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sábado, 22 de maio de 2010

Vida sintética





Não é vida artificial. Craig Venter não criou vida. Venter limitou-se a imitar. A partir de agora, quando começarmos a saber escrever genomas, então, é possível ver novas e interessantes surpresas.
Para já o incómodo começa a surgir. Domenico Mogavero, jurista da Conferência Episcopal Italiana, afirmou a este propósito: “O homem procede de Deus, mas não é Deus”. Pois, pode ser que não seja, mas não sei se não quererá ser! E depois? Se Deus, segundo alguns, “criou” o homem, então por que é que não vetou esta “ousadia”?

14 comentários:

Catarina disse...

Impressionante!

Para além de todas as possibilidades que estas novas ferramentas de DNA sugerem, o facto de, a partir de agora, ser possível fabricar vacinas em menos de 24 horas (não só para gripes e eventualmente para o HIV) é, só por si, um extraordinário “accomplishment”!

Ousar, Deus deixou. Mas permitirá Ele que o Homem e/ou a Mulher sejam bem sucedidos?

Catarina disse...

No video fala-se também em clonagem. Recordo-me de Dolly e Polly. Sei que Dolly morreu. Polly não sei. A Ética e o Direito andam de mãos dadas a controlar tudo aquilo que a ciência pode ou não concretizar mas se se clonarem neurónios novos para as pessoas que sofrem de Alzheimer, por exemplo, não seria algo de extraordinário? Ou qualquer outra doença incurável?
Por falar em Alzheimer, não sei se a memória me está a falhar, mas caro Prof., não foi clonado um humano há alguns anos atrás? Ou então estarei a incorrer num erro devido a qualquer livro de ficção que tivesse lido.

Tonibler disse...

Lembrar a Dolly é bem visto. Recordo-me de terem aparecido desenhos de cães com cabeças humanas para reclamar de o mundo estava perdido. E a Dolly hoje...

Quanto ao carácter divino da descoberta, sim, ninguém poderá cair na heresia de que as mentes dos cientistas não estavam inspiradas por ele...

Massano Cardoso disse...

Há algum tempo deparei-me com um ensaio em que, apesar das múltiplas descobertas científicas e técnicas entretanto ocorridas, o autor afirmava que não ocorria há muito tempo “uma” que pudesse mudar radicalmente a nossa forma de pensar. Pois bem aqui está algo semelhante à descoberta de Galileu, Copérnico, Newton, Darwin ou Einstein. Agora é esperar, investigar e pensar... Pensar muito e pensar diferente. “Life goes on.. but it won't be the same”.
http://edge.org/discourse/creation/creation_index.html

Catarina
Não tenho conhecimento de clonagem de nenhum ser humano. Eticamente reprovável e, sob o ponto de vista técnico, também não parece ser muito fácil, antes pelo contrário. Mas, no futuro, já não digo nada... Quanto às questões éticas e legais... também se alteram e nunca se sabe o que irá acontecer “lá para a frente”. Como sabe o “nosso” filósofo de serviço explicou há poucos dias que o “Mundo mudou numa semana”. Sendo assim...

Catarina disse...

A clonagem de um ser humano deve ser, então, uma ficção minha! Até talvez tivesse sido resultado dessa mudança que o mundo sofreu numa semana... Não fui só eu, afinal, a ler ficção nos últimos tempos!
Depois de ler a informação da Edge (cujas edições vou começar a receber por email! Agradeço-lhe por isso!) fiquei mais descansada por saber que afinal vai ser impossível recriar o lobo da Tasmânia por falta de células anfitriãs. Que alívio! Lobos disfarçados (mas que já não enganam ninguém) é o que não falta na nossa comunidade.

Tonibler disse...

Ao nível de Darwin ou Einstein não sei, mas ao nível de Stanley Miller ou de Bardeen-Schokley-Brattain, os criadores do transistor está de certeza. Daqui para a frente o mundo é outro.

Bartolomeu disse...

Peço desculpa Senhor Professor Massano Cardoso, mas, não entendo o que quer dizer quando refere "ousadia".
Quanto muito, Deus permitiu a Venter que brincasse com umas peças sintéticas (não sei se lhes chame de plástico).
Se toda a cadeia de filosofias e teologias estiver, não errada, Deus, não lhe teria permitido que brincasse, tal como um pai faz com um filho, teria escondido as peças como terá feito, possívelmente até hoje com outros que também terão querido brincar.
Então, talvez possamos pensar... ah bom, mas desta vez o Pai distraíu-se, tal como aconteceu com Einstein, Galileu, Kepler, etc.
Ou então... foi dada uma oportunidade à humanidade, de poder transpôr mais um portal do conhecimento, criando assim as condições para que uma nova era científica se inicie.
Tinha razão o Estimado Professor, quando ha dias admitia a hipotese de o homem ainda poder viver até aos 100/150 anos.
E amulher... também?
É que... elas já se tornam insoportáveis ao fim de 5/10 anos de casamento... não sei... não consigo antever como será um casamento com 100/120 anos de duração...

Catarina disse...

Ahahah!
Há uns anos, li ou disseram-me, não me recordo, que o período de sete em sete anos,num casamento, é decisivo: ou acaba ou continua por mais 7 anos. Se estas estatísticas têm algum fundamento (?), há mais que tempo para “renovações” conjugais, na hipótese de se chegar até aos 150! Lá teria a Igreja que alterar “até a morte nos separe”! Sim, porque aturar um homem por mais de 100 anos já é pedir de mais a uma mulher! Nem Sua Santidade o Papa exigiria isso de nós! Valha-nos o Senhor!

Massano Cardoso disse...

Recriar as condições para o aparecimento da vida e criar um transístor são descobertas importantes. Mas neste caso, imitar a “criação” é o passo que faltava para a “criação” propriamente dita que um dia surgirá das mãos dos homens. Quando chegarmos a este ponto, a forma de pensar e de ver o mundo vai ser forçosamente diferente. Nem consigo imaginar quanto!

Catarina disse...

Essa será, a nossos olhos agora, a maior revolução científica de todos os séculos. Até lá outras descobertas serão feitas e outras cedências terão que acontecer. Essa “criação” acontecerá antes que a clonagem do ser humano seja permitida pela ética e pelo direito? Esses clones nunca serão iguais – não terão as mesmas experiências que moldam um homem ou uma mulher ; coisa complicada mesmo mas extremamente interessante. A “criação” soa a heresia, dirá a maior parte. Não quererá o homem/mulher “ser maior que o seu tamanho”? Por outro lado, “o seu tamanho” , pelas extraordinárias descobertas científicas feitas continua a mostrar-nos que não é tão limitado como se pensa constantemente. A inteligência humana parece não ter limites.

Tonibler disse...

Claro que tem Catarina. A inteligência humana parece estar limitada à explicação do seu próprio fundamento, i.e., não consegue encontrar um esquema lógico que explique o seu esquema lógico. Senão...

Catarina disse...

Sim mas isso não impede que se tente ir sempre mais além... na tentativa de alargar as fronteiras das descobertas, das invenções. O ser humano não utiliza-se apenas 10% da sua capacidade mental? Ou já estou aqui a inventar alguma estatística? Não creio que alguém tivesse atingido o seu potencial máximo.. nem nada que se parece. Nós é que nos limitamos e deixamos que nos limitem.

Catarina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Suzana Toscano disse...

E é também fantástico que, poucos dias depois da descoberta, possamos estar aqui todos já a falar dela, a querer saber mais, a imaginar o que se segue!