Contra o que diariamente vem afirmando, a política orçamental do Governo tem sido a de aumentar a despesa pública e de aumentar os impostos, com impacto visivelmente negativo na economia. Uma política errada. No entanto, o Governo poderia justificá-la como uma forma de redistribuição de rendimentos ou como de aplicação de princípios keynesianos em situação de crise. Mas, não só não o faz, como ainda assume publicamente e insiste em declarar o contrário, isto é, que vem diminuindo a despesa e os impostos.
Acontece que são os números oficiais retirados do próprio Orçamento do Estado os primeiros a desmentir o Governo. Vejamos o que respeita aos Impostos.
1. Os impostos, incluindo segurança social, aumentaram, em 2005, 3,4 mil milhões de euros, em 2006, 3,4 mil milhões de euros, em 2007, 4,1 mil milhões de euros, em 2008 a estimativa de aumento é de 2 mil milhões de euros, e em 2009 a previsão de aumento é de 3 mil milhões de euros.
2. Para além de um aumento nominal, trata-se de um aumento real. Em percentagem, os aumentos foram os seguintes: 6,7%, em 2005; 6,2%, em 2006, o dobro da inflação de 3,1%; 7,2% em 2007, praticamente o triplo da inflação de 2,5%; 3,2%, em 2008, superior à inflação de 2,9%; 4,8%, em 2009, o dobro da inflação prevista de 2,5%.
3. Para além de um aumento nominal e real, o peso dos impostos subiu sempre em termos do próprio PIB, passando de 34,9% em 2005 para 38,1% em 2009, registando os valores intermédios de 36%, em 2006, 36,7%, em 2007, e 37,5%, em 2007 e 2008.
Em suma, os Impostos subiram em valor absoluto e nominal, em termos reais, pois bem acima da inflação e aumentaram de peso relativamente ao PIB.
Sendo esta verdade tão evidente, não se pode compreender como é que o Governo insiste em mentir de forma tão rasteira, primária e despudorada.
Acontece que são os números oficiais retirados do próprio Orçamento do Estado os primeiros a desmentir o Governo. Vejamos o que respeita aos Impostos.
1. Os impostos, incluindo segurança social, aumentaram, em 2005, 3,4 mil milhões de euros, em 2006, 3,4 mil milhões de euros, em 2007, 4,1 mil milhões de euros, em 2008 a estimativa de aumento é de 2 mil milhões de euros, e em 2009 a previsão de aumento é de 3 mil milhões de euros.
2. Para além de um aumento nominal, trata-se de um aumento real. Em percentagem, os aumentos foram os seguintes: 6,7%, em 2005; 6,2%, em 2006, o dobro da inflação de 3,1%; 7,2% em 2007, praticamente o triplo da inflação de 2,5%; 3,2%, em 2008, superior à inflação de 2,9%; 4,8%, em 2009, o dobro da inflação prevista de 2,5%.
3. Para além de um aumento nominal e real, o peso dos impostos subiu sempre em termos do próprio PIB, passando de 34,9% em 2005 para 38,1% em 2009, registando os valores intermédios de 36%, em 2006, 36,7%, em 2007, e 37,5%, em 2007 e 2008.
Em suma, os Impostos subiram em valor absoluto e nominal, em termos reais, pois bem acima da inflação e aumentaram de peso relativamente ao PIB.
Sendo esta verdade tão evidente, não se pode compreender como é que o Governo insiste em mentir de forma tão rasteira, primária e despudorada.
Mais do que a política errada, o que confrange é a absoluta falta de carácter do Governo e a mais boçal falta de respeito para com os cidadãos.
Veremos em novo post o que acontece com a Despesa.
Veremos em novo post o que acontece com a Despesa.
7 comentários:
Recordo-me de ha uns anos atrás, numa altura em que por um qualquer motivo não tinha o carro, ter de utilizar o comboio para me deslocar da estação do Cais do Sodré à de Oeiras. Para não meter-água na compra do bilhete, optei por me dirigir a uma bilheteira. Como tenho habitualmente muita sorte nas filas, seja para o que fôr, apanhei com várias pessoas à minha frente, não tive outro remédio senão esperar.
Eis quando, perante a minha admiração, sinto uma mão entrar-me abusivamente no bolso do casaco. Quando olho, vejo um idoso, com aspecto de mendigo, na maior desfaçatez, ao meu lado, com a mão enfiada no meu bolso, que +por sinal se encontrava vazio.
Retirei a mão do homem com alguma rispidez e proferi a pergunta sacramental nestas situações "então? o que é que se passa?" Fingiu ignorar-me, deu um ou dois passos e voltou a repetir a graça. "bom amigo, parece que vamos ter de nos zangar os dois... o que é que acha?" O insólito é que o homem não esboçava qualquer expressão, o que me levou a concluir que a mendicidade estava aliada à alienação. Retirei umas moedas do bolso e utilizando a mesma atitude do mendigo, voltei a retirar-lhe a mão do meu casaco e sem a largar, depositei-lhe as moedas.Acto contínuo, deixou que caíssem para o chão. Nessa altura, afastou-se talvez uns 10 metros de mim e ficou por ali a falar sozinho ou com alguma entidade que eu não consegui ver.
Esta estória, apesar de verdadeira, retrata em suma a atitude do nosso governo perante o cidadão e vice-versa, naquilo que à política de impostos diz respeito.
Será pura estratégia deste governo, estimado Dr. Pinho Cardão, ou aqueles que de lá vêm espreitar (beber ideias) ao 4R, não aconselham como deve ser?
Bom, seja como for, quero ainda, permita-me, deixar assinalada uma efeméride que, me passou na data certa e que a meu ver, e estou convicto de ser a minha opinião eco de imensas outras deveria ser reeditada.
Foi no dia 17 de Outubro de 2007, que no auditório da Livraria FNAC no Centro Comercial Colombo em Lisboa foi apresentado o livro "4R-Quarta República. Seria uma surpreza agradabilíssima que os membros do "4R - Club Dos Escritores Não-Utópicos, Não-Anarcas, Não-Mansos e Não-Tolhidos" pudessem anúnciar a todos os amigos, leitores e comentadores, a presentação de uma nova edição. Matéria não lhes falta, a selecção dos textos é poderá ser mais difícil...
É um governo de esquerda Drº Pinho Cardão! – mais impostos e mais controle da economia e cidadãos. E não me venham falar que o espaço do PSD está ocupado pelo PS.
"Em suma, os Impostos subiram em valor absoluto e nominal, em termos reais, pois bem acima da inflação e aumentaram de peso relativamente ao PIB".
Caro Pinho C., boa tarde!
Percebo que estejas indignado com tanto aumento. Também eu.
Só não percebo alguma terminologia que utilizas.
Aumento (ou redução) real ( dos salários, impostos, etc.) suponho eu, é igual ao valor nominal deduzido da inflação. Daí que um aumento real é sempre designado por um valor mais baixo que o valor nominal (se estivermos a falar de valores positivos, claro).
Tenho, portanto, dificuldade em perceber também a tua afirmação:
" Para além de um aumento nominal, trata-se de um aumento real", seguida de valores que me parecem apresentar valores reais superiores aos valores nominais correspondentes.
Ou serei eu que estou a fazer uma enorme confusão?
O grave disto tudo já não é, apenas!, a atitude criminosa deste governo, o grave é que outro faria exactamente o mesmo, porque o problema em Portugal não é um problema ideológico, o problema em Portugal é um problema de carácter: é que há poucos homens de carácter e ainda não vi nenhum dizer, eu ganho demais tenho de ganhar menos para o resto dos meus concidadãos vivam um pouco acima da linha de pobreza! Todos acham que merecem o que ganham e todos acham que a melhor maneira de fazer isso é por a mão no que é de todos e redistribuir 100 para mim e dez para os outros!
Caro Pinho Cardão
Se me permite vou deixar aqui uma reflexão, no âmbito de uma matéria que conheço relativamente bem.
O consumo nacional de energia eléctrica, entre 1 de Janeiro e 28 de Outubro de 2008, cresceu apenas 0,9% relativamente ao período homólogo do ano passado.
Sucede que num passado recente, entre 1998 e 2005, o consumo nacional de energia eléctrica cresceu a uma confortável taxa média anual de 5%. E digo confortável, porque nos estava a aproximar dos valores per capita dos países europeus cujos padrões de vida gostaríamos de alcançar. Assim, não chegamos lá.
Ora, em 2006, o primeiro ano em que se fizeram sentir os efeitos do governo Sócrates, o aumento do consumo de energia eléctrica limitou-se a 2,6%. Em 2007 foi apenas de 1,8%. E no ano que corre é o que se vê.
Os pessimistas querem ver nisto uma prova da estagnação económica do país.
Os optimistas querem ver uma prova de maturidade dos portugueses, que finalmente começaram a poupar electricidade.
Acontece que ambas as correntes têm razão. Podemos dizer que, inspirada por Sócrates, a estagnação económica leva os portugueses a poupar electricidade. Estagnemos, pois...
Caro Bartolomeu:
Primeiro que tudo, o agradecimento, meu e do 4R, pela lembrança da data do lançamento do livro, no ano passado. Fiquei, ficámos, muito sensibilizados.
Quanto ao futuro, veremos...Mas o seu apoio é importante!...
Quanto à história, parece-me muito bem achada. De facto, o Estado vai-nos surripiando o dinheiro dos bolsos, disfarçando, como se não fosse nada com ele, deitando-o fora, por mal gasto, a mais das vezes. E se se lhe chama a atenção, mostra-se alheio e nega as evidências.
Assim vamos indo...
Caro Agitador:
Seja bem reaparecido!... Tínhamos saudades!...
É verdade o que diz, e as consequências não serão boas. Além do mais, porque tudo isto é uma mistificação. O Governo tem uma política real de aumento de impostos e da despesa, de esquerda, como diz. Mas usa uma linguagem de direita, dizendo que diminui impostos e a despesa. O que pode levar os cidadãos a pensar que governar à direita ou à esquerda é tudo a mesma coisa...
Caro Rui:
Um abraço.
Creio que leste depressa. Digo que se trata de aumentos reais, porque superiores à inflação. Para não haver dúvidas, indiquei os aumentos nominais e a taxa de inflação.
Caro Maioria Silenciosa:
Temos que acreditar que nem todos são iguais...
Caro Jorge Oliveira:
Profunda e arguta filosofia a sua!...
Claro que o pouco dinamismo da actividade económica, para além dos ciclos, que existem, se deve também, e como diz, à inspiração de Sócrates que, se por vezes enuncia políticas públicas correctas, geralmente as concretiza ao contrário.
Algum pragmatismo de Sócrates esbarra nos preconceitos de esquerda, dele ou de outros...
E são estes que acabam por vencer.
Só que Sócrates continua a negar o óbvio.
A "lata" e a "cara de pau" do Governo, chega para tudo, nesta altura de pré-eleições.
Até para mentir o que é evidente. Mas nós, todos, não podemos deixar isso passar. E não o faremos.
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