Um Presidente da República que, eleito pela esperança de constituir um símbolo da união, cedo revela ser mais um factor de divisão.
Um ex-Presidente da República que só externamente se sentiu bem nesse papel e sempre alimentou a expectativa de um dia ser Primeiro-Ministro.
Umas eleições que não ditaram vencedor mas que coloca no poder quem as perdeu.
Pela enésima vez, a violência extrema nas ruas de Dili.
O retrato de um Estado - Timor - mais inviável a cada dia que passa.
4 comentários:
Caro JMFA,
Os Estados não se constróiem de um dia para o outro, nem se tornam democráticos só porque é o desejado por terceiros.
São eles que devem encontrar o seu próprio caminho e vai haver muito, muito tabefe pelo meio, da mesma maneira que houve muito tabefe na Europa. É desagradável mas, é natural.
O contexto na actualidade não é o mesmo da afirmação das nacionalidades há meio século atrás para não recuar mais.
Hoje é forçoso que existam condições políticas e económicas para que a independência não seja paga com o preço elevadissimo que Timor corre o risco de ter de pagar para depois, com grande probalbilidade, acabar numa situação de protectorado da potência regional. Que se trouxer a paz e o desenvolvimento, até que é capaz de não ser um má solução.
Caro JMFA,
Lamento ter de discordar.
O contexto da actualidade é exactamente idêntico ao das vagas nacionalistas do século XIX. Aliás, essa é uma daquelas coisas em que se sabe quando é que começa mas, nunca se tem a certeza se já acabou.
Nós é que temos a mania de forçar os outros a "dançar a música que tocamos". Não é forçoso que que existam condições políticas e económicas para assegurar a sobrevivência de Estado. Nós é que queremos que seja forçoso que elas existam, só que quem tem de querer muito são os próprios, não nós. E sim, a possibilidade de protectorado da potência regional é muito grande mas, essa é mesmo uma daquelas situações que devia ter sido equacionada aquando da independência e se calhar não teria sido má ideia ter assumido isso logo de inicio.
Claro que é inviável.Mas até acho piada à pena que a "queda" da FRETILIN colhe na nossa intelectualidade... e ao comportamento daquela quando afastada democraticamente do poder...
Portugal tem é que na primeira oportunidade recolher os seus factores de despesa em Timor porque todas as dívidas que eventualmente teriamos estão já pagas com muitos juros.
Ou será que em Tomor temos qualquer espécie de interesse económico?
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