Ainda no rescaldo das leituras do fim-de-semana.
Desta vez é o Zé da Câmara Municipal de Lisboa (CML) a fazer das suas. Refiro-me ao vereador José Sá Fernandes. Não pára de ter ideias brilhantes.
Numa câmara que tem que arregaçar as mangas para acudir a uma cidade em que há tanto para “arrumar”, nada melhor do que criar uma marca de vinho e de azeite da capital e comercializar as amêijoas e as corvinas do Tejo. Uma marca, mais uma empresa para gerir a marca, mais uma administração para gerir a empresa, mais um orçamento para a administração gerir, e o resto já sabemos… o empreededorismo no seu melhor.
É isso mesmo, porque não havemos de ter uma CML que vende produtos da terra e do rio? Parece que a intenção até era boa. Ajudar a combater a crise financeira é bom!
Não é para acreditar à primeira, nem à segunda, nem à terceira… ainda pensei que fosse uma anedota. Mas não, a proposta é real, não fosse totalmente surrealista!
Quem é que não gosta de umas amêijoas para abrir o apetite, seguidas de uma corvina, tudo temperado com azeite e regado com um vinhito? Mas isso é outra história.
O Zé da Câmara Municipal de Lisboa tem mesmo muita imaginação. O problema é quando passa à prática…
Questionado sobre esta iniciativa, segundo a notícia que li, o Presidente da CML “fechou-se em copas”. Deve ter ficado sem palavras. Não é coisa para menos…
Desta vez é o Zé da Câmara Municipal de Lisboa (CML) a fazer das suas. Refiro-me ao vereador José Sá Fernandes. Não pára de ter ideias brilhantes.
Numa câmara que tem que arregaçar as mangas para acudir a uma cidade em que há tanto para “arrumar”, nada melhor do que criar uma marca de vinho e de azeite da capital e comercializar as amêijoas e as corvinas do Tejo. Uma marca, mais uma empresa para gerir a marca, mais uma administração para gerir a empresa, mais um orçamento para a administração gerir, e o resto já sabemos… o empreededorismo no seu melhor.
É isso mesmo, porque não havemos de ter uma CML que vende produtos da terra e do rio? Parece que a intenção até era boa. Ajudar a combater a crise financeira é bom!
Não é para acreditar à primeira, nem à segunda, nem à terceira… ainda pensei que fosse uma anedota. Mas não, a proposta é real, não fosse totalmente surrealista!
Quem é que não gosta de umas amêijoas para abrir o apetite, seguidas de uma corvina, tudo temperado com azeite e regado com um vinhito? Mas isso é outra história.
O Zé da Câmara Municipal de Lisboa tem mesmo muita imaginação. O problema é quando passa à prática…
Questionado sobre esta iniciativa, segundo a notícia que li, o Presidente da CML “fechou-se em copas”. Deve ter ficado sem palavras. Não é coisa para menos…
15 comentários:
Drª Margarida Aguiar
Pois Zé!...Já aqui disse que este país está cheio de Post'ITs e CROMOS!
Desculpe lá esta minha franqueza...É que também me chamo Zé. ;)
Corvinas do Tejo? Não é má ideia. Por acaso, também podia aproveitar os rinocerontes de Monsanto para fazer uns safaris, não vão eles investir contra as oliveiras e as videiras das 7 colinas vinícolas...
Margarida:
Este é um momento de boa disposição que o Zé nos proporciona.
Penso que todos lhe devemos um grande bem haja.
Afinal é por estas e por outras que o Zé continua a fazer falta ;)
E depois a cereja socialista, no cimo do bolo: Proíbir a venda de vinho, azeite, amêijoas, bacalhau, corvinas, que não tenha o sêlo de qualidade da certificação camarária. Como diriam os brasileiros.
Oba!!!, mais uma fonte de receita via ASAE!
Oba!! Mais funcionários para
fiscalizar a aplicação do selo...
Admirável mundo velho.
Não é caso inédito cara Margarida, na 1ª casa do país, foi requalificado e aumentado um "museu", cuja funcção primeira, seria expôr publicamente peças, literatua, etc, que foram espólio dos ex-presidentes da republica. Chama-se mesmo, museu da presidência da república. Porem, na loja do mesmo museu, vendem-se também azeite, vinho, bengalas, isqueiros, relógios e charutos. Para que esta estructura funcione, lá está um staf de fazer inveja a qualquer um museu nacional.
Ah e os charutinhos são dos bons, da terra do sô Fidel, que como todos sabemos é um repúblicaníssimo espírito.
Os charutinhos, não me saem da ideia os charutinhos, para os manter nas devidas condições de armazenamento, lá estão os competentes armários "XPTO" com higrómetro e sistema de humidificação, coisa baratiiiinha, mas perfeitamente amortizável. Aquilo todos os dias é ver a fila pelo passeio fora, até se confunde com a fila dos pasteis de belém, só para adquirir um charutinho, do fidelíssimo Fidel... repúblicano... de gêma.
Caro invisivel
Há Zés e Zés. Nem todos são uns "cromos". Agora que ele há muitos, há. E é cada um...
Caro Tonibler
Mais uma brilhante ideia. "Não há fome que não dê em fartura". E podemos "requisitar" mais alguma bicharada ao Jardim Zoológico para compor a "selva"! Assim sempre facturam umas receitazitas para dar de comer aos animais...
José Mário
O que seria da política sem os Zés? Uma sensaboria! Não há dúvida que desempenham um papel muito importante...
Caro CCz
Mas que bem visto: Dá-se com uma mão e tira-se com a outra. Perfeito!
Caro Bartolomeu
Acho uma excelente ideia que os museus e outros locais públicos divulguem produtos portugueses e eventualmente vendam nas suas lojas alguns desses produtos.
São produtos variados de marcas diferentes. Assim acontece, por exemplo, com os vinhos e o azeite. Nada de mais normal.
Criar uma marca é uma coisa totalmente diferente. Ora, o Zé da Câmara Municipal de Lisboa quer criar uma marca, suponho que municipal. As implicações são bem diferentes.
Quanto aos charutinhos da terra do eterno Fidel não lhes encontro nada de português. Trata-se portanto de uma loja que vende de tudo um pouco, não? Deve dar um bom rendimento!
Cara Margarida, lamento não estar de acordo com os seus pontos de vista nesta matéria. Acho que os produtos genuínamente portugueses, quer sejam tradicionais, ou recentes, devem de um modo muito intenso ser divulgados, inclusivé nos locais mais visitados por nacionais e estrangeiros. No entanto, em minha opinião os museus cumprem uma funcção, cuja deverá ser exclusivamente a exposição de acervos temáticos, que dêem a conhecer a arte ea cultura de um povo, localizadas num espeço e num tempo específicos.
Se esta função fôr bem desempenhada, os museus cumprem o seu objectivo. A forma como o farão depende de um grupo de trabalho com as especificações técnicas necessárias, acompanhado e liderado por alguem com o conhecimento abrangente e a visão global do trabalho a apresentar. Deles dependerá o sucesso do museu e o mesmo traduzir-se-à, em primeira instância pelo número de visitantes que obterá.
Nada disto porém, em minha opinião deverá ser "baralhado" com outras "dicidências".
Não me agrada nada encontrar na recepção do museu que pretendo visitar, porque expõe pintura, etnografia, trajo, ou outra qualquer temática, uma banquinha com uma menina por trás a impinjir-me uma garrafinha de azeite, que eu posso perfeitamente comprar em qualquer supermercado por metade do preço, ou voltando à história dos charutos, um havano que nem vou poder fumar enquanto aprecio o que está exposto e que para além de tudo não é produzido no país nem tem qualquer relação com o mesmo. Mas pronto, deixemos os charutos para lá, que eu nem fumo sequer, voltemos à história da banquinha com a menina a vender isqueiros e outras bugigangas. A cara Margarida, acha em sua opinião dignificante para o país, quando um visitante estrangeiro entra na recepção de um museu depois de pagar o ingresso "levar" com o sorriso forçado (ou não tb. não está em causa) de uma menina que quase o força a adquirir um garrafinha de azeite e nem lhe consegue dar uma indicação acerca dos métudos de fabricação do mesmo?
Cara Margarida, independentemente de a marca ser criada pelos próprios, ou não, no meu ponto de vista, é um absurdo os museus terem para venda produtos que nada têm a ver com a temática do que expõem assim como absurdo é também os organismos com uma função específica que nada tem a ver com exposições, criarem o seu próprio museu. Perdoe a expressão, mas para concluir este comentário, não encontro melhor que a velhinha esfarrapada " cada macaco no seu galho". É que, quando se começa a confundir a rua do meio com o meio da rua, é porque das duas uma: ou a visão está em péssimo estado, ou então é porque convém, pois se se transita com frequência pelo meio da rua, julgando que se está na rua do meio, além das frequentes buzinadelas daqueles que se vão desviando, um dia ha um que falha a pontaria e tungas, o desgraçado "vira o boneco"
PS: Quanto ao bom rendimento... (cala-te Bartolomeu, não metas a foice na seara alheia)
Caro Bartolomeu
Alguma vez, haveremos de estar em desacordo. Mas não me parece que seja o caso.
Quando no comentário refiro que "Acho uma excelente ideia que os museus e outros locais públicos divulguem produtos portugueses e eventualmente vendam nas suas lojas alguns desses produtos" não defendo que nos museus funcionem supermercados para vender seja o que for, ainda que português. E muito menos, posso defender que se vendam "charutinhos" havaianos ou outros produtos estrangeiros nos museus e outros espaços culturais alusivos às artes portuguesas.
Se for, por exemplo, ao Museu de Arte Antiga pode adquirir na loja do museu réplicas de algumas das peças antigas de porcelana expostas no museu. Vender neste museu vinhos e queijos seria totalmente despropositado.
Outra coisa não poderia pensar!
A promoção de produtos portugueses, desde os tapetes de Arraiolos, passando pelo vinho do Porto e o queijo da Serra até às faianças das Caldas da Rainha, só para citar alguns exemplos, deve constituir uma preocupação importante no contexto da actividade turística, cá dentro e lá fora, mas não é para ser feita de qualquer maneira e a qualquer preço. Felizmente que em Portugal já se vai notando qualidade e dignidade na forma como esta promoção é desenvolvida. Não é preciso inventar a roda. Por essa Europa fora estas coisas são muitíssimo bem feitas!
Quanto à ideia do Zé da Câmara Municipal de Lisboa, que constituiu o mote para esta nossa conversa, mantenho os comentários que fiz.
Caro Bartolomeu, quanto ao museu da " 1ª casa do país" fiquei sem saber se acha bem o que se passa na loja!? É que fiquei com a ideia que apresentou este caso como um exemplo do que pode ser promover a venda de produtos portugueses, como o azeite e o vinho do Zé, nos nossos museus.
Margarida,
A moda dos "business angels" chegou, pelos vistos, à CML, e logo pela mão do seu mais "business oriented" vereador.
A nova Câmara promete, os lisboetas têm motivos para estar optimistas.
E dinheiro também não vai faltar, não haja preocupações...
Haverá alguém que ainda se lembre da crise financeira da CML?
Parece que já foi há tanto tempo, felizmente está ultrapassada...no plano mediático seguramente, que é aquele que releva.
A realidade subjacente é irrelevante nos nossos dias.
Cara margarida, em resposta ao último período do seu comentário, devo dizer-lhe que não acho nada bem, nem o que se passa na loja, nem tão pouco a existÊncia do museu da P.R., na P.R. Acredito que esta opinião pareça desajustada, contraditória mesmo, na medida em que se possa (deva) pensar que é de toda a justeza e utilidade pública que haja um museu que retrate o que foi a actuação e a vida dos presidentes repúblicanos. Não ponho mínimamente em causa a existÊncia de um museu com esta finalidade, e muito menos o critério de escolha das peças e dos métodos como estão expostas, assim como dos meios audio-visuais empregues. Reconheço com a maior facilidade que toda a estructura se encontra muitíssimo bem planeada e criteriosamente exposta.
Mas, como disse anteriormente, "cada macaco no seu galho". Os serviços da P.R. e (ou) os da C.M.L. têm uma competÊncia específica, que em nada converge com os da instituição que regula os museus. A origem do museu da P.R., remonta aos mandatos do ex- P.R. General Ramalho Eanes. Pelo facto de os presentes que Recebeu de outros chefes de estado, retribuições de presentes oferecidos por si, em representação do estado português, adquiridos com verbas do orçamento, cujas todos sabemos tÊm origem na receita do estado, que é obtida através da colecta dos impostos públicos. Apesar de a oferta dessses presentes lhe ter sido feita pessoalmente, o General Eanes entendeu que eles eram pretença do Estado, do povo, e deveriam estar expostos públicamente. Para isso foi disponibilizada uma sala no Palácio de Belém, onde na visita pública que mensalmente era permitida ao palácio, podiam ser "admirados". Esta decisão não pretendeu historiar nada mais que aquele acto e aquele modo de pensar. Já por sua vez, Mário Soares, decidiu criar uma Fundação em Cortes, districto de Leiria onde, onde, segundo creio expôs as peças que lhe foram oferecidas enquanto presidente da república.
Como vê dois critérios diferentes para uma única matéria. Em minha opinião a forma de o ex-presidente Ramalho Eanes, entender a finalidade a dar àquele acervo, está correcta, no entanto acho muito bem que a actual "vontade" de reunir todas as peças possíveis, que digam respeito a todos os chefes de estado e expô-las públicamente, não é menos correcta. Porém, num espaço fora do perímetro da P.R. e sem a promiscuidade nos serviços da mesma.
Cara Margarida
Atrasado mas cá estou para o meu modesto comentário. Só que desta vez a matéria em causa é deveras importante pois o inefável vereador Sá Fernandes, teve mais uma fulgorante e relampejante ideia, ainda mais relevante do que aquelas relativamente às quais accionou a autorquia de Lisboa, por dezasseis vezes ,nunca tendo ganho uma única. Fazer perder dinheiro à Câmara é pelos vistos um desporto, a menos que alguém se ofereça para sem ganhar um tostão,e saeria certamente ocaso a bem da cominidade, desempenhar aquelas tarefas que habitualmente são indispensáveis à normal prestaçãode serviços idealizada pelo sr. vereador, tal com lavar a louça e servir à mesa. Para ver esse espectáculo , todo ele decorrente da sua boa vontade, aí sim, só de publicidade seria uma enchente de receitas e de gozo. Será que o sr. vereador sabe o que é uma empresa?.
Dr. Tavares Moreira
Tem toda a razão. A "verdade" não interessa, o que é preciso é andar para a frente, como se nada fosse...
Já não seria nada mau se a CML fizesse o saneamento financeiro indispensável da sua "casa" e tratasse de assegurar uma gestão corrente da cidade com qualidade nos aspectos mais essenciais.
Mas como até não há nada para fazer e as finanças estão de boa saúde, então há que gastar o dinheiro dos contribuintes em pequenos caprichos. Porque não?
Fazer "obras" com o dinheiro dos contribuintes é mesmo a coisa mais fácil!
Caro antoniodasiscas
Incisivo, como sempre. Não conhecia as dezasseis vezes que o Zé do BE accionou a CML. Tomou-lhe o gosto! Mas como agora está do lado de lá, a alternativa é accionar o empreendedorismo. A minha esperança é que ninguém se atravesse a emprestar um tostão que seja...
Caro Bartolomeu
Prendeu-me a atenção a reflexão que faz sobre o museu da Presidência da República. Há realmente vários pontos de vista em jogo. Já são muitos os presidentes da república com entendimentos e opções diferentes.
Penso que há, no entanto, duas realidades diferentes: por um lado temos a vida das presidências para contar e retratar e por outro lado existem alguns espólios "doados" de presentes oficiais recebidos pelos presidentes da república durante os seus mandatos.
Será que o museu da Presidência da República deve abarcar os dois acervos? Não sei...
Acerca da sua última questão, cara margarida, e sem se atender especialmente à "estratégia" delineada pelos diferentes "pais" daquele museu, em minha opinião, é importante que seja possível reunir num espaço e expôr públicamente, objectos, documentação escrita e audio-visual que conte a história da República e dos seus presidentes.
Deixe-me dizer-lhe cara Margarida, que os critérios diferentes, não foram somente dois, na medida em que o projecto do actual museu da P.R., se iniciou no mandato do Ex-P.R., Dr. Jorge Sampaio. Podemos concluir para já que existem 3 critérios diferentes, o primeiro fundamentado pelo carácter íntegro do General Eanes, mas com a simples finalidade de mostrar. O 2º, do Dr. Mário Soares, noma prespectiva didáctica de dar a conhecer, mas num espaço "seu". O 3º do Dr. Jorge Sampaio, numa prespectiva didáctica também, mas num plano mais lacto, com recurso a verbas próprias e do mecenato. Aquilo que eu questiono, é a necessidade deste museu ser intalado no espaço privativo da P.R., ou seja: não questiono o "quê", nem o "porquê", mas sim a lógica do "onde".
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