A prática parece estar enraizada. Os hospitais prolongam os internamentos de doentes que poderiam ter alta clínica mais cedo para receberem mais dinheiro do Ministério da Saúde, para não serem "prejudicados" em termos de financiamento!
A prática é há anos do conhecimento do Ministério. Mas agora que foi notícia o Ministério admitiu a necessidade de corrigir alguns aspectos do financiamento dos hospitais e que até já tem pronta a revisão da tabela de pagamentos aos hospitais que vai entrar em vigor no próximo ano.
O Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares confirma a prática e explica que o prolongamento dos internamentos por um ou dois dias visa atingir o financiamento justo. Bonito esquema! E o bem-estar dos doentes e das suas famílias não conta?
Por outro lado, não deixa de causar perplexidade que esta prática conviva com uma outra, de sentido oposto, também há muito praticada e sobejamente conhecida, a de enviar os doentes para casa antes de tempo por falta de camas hospitalares.
Destas práticas hospitalares somos forçados a concluir que o Serviço Nacional de Saúde está doente. As suas maleitas estão há muito diagnosticadas, não fossem os profissionais da saúde médicos. As doenças vão sendo, contudo, conhecidas a conta gotas e as medidas de política de saúde tardam e vão surgindo, quando surgem, aqui e ali, numa lógica, assim parece, incoerente e desconcertada.
A prática é há anos do conhecimento do Ministério. Mas agora que foi notícia o Ministério admitiu a necessidade de corrigir alguns aspectos do financiamento dos hospitais e que até já tem pronta a revisão da tabela de pagamentos aos hospitais que vai entrar em vigor no próximo ano.
O Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares confirma a prática e explica que o prolongamento dos internamentos por um ou dois dias visa atingir o financiamento justo. Bonito esquema! E o bem-estar dos doentes e das suas famílias não conta?
Por outro lado, não deixa de causar perplexidade que esta prática conviva com uma outra, de sentido oposto, também há muito praticada e sobejamente conhecida, a de enviar os doentes para casa antes de tempo por falta de camas hospitalares.
Destas práticas hospitalares somos forçados a concluir que o Serviço Nacional de Saúde está doente. As suas maleitas estão há muito diagnosticadas, não fossem os profissionais da saúde médicos. As doenças vão sendo, contudo, conhecidas a conta gotas e as medidas de política de saúde tardam e vão surgindo, quando surgem, aqui e ali, numa lógica, assim parece, incoerente e desconcertada.
3 comentários:
Cara Margarida:
E não se podem exterminar esses burocratas prejudiciais que assim procedem? E se doentes estão dois dias a mais, tal facto não faz que outros tenham que esperar dois dias e fiquem mais doentes?
E não há castigo para esta preversão do sistema?
Mas se um Administrador fizer uma obra necessária e não respeitar um pormenor burocrático pode ser punido e anda nas bocas do mundo. Ao contrário, estes senhores ainda podem acabar por ser louvados pela sua perspicácia de sacar dinheiro ao Estado,isto é, a todos nós. E isto não é burla?
É impressionante a capacidade que temos para sacar o dinheiro dos nossos concidadãos...
Caro Dr. Pinho Cardão
Estamos perante uma situação em que os impostos pagos pelos contribuintes são indevidamente utilizados e em que o bem estar e a saúde dos doentes não deixam de ser atingidos, e sabe-se lá com que consequências graves para muitos deles, com a conivência das duas partes responsáveis, ministério e hospitais.
A parte fraca, os doentes, por necessidade, sujeitam-se!
É o vale tudo. E como já vamos estando habituados não se apuram responsabilidades.
Repare Dr. Pinho Cardão que este assunto, sendo grave, não teve praticamente follow up...
Caro jotaC acrescentaria como é grande a nossa capacidade para não fazermos as coisas bem feitas, para não respeitarmos as regras, para não corrigirmos os erros...
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