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terça-feira, 18 de maio de 2010

Sócrates

A entrevista do primeiro-ministro deu-me uma ideia de um país diferente da realidade. O país está bem. Uma pequena maravilha, tirando alguns problemas que os “outros” andam a causar. Falou, falou, não deixou que a Judite de Sousa lhe fizesse perguntas incómodas, deu a entender que está tudo bem. Enfim!, não seria esperar outra coisa. Há algo de compulsivo no seu discurso.

8 comentários:

Anónimo disse...

De uma coisa não podem acusar o senhor Primeiro-Ministro - de não ser igual a si próprio.
Estive a ouvi-lo. Mas para além das palavras, a atitude é de uma energia postiça que mal disfarça o cansaço. Aliás, mais visível no Ministro das Finanças do que no PM.
É verdade que uma crise política, nesta altura, complicaria o que já é muito complicado. Mas se os partidos políticos, e neste caso o PS, fossem entidades autónomas e racionais, resistissem ao sentimento mais primário de obedecer cegamente à voz do dono, nesta altura estaria a discutir-se uma solução alternativa na chefia do governo e na sua composição, que poupasse o País ao sofrimento dos actuais governantes que se traduz em incapacidade e notória falta de convicção nos rumos traçados.
Dizem-me que é um problema geral das lideranças europeias. Não me custa aderir a essa ideia perante os discursos erráticos de quem parece andar no escuro às apalpadelas para ver se encontra a porta de saída. A probabilidade de se encontrar o abismo é a que alguns de nós vão pressentindo.

Manuel Brás disse...

"Só sei que TUDO sei"

O psitacismo da negação
tão veemente repetido
é um sinal de instigação
de quem se sente esbatido.

Entre posturas relaxadas
e outras assaz selectivas
ficam recordações manchadas
de exactidões putativas.

jotaC disse...

Caro Professor Massano Cardoso:
Absolutamente de acordo com V.Exa.

Gostaria de dizer - considerando a invocação da palavra “medo” quanto ao investir para o futuro a que o PM se referiu, numa atitude positiva de para a frente é que é o caminho -, o conforto e desconforto que me assolou ao pensamento, de estar perante um visionário brilhante a fazer história, ou um louco a governar um país amorfo…
Como é óbvio, gostaria de estar perante um visinário brilhante!

Freire de Andrade disse...

Tem sido afirmado por muitos que o Portugal sobre o qual Sócrates fala é um Portugal de ilusão, não é o país real que nós conhecemos. No Portugal de Sócrates tudo corre bem, ou mesmo quando há uma crise (importada, claro está) há já sinais evidentes de melhoria. Este discurso constante desajustado da realidade leva muita boa gente a pensar que Sócrates quer conscientemente apresentar uma versão aformoseada das coisas, embora não ignore que as coisas não são tão formosas como quer fazer crer, sendo por vezes mesmo muito feias. No seu afã, chega por vezes a mentir. Quando as coisas mostram claramente que nada era na realidade como tinha dito, arranja sempre sofismas para tentar provar que não mentiu nem se enganou, houve qualquer coisa que não dependia da sua vontade que alterou os pressupostos.

Hoje, Vicente Jorge Silva lançou a hipótese de Sócrates afinal acreditar nas próprias mentiras. Não está a querer enganar ninguém, apenas está a falar da realidade em que acredita, sem ser capaz de ver o desfasamento entre essa realidade e a realidade real. Talvez VJS tenha razão. Porém, se esta hipótese desculpa o PM sob o aspecto moral, deixa uma dúvida muito mais preocupante: até onde pode ir este delírio e que consequências pode vir a ter para o país?

Suzana Toscano disse...

Rajoy fez um breve discurso a seguir ao anúncio de Zapatero com as medidas impostas pela Europa dizendo que se compreendia bem que a Europa não quisesse que a incompetência fosse exportada.

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

«O chamado Transtorno Obsessivo-Compulsivo ("TOC") (na literatura em inglês Obsessive-Compulsive Disorder – "OCD") é uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e compulsões, ou seja, sofre de idéias e/ou comportamentos que podem parecer absurdas ou ridículas para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes.

Compulsão é um comportamento consciente e repetitivo, como contar, verificar ou evitar um pensamento que serve para anular uma obsessão. Outros exemplos de compulsão são o ato de lavar as mãos ou tomar banho repetidamente, conferir reiteradamente se esqueceu algo como uma torneira aberta ou a porta de casa sem trancar. Deve-se deixar claro porém que para que esses comportamentos sejam considerados compulsivos, devem ocorrer em uma frequencia bem acima do necessário diante de qualquer padrão de avaliação.»

Lavar as mãos,repetidamente?
Sem dúvida!

Sargento do Templo disse...

Ainda a propósito do "tango" de Sócrates - com o seu par de dança Passos Coelho.

Em primeiro lugar, um lider - seja ele quem for - nunca deve vir a terreiro DIZER das desgraças de um país nem de um povo. De um lider espera-se - no minimo! - alento e algumas tonalidades verdes de esperança. D. Carlos, por vezes, comentava "entre paredes" a desgraceira que era este país e este povo...e lembram-se, concerteza, qual o seu destino - com ou sem culpa....não é para aqui chamado.


Os portugueses andaram, durante muito tempo, a cometer excessos a crédito - não foi apenas a questão dos gestores nem dos dinheiros dos politicos, não senhor! Foram casas de férias a crédito, carros de topo de gama a crédito, férias no Brasil ou no México.......tudo acima das reais possibilidades. Milhões a pedirem dinheiro emprestado aos bancos para sustento dos seus caprichos. Patrões (não empresários!) gastaram rios de dinheiro na compra de carros de alta cilindrada, casas(palácios!) com piscina e "jacuzzi", enquanto que - muitas das vezes - os seus funcionários tinham salários em atraso, enfim: um desvario completo. Apareceu uma pseudo classe média que - em vez de se formar graças à riqueza criada - se formou à custa do Estado, de um imenso polvo que mais não é que o funcionalismo público - dos diversos sectores afectos, de uma maneira ou de outra, ao Estado.

Como a banca portuguesa não possuía o dinheiro que era solicitado por todos quantos recorriam ao crédito - num frémito voraz de consumo - teve, ela própria de pedir empréstimos nas praças financeiras estrangeiras - ou seja: o avolumar da divida externa.

Comemos, bebemos e divertimo-nos imenso!

AGORA CHEGOU A ALTURA DE PAGAR A FACTURA!

Dragão Azul Forte disse...

Barack Obama anunciou que o seu cão está avaliado em 1600 dólares (cerca de 1300 euros). O cão de água português que corre pelos jardins e corredores da Casa Branca foi um presente do falecido senador, Edward Kennedy, em 2009.
Obama referiu o preço do seu cão na declaração financeira a que estão obrigados a apresentar todos os titulares de altos cargos nos Estados Unidos da América.
“Bo” foi oferecido à família presidencial em Abril de 2009, na sequência de uma promessa feita por Obama às filhas, Sasha e Malia.

Meu comentário:
É justo, o bicho vale bem mais que o aldrabão do Sócrates. E ladra sem mentir, "faz sólido" no sítio certo (o nosso "primeiro-bicho" faz merenda em tudo quanto é sítio e coisa neste país, sem respeito por ninguém), levanta a perna, delicada e engenhosamente, para descarregar águas (enquanto o "primeiro-bicho" descarrega em qualquer sítio, em cima de nós, sem dó nem piedade), não se mete em negócios ilícitos nem obriga o erário público a despender recursos em comissões parlamentares de inquérito, trata os iguais sem sobranceria. Por isto tudo ocupa um lugar de destaque na Casa Branca. Português de raça, tem mérito indesmentível para substituir o "primeiro" em S. Bento, com a vantagem de não precisar de ladrar em "expanhol" para se fazer entender…