Quem reprovar no 8.º ano e fizer 15 anos até Agosto, pode autopropor-se aos exames nacionais do 9.º ano. Já os alunos que transitarem de ano terão que prosseguir a escolaridade normal, fazendo o 9.º ano nas aulas e não por antecipação.
Claro que a Ministra, certamente a mando do Ministério, se apressou a mostrar-se satisfeita com tal medida e a justificar tão exótica invenção.
Claro que a Ministra, certamente a mando do Ministério, se apressou a mostrar-se satisfeita com tal medida e a justificar tão exótica invenção.
Mais uma Ministra alçada, trucidada, feita em papa, deglutida e assimilada pela destruidora, voraz e insaciável máquina do mal do Ministério da Educação.
O próximo passo determinado pelo Ministério ao futuro Ministro será estender esta política a todo o ensino. Admitindo nas Faculdades apenas quem tenha mostrado o mérito supremo de ter passado ao ciclo seguinte, pelo simples facto de sempre ter chumbado no anterior.
O próximo passo determinado pelo Ministério ao futuro Ministro será estender esta política a todo o ensino. Admitindo nas Faculdades apenas quem tenha mostrado o mérito supremo de ter passado ao ciclo seguinte, pelo simples facto de sempre ter chumbado no anterior.
13 comentários:
Adoptemos a perspectiva cínica. Se não passou no 8º provavelmente também não passará no 9º e por aí ficará eternamente a ocupar espaço e a consumir recursos nas escolas. Ora, desta forma, faz-se-lhe um examezito de cacaracacá, dá-se-lhe o diploma do 9º ano e ele deixa de ocupar espaço e consumir recursos.
Claro que não é por ter um diploma do 9º ano que deixa de ser um analfabeto ou quase isso. Mas isso pouco importa dado permitir dizer que tem o 9º ano... e ser contabilizado enquanto tal!
Caro Dr. Pinho Cardão
Continuamos a persistir nas mesmas políticas e nos mesmos erros.
Quando todos sabemos que precisamos de investir na educação e na formação dos nossos jovens, facilitamos-lhes a vida. Para quê? Para terem no futuro as suas vidas dificultadas e não contribuírem para a construção de um País melhor?
Sinceramente que não percebo. Não percebo mesmo!
Vale tudo para aparentar que o país tem um nível de escolaridade superior ao que na realidade tem! Já não bastavam as "bolhas dos mercados financeiros", temos agora as "bolhas da escolaridade"!
Num futuro próximo, teremos que estar mais atentos aos profissionais cujas acções podem determinar a nossa vida ou a n/ morte, pois nunca se sabe se entre eles estarão estes "brilhantes" cérebros...
O lobby das "ciências" da educação não dá tréguas.
Quando pensamos que é impossível descer mais, eis que surge mais uma Lei, um Despacho ou uma Orientação a deixar claro que é sempre possível descer e descer e descer ainda e ainda mais!
Irra, estou mesmo fartinho deste desgoverno... e dos "lobbies" que alimenta com o dinheiro dos meus impostos.
Conhecendo como conheço o Ministério em questão, a probabilidade de a breve prazo começarem a pressionar os professores e as escolas no sentido de facilitarem os exames* de equivalência à frequência, a estes e todos os outros alunos é quase igual a 100%.
Como disse o Fenix, parece que Portugal vai marcar o mundo com uma inovação: a bolha da escolarização!!!!!
* mais conhecidos por exames internos.
Não sei precisar se me assustam mais as decisões ministeriais, se ausência de vontade de aprender que se nota evidente nos alunos, substituida em "força" pelo interesse por banalidades.
Quando olhamos para o que é a vidade de um jovem (comum) nos nossos dias, sentimos de imediato um arrepio na espinha, um desconforto, porque no mesmo instante, a nossa visão de adulto, a nossa experiência de vida, projectam esse jovem no futuro, no mundo profissional e social e invariávelmente pensamos: este gajo é um completo anormal e, interrogamo-nos que tipo de sociedade iremos ter no futuro, como irão ser os futuros advogados, gestores, médicos, engenheiros, etc? Já os operários não nos causam tanta aflição. São outro género, não precisam de saber somar ou subtrair, escrever, ou ler, basta-lhes saber em que botão da máquina carregar e esperar que os alimentos genéticamente manipulados, não lhes retirem massa muscular, por forma a conseguirem pegar nas peças que a máquina vai produzindo...
No meio de tudo; das reivindicações das asssociações de pais, dos compromissos com as taxas impostas pela UE, das pressões dos partidos na oposição, comparo a Srª ministra, à Rainha Santa Isabel, porque ainda consegue fingir que transforma algumas rosas em pães...
Embora eu seja contra as repetências até um determinado ano de escolaridade, esse despacho do ME soa-me a anedótico. Essa decisão foi tomada após um processo de consultas? As associações de pais, os professores e os outros intervenientes no sistema educativo tiveram oportunidade de dar o seu parecer? É que embora um dos objectivos da educação seja a construção da personalidade dos educandos, há que não descurar os outros aspectos igualmente (!!!) importantes: o ensinar-lhes a ler e a escrever e claro que não me refiro ao “a b c”! Desconheço completamente as idiossincrasias dos que fazem parte do Ministério da Educação. Como observadora à distância parece-me que ainda ninguém (nesse ministério) chegou a um consenso: a educação é o pilar que sustenta uma nação, uma nação responsável. Deve haver qualquer coisa que me escapa! Não pode haver tanta irresponsabilidade por parte dos governantes! O problema deve ser meu! As minhas competências cognitivas não me permitem compreender a profundidade, o alcance de tais decisões!
Muito interessante esse artigo. Learning Street.. hmmm... uma nova interpretação do termo, a meu ver, claro! Alunos a passear pelos corredores, sala de aula deixa de ter a mesma relevância...
.. ainda estou a pensar na biblioteca como “memória histórica” ... eu sou do tempo desta “memória histórica”... cronologicamente falando/escrevendo acabei de me deparar com uma realidade que tardava em dar o ar da sua graça – se calhar também já sou “memória histórica” ...
...mas, retomando o fio à meada, "descentrar o ensino da sala de aula", pois é, estas salas tornar-se-ão, eventualmente, “memórias históricas” também. Estes novos espaços que vão ser construídos ou adaptados para o novo método de ensino, suponho, que serão nas grandes centros... sim, porque não estou a ver ser alargado para as pequenas vilas e aldeias uma vez que o ministério decidiu encerrar dezenas de escolas com menos de 20 alunos. Lá vão ficar as crianças nas áreas rurais ficar, mais uma vez, em desvantagem... para variar!
E repeti “ficar” na mesma frase porque era isso mesmo que eu queria dizer: as crianças vão “ficar” : )
"Learning Street"
Mais uma invenção que Portugal vai dar ao mundo.
Em vez de escolas teremos uma mistura inovadora de centro comercial, com parque de diversão.
Caro dr. Pinho Cardão,
Há tempos atrás defendi (e mantenho) levar a cabo a extinção do Ministério da Economia(*) pela manifesta inutilidade que, a meu ver, ele reveste. O dr. Pinho Cardão não concordou comigo invocando a necessidade de haver "peso político" para fazer com que as coisas acontecessem, uma espécie de "empurrar a carroça e puxá-la" em simultâneo (mas não é para isso que o dr. Basílio Horta trabalha?).
O seu post de hoje constitui, em minha opinião, um excelente argumento para levar a cabo o desmantelamento do Ministério da Educação que, desde Veiga Simão, e apesar de Vitorino Magalhães Godinho, não cessa de destruir a Instrução e Ensino impedindo assim talvez o mais importante instrumento de ascensão social. Ao "desmantelamento da 5 de Outubro" contrapor-se-ia a "pulverização" das escolas com autonomia para recrutar professores e definir as suas propostas curriculares e pedagógicas adentro de um currículo nacional mínimo.
(*) - Em tempos de crise profunda como a que atravessamos, há outros Ministérios que podiam ser extintos sem qualquer prejuízo e muito provavelmente com significativas vantagens (a começar pelas orçamentais): Presidência, Assuntos Parlamentares e Cultura.
Caro Eduardo F.:
Tem toda a razão. O Ministério da Educação devia ser completamente desmantelado, para surgir um outro, muito mais leve e em local distante e totalmente renovado de Direcção e Quadros. O Ministério e todos os serviços autónomos que por lá proliferam. Claro que o Ministro instalador da nova Unidade teria que ter um curriculum bactereologicamente puro, não sendo admissível que algum dia, na sua carreira, tivesse tido contacto com o Ministério anterior. Ou então que tivesse dado provas de que estava vacinado e imune. Também devia ser previsto constitucionalmente vedar o acesso à Av. 5 de Outubro aos quadros do novo Ministério; como no nuclear, passar por perto seria correr o perigo de ser contaminado com o material tóxico que ainda por lá houvesse.
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