Hoje é, definitivamente, o dia das pérolas.
Segundo o Dr. Menezes Leitão, candidato a bastonário da Ordem dos Advogados "não é aceitável que, em pleno século XXI, se negue a uma classe profissional - a dos advogados, mormente os que exercem em prática isolada - o direito a férias que é reconhecido a toda a restante população".
Eu, que sou advogado há mais duas décadas, e nalguns desses passados anos em prática isolada, sempre - felizmente - vivi a intranquilidade provocada pelos processos preparados nas férias grandes e pequenas. Nunca me preocupou ter de interrompê-las para acorrer às necessidades de um cliente ou praticar acto ou diligência em processo urgente, desses que correm, e desde sempre correram, em férias. Nunca me incomodaram as horas tiradas ao sono afastado recorrentemente pela preocupação e pelo peso da responsabilidade perante aqueles que nas minhas mãos confiaram a defesa dos seus direitos e dos seus interesses.
Fiz a opção de não ser como a "restante população". Escolhi ser um profissional liberal, sem horário nem calendário. Sem submissões que não fossem as ditadas pela necessidade de saber mais e desempenhar melhor.
Bom, pelos vistos temos advogados que não se sentem bem nesse estatuto e preferem o regime dos assalariados. Um deles é, pelos vistos, candidato a bastonário da Ordem dos Advogados. Resta-me desejar que os seus pares não o contratem.
3 comentários:
Parabéns pelo postal, excelente frase:
"Fiz a opção de não ser como a "restante população". Escolhi ser um profissional liberal, sem horário nem calendário. Sem submissões que não fossem as ditadas pela necessidade de saber mais e desempenhar melhor."
Está lá tudo, não sou advogado mas revejo-me nela.
Muito bem, é assim mesmo, nessa profissão liberal ou noutras em que as pessoas se dedicam de alma e coração, sem estar a medir os tempos de acção ou de descanso pela rigidez do calendário. Além disso o direito a férias não é um privilégio, como parece resultar das palavras desse candidato, resulta de uma forma de organização do trabalho que implica necessariamente pausas para descansar, tendo em vista exactamente o resultado, por isso depende do tipo de função, do grupo, da actividade, etc. Se ele esquece isso, é porque não compreendeu nada, não distingue a natureza das funções, nem objectivos. Dá um mau exemplo com essa pretensa vitimização.
Excelente post, gostei de ler, como sempre.
Amo muito Portugual.
ja recebi um chamado de viajar para pregar para todo povo de portugual
mas sou muito criança para viajar so tenho onze anos.
bejão para todos.
y love yul Portugual
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