Henrique Monteiro, director do ´Expresso´, contou hoje na Comissão de Ética da AR que "na noite de uma quinta para sexta-feira o senhor primeiro-ministro telefonou-me e pediu-me por tudo para não publicar uma notícia sobre a sua licenciatura".
Acrescentou isto que poderá passar por ser um pormenor, mas que, para mim, é o aspecto que mais me deixa perplexo: terão estado nesta conversa "mais de uma hora ao telefone"!
Nunca dei excessiva importância ao episódio da ´Independente´. Existiram e existem chefes de estado e de governo que não obtiveram formação académica superior, e isso não os incapacitou de exercer os seus mandatos. Ainda que sempre tenha pensado para mim que as declarações do PM a propósito da questão da sua licenciatura poderiam, em boa consciência, ter sido mais tranquilizadoras.
Mas ideia que nunca me passou pela cabeça - ingenuidade minha? - foi a de que algum dia vivesse num País em que um secretário de estado fosse capaz de estar mais de uma hora ao telefone com um director de um jornal, pedindo-lhe "por tudo" para que não fosse publicada uma notícia que lhe era desfavorável. E que a criatura não representasse, ainda que num lampejo momentâneo, que um dia a súplica e o rebaixamento poderiam ser também elas notícia. Notícia mais embaraçante que a que se pretendeu calar. Contam-nos que isto se passou, não com um discreto secretário de Estado, mas com o PM do meu País!
Não sei se o sr. engº José Sócrates desmentirá esta declaração de Henrique Monteiro ou se se remeterá ao silêncio. Ou se esta revelação já não impressiona ante a salsada em que se transformou esta estória da alegada tentativa de assassinato da liberdade de expressão. Também não sei se, sendo verdade o que conta Henrique Monteiro, alguém que suplica a outrém que tem o poder de espalhar a má notícia, é uma pressão ilegítima ou não o é. Agora que, a ser verdade, é uma enorme estupidez, disso não tenho dúvidas.
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Acrescentou isto que poderá passar por ser um pormenor, mas que, para mim, é o aspecto que mais me deixa perplexo: terão estado nesta conversa "mais de uma hora ao telefone"!
Nunca dei excessiva importância ao episódio da ´Independente´. Existiram e existem chefes de estado e de governo que não obtiveram formação académica superior, e isso não os incapacitou de exercer os seus mandatos. Ainda que sempre tenha pensado para mim que as declarações do PM a propósito da questão da sua licenciatura poderiam, em boa consciência, ter sido mais tranquilizadoras.
Mas ideia que nunca me passou pela cabeça - ingenuidade minha? - foi a de que algum dia vivesse num País em que um secretário de estado fosse capaz de estar mais de uma hora ao telefone com um director de um jornal, pedindo-lhe "por tudo" para que não fosse publicada uma notícia que lhe era desfavorável. E que a criatura não representasse, ainda que num lampejo momentâneo, que um dia a súplica e o rebaixamento poderiam ser também elas notícia. Notícia mais embaraçante que a que se pretendeu calar. Contam-nos que isto se passou, não com um discreto secretário de Estado, mas com o PM do meu País!
Não sei se o sr. engº José Sócrates desmentirá esta declaração de Henrique Monteiro ou se se remeterá ao silêncio. Ou se esta revelação já não impressiona ante a salsada em que se transformou esta estória da alegada tentativa de assassinato da liberdade de expressão. Também não sei se, sendo verdade o que conta Henrique Monteiro, alguém que suplica a outrém que tem o poder de espalhar a má notícia, é uma pressão ilegítima ou não o é. Agora que, a ser verdade, é uma enorme estupidez, disso não tenho dúvidas.
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Pressão ou estupidez, tratando-se do chefe do governo, venha o diabo e escolha...
4 comentários:
Afinal, o 1º Ministro limitou-se a pedir...informalmente, ao que suponho, precisamente o contrário de pressionar de maneira formal!...
Mesmo assim, é condenado?
Isto aqui anda cabala!...
Ouvi as declarações de Henrique Monteiro na Televisão. Abri a boca de espanto - não imaginava que as coisas pudessem funcionar assim, certamente porque sou um ingénuo. Mas há um pormenor que gostava de perceber: como é que o PM sabia o que ia ser publicado no dia seguinte?
Tudo dúvidas doentias, certamente, próprias de imaginações férteis que julgam ouvir, ler e ver coisas que nunca foram ditas, escritas ou mostradas. Afinal esse tal Henrique Monteiro existe?
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