
A prática é há anos do conhecimento do Ministério. Mas agora que foi notícia o Ministério admitiu a necessidade de corrigir alguns aspectos do financiamento dos hospitais e que até já tem pronta a revisão da tabela de pagamentos aos hospitais que vai entrar em vigor no próximo ano.
O Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares confirma a prática e explica que o prolongamento dos internamentos por um ou dois dias visa atingir o financiamento justo. Bonito esquema! E o bem-estar dos doentes e das suas famílias não conta?
Por outro lado, não deixa de causar perplexidade que esta prática conviva com uma outra, de sentido oposto, também há muito praticada e sobejamente conhecida, a de enviar os doentes para casa antes de tempo por falta de camas hospitalares.
Destas práticas hospitalares somos forçados a concluir que o Serviço Nacional de Saúde está doente. As suas maleitas estão há muito diagnosticadas, não fossem os profissionais da saúde médicos. As doenças vão sendo, contudo, conhecidas a conta gotas e as medidas de política de saúde tardam e vão surgindo, quando surgem, aqui e ali, numa lógica, assim parece, incoerente e desconcertada.
3 comentários:
Cara Margarida:
E não se podem exterminar esses burocratas prejudiciais que assim procedem? E se doentes estão dois dias a mais, tal facto não faz que outros tenham que esperar dois dias e fiquem mais doentes?
E não há castigo para esta preversão do sistema?
Mas se um Administrador fizer uma obra necessária e não respeitar um pormenor burocrático pode ser punido e anda nas bocas do mundo. Ao contrário, estes senhores ainda podem acabar por ser louvados pela sua perspicácia de sacar dinheiro ao Estado,isto é, a todos nós. E isto não é burla?
É impressionante a capacidade que temos para sacar o dinheiro dos nossos concidadãos...
Caro Dr. Pinho Cardão
Estamos perante uma situação em que os impostos pagos pelos contribuintes são indevidamente utilizados e em que o bem estar e a saúde dos doentes não deixam de ser atingidos, e sabe-se lá com que consequências graves para muitos deles, com a conivência das duas partes responsáveis, ministério e hospitais.
A parte fraca, os doentes, por necessidade, sujeitam-se!
É o vale tudo. E como já vamos estando habituados não se apuram responsabilidades.
Repare Dr. Pinho Cardão que este assunto, sendo grave, não teve praticamente follow up...
Caro jotaC acrescentaria como é grande a nossa capacidade para não fazermos as coisas bem feitas, para não respeitarmos as regras, para não corrigirmos os erros...
Enviar um comentário