Nas minhas andanças pela floresta ou à beira dos rios e margens da albufeira é comum tropeçar em lixo. A variedade é surpreendente. É possível encontrar, nos lugares mais remotos, tudo o que se possa imaginar. Apesar desta constância, mesmo assim não consigo habituar-me. Ponho-me a pensar como é possível as pessoas terem atitudes deste jaez. Será que não conseguem descortinar o mal que fazem ao meio e a si próprios? Será que não têm consciência dos perigos que os seus filhos e netos irão correr? Será que não têm um mínimo de consciência ecológica? Serão tão selvagens ao ponto de procederem como procedem? O que é que passará pelas cabeças quando lançam aqueles artefactos para o rio ou para as margens? Às tantas não pensam, porque o seu forte não passa pelo cérebro, mas sim pelo estômago ou outros órgãos! Os que actuam desta maneira também não deverão ser muito diferentes noutras matérias que vão desde a honestidade à solidariedade, passando pelo respeito e lealdade. A flagrante capacidade de poluir o meio ambiente traduz uma forma de “auto-poluição” cívica e uma descarada falta de princípios que devem nortear os seres humanos. Basicamente, estes comportamentos revelam falta de educação e de formação que, entre nós, atingem níveis baixos e preocupantes. Só com um grande esforço e aplicação será possível inverter este estado de coisas.
As gerações mais novas começam, felizmente, a revelar atitudes que irão revolucionar o meio ambiente no futuro. Criancinhas de tenra idade exteriorizam comportamentos dignos de registo, ao construírem belos exemplos para adultos indisciplinados.
A este propósito, uma criança de 4,5 anos chega a casa e, à hora do almoço, arranca com a seguinte frase: - Sabes, vovô? Eu sou uma ecocidadã! - O quê?!! Explica lá isso melhor. Ecocidadã?! - Sim! Tenho que tratar do planeta, não posso lançar lixo no ambiente, tenho que fazer a separação dos lixos e colocá-los nos ecopontos. - Onde aprendeste isso? - No colégio! Temos uma mascote que é o Júnior. - O Júnior?! - Claro! “Com o Júnior, mãos à obra”!
Bom, o diálogo continuou e eu apercebi-me que a conversa era mesmo a sério. Ora aqui está algo que pode mudar, e muito, o futuro deste planeta tão agredido. Teoricamente, a miúda já domina princípios deste cariz, o que é notável! E na prática? Na prática, não deixa os pergaminhos por mãos alheias. Já chamou a atenção para alguns erros na separação dos lixos e, mais recentemente, no decurso de uma visita a um parque infantil, detectou no chão um pacote de sumo, uma revista e um papel de chiclete. Agarrou neles e, virando-se para a mãe, comentou: - Os humanos estão a destruir a Terra. O planeta está doente! A mãe, ao vê-la lançar o lixo num pequeno saco contentor, disse-lhe: - Então és uma médica do ambiente! - Não! Não! Sou uma enfermeira do ambiente. Ao chegar a casa contou-me o que tinha acontecido e afirmou: - Vovô, agora sou enfermeira do ambiente!
Perante o quadro que se nos depara por aí bem precisamos de milhões de enfermeiras (e enfermeiros) do ambiente. Não há dúvida! Cidadãos de “palmo e meio” revelam muito mais discernimento que muitos adultos, alguns dos quais nem um palmo de juízo têm...
As gerações mais novas começam, felizmente, a revelar atitudes que irão revolucionar o meio ambiente no futuro. Criancinhas de tenra idade exteriorizam comportamentos dignos de registo, ao construírem belos exemplos para adultos indisciplinados.
A este propósito, uma criança de 4,5 anos chega a casa e, à hora do almoço, arranca com a seguinte frase: - Sabes, vovô? Eu sou uma ecocidadã! - O quê?!! Explica lá isso melhor. Ecocidadã?! - Sim! Tenho que tratar do planeta, não posso lançar lixo no ambiente, tenho que fazer a separação dos lixos e colocá-los nos ecopontos. - Onde aprendeste isso? - No colégio! Temos uma mascote que é o Júnior. - O Júnior?! - Claro! “Com o Júnior, mãos à obra”!
Bom, o diálogo continuou e eu apercebi-me que a conversa era mesmo a sério. Ora aqui está algo que pode mudar, e muito, o futuro deste planeta tão agredido. Teoricamente, a miúda já domina princípios deste cariz, o que é notável! E na prática? Na prática, não deixa os pergaminhos por mãos alheias. Já chamou a atenção para alguns erros na separação dos lixos e, mais recentemente, no decurso de uma visita a um parque infantil, detectou no chão um pacote de sumo, uma revista e um papel de chiclete. Agarrou neles e, virando-se para a mãe, comentou: - Os humanos estão a destruir a Terra. O planeta está doente! A mãe, ao vê-la lançar o lixo num pequeno saco contentor, disse-lhe: - Então és uma médica do ambiente! - Não! Não! Sou uma enfermeira do ambiente. Ao chegar a casa contou-me o que tinha acontecido e afirmou: - Vovô, agora sou enfermeira do ambiente!
Perante o quadro que se nos depara por aí bem precisamos de milhões de enfermeiras (e enfermeiros) do ambiente. Não há dúvida! Cidadãos de “palmo e meio” revelam muito mais discernimento que muitos adultos, alguns dos quais nem um palmo de juízo têm...
2 comentários:
É verdade Sr. Professor, a maravilhosa e saborosa estória com que nos presenteia, começa a ser comum na pessoa dos mais pequenitos.
É verdade também que essa consciência adquirida, foi-lhe incutida pelos mais velhos que a dado paço perceberam que a esperança de um mundo menos mau está precisamente nessa sensibilidade que os pequenos demonstrampossuir e que não têm vergonha de praticar. É verdade que vergonha nestes casos é precisamente poluir, ou seja, o inverso de recolher e depositar em local apropriado.
Identifiquei completamente o seu sentimento de desagrado, quando passeando por locais que deveriam ser os primeiros a encontrar livres de lixo, o surpreendem (ou já não) com os mais diversos trastes. Sobretudo se pensarmos que ha 4 decadas atrás, os mesmos locais se achavam quase virgens.
Ha um tempo dei um passeio pelo baixo alentejo e em Mértola, deparei-me com exemplo interessante e contrastante: No troço em que o Guadiana passa ao lado das muralhas, existe um tosco cais em pedra com uma escadaria para a água. Então, um grupo, se não estou enganado, de escuteiros, recolheu das águas e das margens uma panóplia de lixos diversos, que iam desde o frigorífico, passando pelos pneus de automóvel, até a uma profusão de embalagens de plástico e com eles construíram uma estátua em forma de mão, com um cartaz apelando à colaboração pública para não poluir. Excelente iniciativa, sem dúvida, mas com escasso resultado, pois à volta, espalhados pelas margens, já se podiam contar um número apreciável de outras porcarias.
Há esperança nas novas gerações que se mostram muito receptivas à mensagem da preservação do planeta. Nos miúdos a adesão a causas ambientais é quase intuitiva, diria quase institiva. Também eu já recebi verdadeiras lições de como se deve levar a sério os problemas do ambiente de gente de palmo e meio.
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