Ouvi hoje, num dos noticiários de uma estação de TV, esta coisa espantosa de que Portugal já está a beneficiar da flexibilização do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Porquê? Porque, dizia o jornalista, Portugal irá apresentar nos próximos três ou quatro anos orçamentos com défice superior a 4%, o que irá permitir fazer mais despesa pública e potenciar o crescimento!...
Pois se as finanças públicas são um travão ao crescimento, pelo que consomem, sem qualquer eficácia, da actividade produtiva, como se pode afirmar que serão um incentivo ao crescimento, se a despesa pública for ainda maior?
Como é que se pode sustentar que uma enormidade de despesa pública de 49% do PIB não traz crescimento, mas se esse nível for de 52% ou 53% desse mesmo PIB já o crescimento aí estará!...
Será precisamente o contrário.
Engana-se o jornalista: quem vai beneficiar da flexibilidade é o Governo, não Portugal, nem o povo português.
E não se poderão "exterminar" estas ideias velhas de Estado e mais Estado, que mais não têm trazido do que a situação em que nos encontramos?
Como dizia há dias Proença de Carvalho, o choque de que precisamos é mesmo um choque cultural.
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