O Público de hoje publica hoje uma curta, mas notável entrevista com o Professor Jacinto Nunes. Jacinto Nunes continua a dar lições a muitos catedráticos de hoje que, no seu tempo, não passariam de Segundos Assistentes.
Pergunta: E não seriam ( agora) adequadas políticas keynesianas de reforço da procura?
Resposta: Políticas keynesianas de insuficiência da procura, não. Pelo seguinte: o mundo dos anos 30 não é o mundo de hoje, são diferentes. Não digo que mudou em três semanas. O que digo é que o mundo de há 80 anos não é o mundo de hoje. E há duas diferenças fundamentais: uma é que antes não existia a globalização e, portanto, o livro de Keynes foi dirigido sobretudo para economias desenvolvidas, EUA e Grã-Bretanha, onde a aplicação da despesa tinha os seus efeitos multiplicadores dentro dos próprios países. Agora, se em Portugal seguirmos uma politica keynesiana, vai ser um desastre, pois em equipamento importamos tudo.
Pergunta: Portanto, iríamos ajudar outros países?
Resposta: Sim. Se o Estado fizer uma politica keynesiana pura de aumento maciço de despesa, isso traduz-se num aumento da dívida externa, porque não existe oferta nacional para satisfazer esse aumento da procura.
Resposta: Políticas keynesianas de insuficiência da procura, não. Pelo seguinte: o mundo dos anos 30 não é o mundo de hoje, são diferentes. Não digo que mudou em três semanas. O que digo é que o mundo de há 80 anos não é o mundo de hoje. E há duas diferenças fundamentais: uma é que antes não existia a globalização e, portanto, o livro de Keynes foi dirigido sobretudo para economias desenvolvidas, EUA e Grã-Bretanha, onde a aplicação da despesa tinha os seus efeitos multiplicadores dentro dos próprios países. Agora, se em Portugal seguirmos uma politica keynesiana, vai ser um desastre, pois em equipamento importamos tudo.
Pergunta: Portanto, iríamos ajudar outros países?
Resposta: Sim. Se o Estado fizer uma politica keynesiana pura de aumento maciço de despesa, isso traduz-se num aumento da dívida externa, porque não existe oferta nacional para satisfazer esse aumento da procura.
Os catedráticos keynesianos de agora, que se limitam a papaguear, sem terem assimilado o que quer que fosse, vêm sustentando a política governamental de mais despesa pública para gerar crescimento. Seriam liminarmente reprovados.
Tenho vindo a defender em todo o lado e aqui no 4R (e também o Tavares Moreira) que é um erro total recorrer à teoria Keynesiana no actual contexto económico e de finanças públicas deste país. Porque o mundo efectivamente mudou: no tempo de Keynes a despesa pública era de 9% do PIB, quando agora anda pelos 50%. Por isso, empobrecemos. Um desastre, diz J. Nunes.
E, francamente, soube-me bem ouvir a voz autorizada e sabedora do Professor Jacinto Nunes. Quem soube e sabe, nunca esquece.
E, francamente, soube-me bem ouvir a voz autorizada e sabedora do Professor Jacinto Nunes. Quem soube e sabe, nunca esquece.
6 comentários:
Absolutamente de acordo, caro Pinho Cardão...embora haja um detalhe na entrevista que merece reparo, exactamente quando o Prof. J.N, diz a dada altura "Se o Estado fizer uma política keunesiana pura...".
Se fizer? Mas têm feito outra coisa que não isso mesmo?
Quanto ao resto, ok!
Uma figura de estilo do Prof. Jacinto Nunes...é delicado em tudo!...
Caro Tavares Moreira,
Imagino que até Lord Keynes diria que roubar fundos públicos não se enquadra em "despesa". Deve ser nesse sentido que "política keynesiana pura" é aplicado.
Caro Pinho Cardão,
Estas palavras são tão óbvias para quem não é economista que até dói. Mas vá lá convencer os seus colegas de que princípios retirados de forma empírica só são válidos enquanto as condições empíricas se mantiverem...
Caros Tonibler e Paulo:
De facto, é óbvio.
Mas quem vem liderando as medidas de política económica são aqueles que, por razões ideológicas, falta de estudo ou preguiça papagueiam Keynes. E são eles que, em maioria, ensinam nas Universidades.
O problema caro Pinho Cardão é que há muitos a precisar daquele conceito de JPP: uma pequena tempestade cerebral!
Quantos aos que ensinam nas Universidades, aqueles - que não todos! - que preguiçosamente utilizam a força da desactualizada propositura, já ninguém os ouve, pois está quase tudo nos manuais actualizados da vida!
Enviar um comentário