abertas...pode bem acontecer, por exemplo, que a resolução do quase insuperável conflito do Médio Oriente encontre finalmente uma saída.
Entre muitas outras, são estas algumas das principais razões pelas quais desde muito cedo formei a opinião de que Obama seria a solução necessária para os USA.
Mas também, pelas mesmíssimas razões, sempre pensei que a pior escolha, ao nível dos principais candidatos, seria a Snrta Clinton…ela constituía aos meus olhos a personificação, porventura com um pouco mais de pó rosa – mas mais nada – da continuação de uma política de que o Mundo está algo saturado, a continuação do mesmo, o cansaço do mesmo.
Sou suficientemente franco para dizer que, tivesse sido outro o cenário – McCain versus Clinton por hipótese – eu daria preferência ao candidato que se opusesse à Snrta Clinton…
Assim, continuo a ser por Obama e espero muito sinceramente que ele seja anunciado, no próximo dia 5 de Novembro, como o novo Presidente dos USA.
8 comentários:
Desde que me conheço, sempre apoiei candidatos do Partido Repúblicano, começou com Reagan vs Carter, e vibrei com o resultado W.Bush vs Gore. George W. Bush desiludiu-me ao ponto de ficar neutro em 2004, mas rigorosamente neutro, indiferente, e pela primeira vez apoio um Democrata, julgo que os EUA ficariam bem governados por McCain, político honesto e decente, não tenho a mesma opinião da gov Palin, que considero ter sido um monumental erro de casting, mas nessa altura já apoiava Obama, o que acontece desde a primeira hora. Claro que nutri uma tremenda simpatia pela campanha de Ron Paul, mas nunca a levei demasiado a sério. Clinton vs McCain? Eu até apoiava Huckabee contra a sen Clinton, era lá preciso McCain. Aliás, só de pensar que a vitória Republicana poderia provocar em 2012 Palin vs Clinton, ainda me faz reforçar o apoio a Obama. Julgo que ficaremos livres dos Clinton por mais uns anos, até chegar a hora de Chelsea.
Caro Tavares de Moreira
Sabe que sou um apoiante de Mccainn e tenho pena que, possivelmente, venha a perder a eleição. O peso da economia e a dimensão da crise, aliada ao erro que cometeu durante a campanha, deslocando-se a Washington para "ajudar a debelar a crise" foi-lhe, provavelmente, fatal.
Salvo se a campanha voltar a centrar-se em carácter, pode ter alguma, muito ténue, hipotese de ganhar.
Devo confessar que a Sra Palin não é importante, não passa de uma versão do "Tino de Rãs" com saias e cinco filhos e, confesso, mais atraente que o mencionado autarca; partilha com ele, a mesma inconsciência dos ignorantes, mas sem a arrogância que costuma caracterizar estes.
Não sou apoiante de Clinton e sabe o que penso da empresa familiar, mas pior do que o clã Clinton, só mesmo os Bush. Nesse sentido, estamos livres deles para os próximos cinquenta anos. O melhor deles, Jeb, já percebeu que o irmão encarregou-se de cortar as suas aspirações e já está conformado. Felizmente que as gémeas são imbecis e se fossem tão esbeltas com o Paris Hilton já estariam nesse circuito.
Relativamente ao putativo candidato a Presidente, continuo a achar que tem ar e apenas é ouvido porque é negro e jovem; uma versão para o sec XXI do Sr Kennedy que era jovem, católico e bem parecido. O Sr BHO, se se rodear de gente tão válida como a que Kennedy reuniu pode ser um marco histórico.
Agora sobre o país apenas dois comentários:
a) Em que outra democracia velha ou jovem pode um negro de segunda geração,ser eleito presidente do país? Voçê acha que em Portugal elegeríamos o Fernando Ká para Presidente? Acha? Na Alemanha só agora existe um turco dirigente de um partido nacional e eles representam cerca de 10% da população.
b) Em que democracia pode, uma perfeita desconhecida, ser nomeada candidata a vice presidente? Acha que deixaríamos que o "Tino de Rãs" fosse sequer Secretário de Estado?
Por isso é que continua a ser um dos melhores lugares para se viver
Cumprimentos
João
Por acaso, caro Dr.Tavares Moreira, há uma coisa que aprecio em Hilary. A sua determinação, ainda no tempo em que o marido era presidente, para que os cuidados de saúde sejam universais. Não vejo mais ninguém defender isto com tanta convicção. De resto, de acordo consigo em relação a Obama, embora o «meu» candidato não tenha concorrido: Gore.
Eu fui apoiante dos democratas, mas um pouco na lógica dos que elegeram Bush para o segundo mandato. Não que fossem bons, mas porque McCain era claramente pior. E diga-se o que disser, seria catastrófico ter Sara Palin na Casa Branca. Como disse Matt Damon, ela vai falar com Putin, ela vai ter os códigos nucleares e não é uma hockey mum que vai governar um país com os seus hockey skills!
Considero ser importante a eleição de Obama. Os Estados Unidos precisam de lavar a cara e as "bloody hands" dos dois últimos mandatos, e ninguém melhor que o senador do Illinois para executar essa função.
Aguardamos com expectativa até 5 de Novembro
Caros Antonio de Almeida, João, cmonteiro e André,
Registo e respeito, com a antural divergência, vossas doutas opiniões.
Devo confessar pessoalmente uma certa simpatia por McCain e não lhe desejo mal nenhum - por isso espero que não venha a ser eleito Presidente dos USA...seria mau para o País e tb para ele...
Caro Paulo,
Meu amigo vai um pouco longe demais, se me permite, na sua diatribe anti-Obama...
E não diga, por favor que eu destilo uma forma de desprezo por Hillary, designadamente quando a trato por Señorita...
Fique sabendo que este tratamento é de grande distinção, não se esqueça de algumas famosas baladas ou boleros cantados pelo enorme Nat King Cole, onde a cada passo se apanha essa expressão como manifestação de simpatia ou mesmo carinho!
O que eu questiono é a fidalguia dos nossos pseudo-esquerdistas da boa-vida, que de Clintonianos e anti-Obamistas viraram agora Obamistas fervorosos...em um mais ritual de hipocrisia em que são doutores...
Quanto à expressão "fora de série" corrija por favor, pois não foi isso que eu disse - é parecido mas o sentido é bem diferente:"fora da série"!
E olhe que foi escrito em BOLD!
Já agora, diga lá quem é esse grande Idi Amin?
Eu sempre assumi o meu apoio a Hillary, mais pelo que fez o seu marido, do que pela competência ou qualidade da própria. Confesso também que apoio Obama, não de maneira fervorosa.
Porque julga ser mau para McCain ser o próximo presidente dos U.S.A.?
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