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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Dívidas públicas do Euro: agora mais uma ajuda, do Bank of Japan...

1. Ganharam intensidade, nos últimos dias, notícias e comentários da imprensa especializada referindo o impacto, potencialmente importante e favorável, que a nova política ultra/super-expansionista do Bank of Japan (BoJ) estará tendo nos mercados de dívida pública da zona Euro, incluindo alguns países periféricos.
2. Por todos, posso mencionar (e recomendar a leitura a quem ainda o não tenha feito) um interessantíssimo artigo na edição de 9 do corrente do F. Times, “Starved of yield at home, Japan’s investors go to west”, pág. 9.
3. Esta política do BoJ produz um duplo efeito, baixando as taxas de juro da dívida pública japonesa e causando escassez de títulos de dívida disponível para o mercado (prevê-se que o BoJ absorva cerca de 70% do montante de dívida emitida pelo Governo ao longo de um período que pode ir até meados de 2015), induzindo os outros investidores, institucionais em especial, a procurar alternativas, internas e externas, para aplicação da sua enorme capacidade financeira.
4. Esta política do BoJ, embora no seu início, terá já influenciado favoravelmente os mercados de dívida na Europa, fazendo baixar as yields no mercado secundário nomeadamente para a Itália, Espanha e Irlanda (neste último caso já abaixo de 4% no prazo de 10 anos)...embora não para a dívida portuguesa, por enquanto, graças à oportuna e patriótica intervenção jurisprudencial do TC que lá vai dando uma ajudinha aos “especuladores”...
5. E, segundo as mesmas fontes, um leilão de dívida italiana ontem realizado, aos prazos de 3 anos (taxa de 2,29%), 4 anos (taxa de 2,74%) e 15 anos (taxa de 4,68%), num total de € 7,17 mil milhões, com taxas mais baixas do que em leilões anteriores – passando por cima da crise/impasse político que se seguiu às eleições de Março – teria sido já influenciado pelas notícias da chegada de investidores japoneses a este mercado.
6. Já aqui tinha referido a ajuda do FED, cuja política também ultra-expansionista embora bem menos agressiva do que a anunciada pelo BoJ, havia induzido investidores institucionais americanos a comprar dívida europeia, beneficiando bastante as condições do mercado (incluindo da portuguesa).
7. Os países do Euro encontra-se assim em período de graça, emitindo dívida pública e outras com muito maior facilidade e em condições cada vez mais favoráveis, por efeito destas ajudas objectivas que vão chegando do exterior – dir-se-á que tanto o FED como o BoJ estão trabalhando por conta do BCE que assim nem precisa de se “esforçar” muito...
8...o que não deixará de causar alguma irritação aos profetas da desgraça que por aqui vão prolongando "ad nauseam" os seus cenários catrastrofistas, profetizando desgraças a torto e a direito para o País e para o Euro, chegando ao ponto de recomendar o não pagamento da dívida como solução para os problemas, enfim um rol de charlataniceses que transmite a ideia de um crescente desfazamento da realidade...

14 comentários:

Floribundus disse...

desapareceu, por não ser politicamente correcta, uma noticia sobre duas demissões no tc
o mesmo acontecei com a critica feita pelo vice-presidente do CDS-PP no Facebook


tamanha burricada só nas feiras alentejanas da minha juventude.

dizia um falecido ferrador que agora os burros viraram bipedes

Pedro disse...

A "causa da coisa", conforme deixa bem explicito ((ainda que potencialmente) no seu post, é:

"o impacto, potencialmente importante e favorável, que a nova política ultra/super-expansionista do Bank of Japan (...)"

Donde não me parece que esteja neste principio, qualquer facto ocorrido no nosso pais.

Mas mesmo referindo que o a causa é a politica expansionista do Boj,
não deixa de terminar apontando o dedo á decisão do TC (q represente meros 0,8% do OE).

Ora, se estes 0,8% são suficientes para que "cruxifique e persiga" o TC...

...nem quero pensar o que irá escrever, sobre o VictorGaspar, quando souber que o desvio do Deficit 2012 foi bem maior, e apenas se deveu aos numeros não atingidos por VG.

mas lá esta, se calhar como tem uma visão externa sempre tão apurada...talvez lhe seja dificil intrepertar os resultados internos.

Tonibler disse...

Por acaso ouvi um charlatão que berrava pelo calote estatal mas não percebi se era para não pagar às pessoas que nos estão a ajudar ou para não pagar à sua fundação que se dedica a sublinhar jornais franceses.

António Barreto disse...

Suponho que esse tal charlatão tenciona propor uma Fundação como a dele para cada família portuguesa. Afinal, o dinheiro logo aparece, não é verdade?

Luis Moreira disse...

É coisa que não compreendo. Há gente que adoraria que o nosso país fosse para o fundo ( ainda mais...)

Stunning inspiration disse...

Tavares Moreira na dreamland, vendo miragens salvadoras em dragões do sol nascente que querem ganhar com especulação sobre causas perdidas, com os velhinhos europeus.
Roubar carteiras de velhinhos tem tanto de fácil quanto de covarde.
Tavares Moreira é um "visionário"com cataratas.
Tavares Moreira "O Teimoso" continua a acreditar numa farsa gigantesca chamada Euro , mantida às custas de um sofrimento indizível de um numero cada vez maior de cidadãos .Cada dia que passa mais cidadãos entram nesse picador de carne humana para satisfazer as alucinações de algumas pseudo elites que insistem criminosamente nessa farsa.

Tavares Moreira disse...

Caro Floribundus,

Vale a pena alguém preparar uma tese sobre as causas profundas do aparecimento/desaparecimento de notícias nos media nacionais...
Não quer pensar nisso?

Caro Pedro,

Eu observo factos, cito fontes e o Senhor vem com essa catilinária de tipo apocalíptico, agarrado ferozmente ao Guia do Politicamente correcto, tentando criar cenários de ficção tipo Frankenstein...
É um diálogo difícil, confesso, mas temos de procurar encontrar forma de sobreviver...

Caro Tonibler,

É uma boa questão, a que levanta, talvez o meu amigo tenha para ela a resposta, também...

Caro Luís Moreira,

É isso mesmo, trata-se de uma aplicação do velho princípio do quanto pior, melhor", nada de novo, haverá sempre gente assim, nada a fazer...

Caro Stunning,

Veremos, veremos, não se esforce a gastar tantos adjectivos e a elaborar injunções azedas, o Senhor cansa-se e não vale a pena...o tempo dirá quem tem razão e não vai ser preciso esperar muito...

Stunning inspiration disse...

"o tempo dirá quem tem razão e não vai ser preciso esperar muito..."

Entretanto as pseudo elites continuam com a birra, montados no sofrimento crescente das populações .Isso é que é extremamente azedo.

Stunning inspiration disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tavares Moreira disse...

Caro stunning Stunning,

Permita-me que repita: "o tempo dirá quem tem razão e não vai ser preciso esperar muito".
Quanto ao resto, tem o Senhor todo o direito de emitir os comentários que muito bem entender...

Carlos Monteiro disse...

Uma das curiosidades do dia é que os austeristas tornaram-se crescimentistas a avaliar pela notícia do Expresso

http://expresso.sapo.pt/passos-estado-vai-atuar-para-que-banca-reanime-credito-a-economia=f800158

Querem ver que agora vamos ter o nosso comentador Tavares Moreira a repetir o discurso de Seguro... perdão.. de Passos Coelho!

Stunning inspiration disse...

"Permita-me que repita: "o tempo dirá quem tem razão e não vai ser preciso esperar muito"

Enquanto repete e fica repetindo , o sofrimento da população vai aumentando .Tem consciência disso ? Agrada-lhe ter consciência disso ? pesa-lhe ? dorme direito ?

Paulo Pereira disse...

Caro Tavares Moreira,

Mas de o FED e o BoJ tudo fazem para baixar os juros comprando paletes e contentores de divida publica, porque não faz o mesmo o BCE ?

Terá medo da hiperinflação vir só a acontecer por aqui ?

Ou é simplesmente dogmatismo ideológico irracional ?

Tavares Moreira disse...

Caro Paulo Pereira,

O BCE também tem já a sua conta...em termos do PIB da respectiva zona económica, o balanço do BCE supera o do FED...surpreendido, não?! Mas é verdade!
O BCE tem adquirido/financiado muita dívida, pública e privada, só que não tem a mesma política de marketing do FED...nem tem um objectivo para a taxa de desemprego como tem o FED.
Conclusão, não existe nenhum dogmatismo, nem ideológico nem irracional.
Nesse capítulo, o "Guia do Politicamente Correcto" carece de uma revisão, pode avisar a editora!