A Comissão Europeia considera “inaceitável” que Portugal não garanta água potável a todo o país. Inaceitável é pouco para qualificar a situação!
Sendo Portugal um país europeu com ambições a país desenvolvido, económica e humanamente falando, não se compreende que em pleno século XXI não esteja assegurada água potável a todos os portugueses. Um resultado que nos deveria envergonhar. Mas as leis não nos assustam. Nem a Directiva, em vigor desde 2000, que estabelece limites para as concentrações toleradas de microorganismos e produtos químicos na água destinada ao consumo humano foi capaz de obrigar o Estado português a actuação que, mesmo na sua ausência, se impunha em matérias tão delicadas como a qualidade da água que bebemos. Estando em causa a saúde humana, a saúde pública e o bem estar das populações, o grau de prioridade de levar água potável a todos os portugueses deveria ser uma prioridade. O que andamos a fazer, de há oito anos a esta parte, que justifique esta falta de atenção? Confesso que não estava à espera...
Sendo Portugal um país europeu com ambições a país desenvolvido, económica e humanamente falando, não se compreende que em pleno século XXI não esteja assegurada água potável a todos os portugueses. Um resultado que nos deveria envergonhar. Mas as leis não nos assustam. Nem a Directiva, em vigor desde 2000, que estabelece limites para as concentrações toleradas de microorganismos e produtos químicos na água destinada ao consumo humano foi capaz de obrigar o Estado português a actuação que, mesmo na sua ausência, se impunha em matérias tão delicadas como a qualidade da água que bebemos. Estando em causa a saúde humana, a saúde pública e o bem estar das populações, o grau de prioridade de levar água potável a todos os portugueses deveria ser uma prioridade. O que andamos a fazer, de há oito anos a esta parte, que justifique esta falta de atenção? Confesso que não estava à espera...
7 comentários:
Curiosamente, ou talvez não, não me espanta nada.
Cara Dra. Margarida Aguiar:
É de lamentar que um país que se põe em bicos de pés para organizar cimeiras internacionais tenha carências destas. O governo merece bem este reparo.
Se até a engarrafada, por vezes, deixa um estranho sabor, que dizer da restante.
É de facto, terrível, que todo o país não tenha acesso a água potável, mas como se poderá ver aqui não somos os únicos nesta Europa de ricos e pobres - o que não serve de desculpa - e que só agora se tenha reunido o Comité de controle da água.
Só conheço 2 géneros de milagres, aqueles que ocorrem devido à acção conjunta da vontade humana e aqueles outros, que são fruto da vontade divina.
No caso vertente, cara Margarida, parece-me que a parte divina está cumprida, ou seja, duplamente cumprida, uma vez que os céus continuam a despejar água sobre as terras e também porque ainda não foi retirada ao homem a plena capacidade de raciocínio que lhe permite saber como utilizar os recursos naturais de forma correcta.
Resta-me (nos) lançar o olhar e o entendimento sobre a parte humana.
Aqui, vamos esbarrar inevitávelmente com uma montanha de contradições. A necessidade de produzir mais e de obter sempre maiores lucros, conduziu a humanidade a uma cegueira colectiva, ou seja, uma falsa cegueira, ou melhor, a uma cegueira consentida, ou até a uma cegueira desejada. Esta cegueira fez com que se aumentássem desmesuradamente os níveis de poluição em todos os sectores de produção, desde a indústria à agricultura. Depois, uns espertinhos armados aos cucos vieram com a conversa fiada de que, colocando uns catalizadores nos escapes dos automóveis se reduziam as emissões de CO2, que colocando uns filtros nas chaminés das fábricas se reduziam as emissões dos metais pesados das indústrias, que construindo umas ETAR se reduziriam as descargas poluentes que entram nos cursos de água naturais e que acabam por chegar aos níveis freáticos, e que quem não cumprisse as normas que entretanto foram criadas para regulamentar aquilo que de mau foi criado pelo homem, pagaria uma multa que o deixava a tinir.
Bom, entretanto soubemos de "gigantes" que preferiram pagar as multas em lugar de adoptar as tecnologias recomendadas, ´saíam-lhes mais barato... a poluição?
Quem como eu vive no campo, tem uma visão mais precisa do efeito da poluição e da sua dimensão. Por exemplo: Percorro diáriamente o final da A1, vindo de norte, logo de manhã às 7,30h, quando começo a aproximar-me da descida para o rio Trancão, noto com imensa facilidade uma nuvem sobre a cidade, indicadora da concentração de poluição atmosférica. O rio que referi, ha escassos 40 anos, era lugar de desova de algumas espécies de peixe, tal como outros afluentes do Tejo, actualmente é um enorme esgoto a céu aberto.
Neste lugar onde vivo, existem imensas vinhas, assim como um número considerável de poços e nascentes de água. Ha escassos 10, 15 anos, a maioria das pessoas aqui da zona, utilizavam esta água para o seu uso diário, era puríssima, era até aconselhada pelos médicos para ajudar a tratar doenças. Hoje está poluída e, poluída pelos produtos químicos com que as vinhas e as árvores de fruto são tratadas.
Quando começamos a tomar consciência destes fenómenos, arrepiamo-nos com a sua dimensão e sobretudo pela forma enraizada como eles se encontram espalhados e afinal, dos quais dependemos nas nossas actividades diárias.
Não ignoro nem desvalorizo as acções quer individuais e privadas, como as colectivas ou as institucionais, que são adoptadas e ou regulamentadas, visando a reducção dos focos de poluição que persistem. Contudo, cara Margarida, é urgente, cada dia mais, que o milagre da vontade humana se opere.
Não temos água, mas temos internet. Esses palermas de Bruxelas não compreendem o verdadeiro alcance da estratégia de Lisboa e o impacto do choque tecnológico...
Caro Blondewithaphd, pois não deixa de ser curioso!
Somos um país de contrastes, Caro jotaC.
Caro Teófilo M.
O quadro descrito não é nada tranquilo, mas a verdade é que com o mal dos outros podemos nós bem. Não é assim?
Belíssimo passeio no tempo, Caro Bartolomeu! Deus dá-nos a vida e cabe-nos a nós vivê-la. Em matéria de utilização de recursos naturais o milagre divino da inteligência que nos foi dada tem sido desbaratado. É o resultado do descalabro da acção conjunta humana que em muitos domínios mais parece um pesadelo do que um milagre.
Estragámos a água pura que no passado, quando as auto-estradas não existiam, nos dava de beber e agora temos que transformar água poluída em água potável. Uma verdadeira contradição a vida que levamos...
Caro Paulo
Não tenho dúvidas que cá se fazem cá se pagam. O tuga anda mesmo enganado e vai acabar mal, se continuar a rir e assobiar para o lado!
Porque não dispensá-los, Caro Tonibler?
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