Muitos dizem mal do futebol, mas o futebol é que nos ensina. O Sporting-Porto ensinou-nos que andamos todos cegos e surdos. E fazemos gala disso!...
Houve que não visse nenhum penalty contra o Sporting, mas houve quem visse três penaltys contra o Porto e houve quem não visse nenhum penalty contra o Porto, mas quem visse três penaltys contra o Sporting. Houve quem visse penalty por empurrão do Rui Patrício no Hulk e houve quem visse um mero encosto carinhoso. Houve quem visse penalty, por corte de Rolando com a mão e houve quem visse que o Rolando, no chão, nem podia ver a bola. Houve quem visse penalty por cotovelada do Rochemback no Rolando e houve quem visse um toque do Rolando no Rochemback. Houve quem visse penalty, por obstrução do Bruno Alves ao Abel e houve quem visse um atropelamento do Bruno Alves pelo Abel. Houve quem visse penalty por pontapé do Caneira na cara do Fucile e houve quem visse um ligeiro afagar do ombro do Fucile pela bota do Caneira.
Houve quem visse duas cotoveladas do Liedson, que mereciam a expulsão e houve quem visse na atitude dois primorosos gestos técnicos, de que o atleta pediu desculpa; houve quem visse que o Pedro Emanuel devia ser expulso antes de o ter sido e houve quem visse que o Pedro Emanuel nada fez que o justificasse. Houve quem visse que o Caneira levou um segundo amarelo injusto e houve quem visse que devia ter levado antes, muito antes, um vermelho sumário e directo.
Todos viram o mesmo jogo, mas todos viram jogo diferente, viram o jogo que quiseram ver e cegaram perante o que não queriam ver. Cegos, e também surdos aos que viram diferente, falam e discutem até mais não poder e a algazarra é enorme.
No meio de tudo isto, e de tanta liberdade de visão, só o árbitro é que tinha que ver o jogo certo. O que alinhasse pela nossa vista, claro, e não pela vista do adversário.
Houve que não visse nenhum penalty contra o Sporting, mas houve quem visse três penaltys contra o Porto e houve quem não visse nenhum penalty contra o Porto, mas quem visse três penaltys contra o Sporting. Houve quem visse penalty por empurrão do Rui Patrício no Hulk e houve quem visse um mero encosto carinhoso. Houve quem visse penalty, por corte de Rolando com a mão e houve quem visse que o Rolando, no chão, nem podia ver a bola. Houve quem visse penalty por cotovelada do Rochemback no Rolando e houve quem visse um toque do Rolando no Rochemback. Houve quem visse penalty, por obstrução do Bruno Alves ao Abel e houve quem visse um atropelamento do Bruno Alves pelo Abel. Houve quem visse penalty por pontapé do Caneira na cara do Fucile e houve quem visse um ligeiro afagar do ombro do Fucile pela bota do Caneira.
Houve quem visse duas cotoveladas do Liedson, que mereciam a expulsão e houve quem visse na atitude dois primorosos gestos técnicos, de que o atleta pediu desculpa; houve quem visse que o Pedro Emanuel devia ser expulso antes de o ter sido e houve quem visse que o Pedro Emanuel nada fez que o justificasse. Houve quem visse que o Caneira levou um segundo amarelo injusto e houve quem visse que devia ter levado antes, muito antes, um vermelho sumário e directo.
Todos viram o mesmo jogo, mas todos viram jogo diferente, viram o jogo que quiseram ver e cegaram perante o que não queriam ver. Cegos, e também surdos aos que viram diferente, falam e discutem até mais não poder e a algazarra é enorme.
No meio de tudo isto, e de tanta liberdade de visão, só o árbitro é que tinha que ver o jogo certo. O que alinhasse pela nossa vista, claro, e não pela vista do adversário.
E isto é só no futebol?
Nota: A propósito, o cronista do jornal A Bola terminou a crónica dizendo que o Sporting foi o mais prejudicado. E remete sumariamente a explicação para um quadro de 6 fotografias. Em três, o jornalista vê três penaltys, dois contra o Sporting e um contra o Porto. Em duas, vê as razões para a expulsão de dois jogadores do Porto, que foram efectivamente expulsos. Noutra, vê que “aparentemente” não houve falta de um defesa do Sporting na área.
Nota: A propósito, o cronista do jornal A Bola terminou a crónica dizendo que o Sporting foi o mais prejudicado. E remete sumariamente a explicação para um quadro de 6 fotografias. Em três, o jornalista vê três penaltys, dois contra o Sporting e um contra o Porto. Em duas, vê as razões para a expulsão de dois jogadores do Porto, que foram efectivamente expulsos. Noutra, vê que “aparentemente” não houve falta de um defesa do Sporting na área.
Portanto, a prova de que o Sporting foi prejudicado!... Aqui, fui eu atingido pela cegueira, que o jornalista é lúcido na prova!...
9 comentários:
Concordo inteiramente consigo, caro Pinho Cardão.
De facto, tendemos quase todos nas questões "da bola" a ser tendenciosos...
Lembro-me bem de um jogo em que um jogador do Sporting fez uma falta para vermelho directo e não é que os meus colegas da altura - adeptos desse grande clube - justificaram a decisão do árbitro porque em 1972 um jogador do Benfica tinha feito o mesmo e tinha recebido apenas uma cartão amarelo!
São espantosas as justificações que quase todos nós encontramos para justificar o injustificável em questões relacionados com o futebol. Acaba por ser engraçado por um lado e por outro acaba por demonstrar como realmente somos quase todos!
"E isto é só no futebol?"
Claro que não, Pinho Cardão, claro que não.
Há quem veja na manifestação de cento e cinquenta mil professores uma prova de que o sistema de avaliação está completamente errado e a ministra é arrogante e casmurra porque dali não arreda.
Há outros, entre os quais me incluo, que tendo a ministra dito que basta de promoções automáticas que colocam todos os professores no topo, os professores, naturalmente, protestam. É a coisa mais natural deste mundo.
O que não é natural é estar a ministra a fazer o trabalho, um frete necessário, e o PSD a votar contra. Sem perceber que, quando for poder,e se não há avaliações há sempre promoções para todos, vai encontrar só sumidades nas escolas.
Que país é que pode aguentar isto?
De mais mais com resultados miseráveis?
Outra: Quem é que pode aguentar um b(r)anco central que tem 1700 funcionários e só 60 fazem supervisão, a única função residual operacional do tal b(r)anco? O que fazem os outros? Sabes?
Claro que o governador tem opinião contrária. O presidente da associação de bancos diz que também; o actual presidente do bcp (pois, claro) também; e tuti quanto gostam de b(r)anco.
Prefiro tinto.
Por favor lê:
"Há outros, entre os quais me incluo, que compreendem porque tendo a ministra..."
e não o que lá está.
Pois eu cá VI um grande jogo de futebol. Apesar de excesso de Paixão ser motivo de cegueira...
Creio que todos os que assistiram VIRAM.
A única coisa verdadeiramente má foi o resultado.
No "Castelo" de Franz Kafka, o agrimensor "K"
é solicitado por um conde para prestar alguns serviços. "Neste" livro, as personagens muitas vezes desmentem-se ou mostram variadas interpretações de um mesmo fato, o que provoca um clima de confusão.
;))))
-Houve quem visse tudo o que refere, mas julgo que todos viram uma péssima arbitragem. Um árbitro competente não teria permitido metade dos casos, os jogadores tendem a ir aos limites conforme sentem o árbitro, e apesar de ter sido dos melhores jogos da época poderia e deveria ainda ter sido melhor, pela qualidade das equipas, e pela disposição dos jogadores. Bruno Paixão foi mesmo o pior em campo, apesar de tudo recebeu nota positiva. Critérios! Do mal o menos, acabou por não ter influência no resultado, por ter errado em todos os sentidos.
Caro Rui:
Dos 1700 funcionários do Banco de Portugal, provavelmente a maioria é cega e só restam 60 de olho vivo, que são os utilizados na supervisão. Poucos, mas bons, como todos vemos!...
Caro Ferreira de Almeida:
Lamento, mas creio, estou seguro, tenho a certeza, de que o meu amigo está a ver mal, muito mal!...
A única coisa boa do jogo foi a vitórioa do FCPorto...e, vá lá, a primeira parte do Sporting, que também vi...
Caro António de Almeida:
Concordo consigo.
De qualquer forma, o árbitro erra ou acerta consoante prejudique ou beneficie a nossa equipa.
E os dirigentes e treinadores são sempre as pessoas mais capazes, isentas e idóneas para medir e avaliar a arbitral prestação!...
Caro amigo:
Compreendo bem a sua indignação porque também "sofro" desse problema.
No Vitória-SLB o sr Xistra fez uma arbitragem habilidosa,beneficiou o SLB e a imprensa do regime ainda veio dizer que eles,coitadinhos,foram prejudicados.
Em Alvalade o que vi,na televisão,foi um árbitro incompetentissimo que sonegou três grandes penalidades a favôr do Porto e duas favoráveis ao Sporting.
Como podem competições profissionais suportar arbitragens destas ?
Como pode um observador classificar esta arbitragem como boa ?
Penso que mais importante do que contabilizar quem foi mais prejudicado neste jogo é dizer BASTA a isto.
A um futebol sem seriedade,sem vergonha e sem justiça.
Depois admiram-se de as pessoas não irem aos estádios.
Para quê ?
Para pagar bilhete,ver mau futebol,indisciplina inadmissivel dentro do campo e,qual cereja em cima do bolo,assistir a exibições de Xistas e Paixões ?
Para todos os cegos:
"Tenho 48 anos e sou professor do ensino secundário há quase 26. Sou professor titular de Filosofia, não estou sindicalizado, não me recordo de ter faltado ao trabalho, mesmo em dias de greve, e não costumo participar em manifestações – nem sequer participei nas duas últimas grandes manifestações de professores, se bem que tenha pena de não o ter podido fazer. Nunca me passou pela cabeça ter outra actividade profissional, mesmo ganhando mais do que os 1850 euros que, após todos estes anos, recebo no final do mês.
Sei que para ensinar bem os meus alunos tenho de continuar a estudar, a ler e a aprender. Como costuma dizer um amigo meu, Desidério Murcho, para se ensinar bem até à letra C é preciso dominar as matérias até pelo menos à letra M: é preciso um grande à vontade e um bom domínio do que se ensina para se antecipar dificuldades dos alunos, para se responder a dúvidas inesperadas, para se encontrar o exemplo certeiro, para indicar as leituras adequadas, etc. Isto exige uma grande preparação e uma actualização permanente do professor, além de um ambiente de trabalho tranquilo e estimulante. Até porque são as deficiências científicas que originam, na maior parte da vezes, as situações pedagogicamente mais desagradáveis.
Infelizmente, os escassos estímulos que ainda poderiam existir nesse sentido parecem pertencer ao passado. As escolas transformaram-se, de há dois anos para cá, numa balbúrdia constante e num verdadeiro pesadelo burocrático em que ninguém parece entender-se. E, com muita tristeza minha, vejo os livros de filosofia que todas as semanas encomendo na Amazon ou outras livrarias acumular-se sem quase ter tempo para os folhear. Preparar aulas decentemente é algo que também deixei de fazer, caso contrário nem sequer vida familiar poderia ter. Não fosse o caso de os alunos estudarem por um manual que conheço de cor – porque sou um dos seus autores – e as aulas seriam um completo improviso. Comparar o que se tem passado nas escolas nos últimos dois anos com a barafunda gerada com o atraso da colocação de professores no tempo do ministro David Justino é como comparar um episódio infeliz com a própria infelicidade. E o ministro David Justino caiu por causa disso.
Creio poder dizer, sem qualquer exagero nem arrogância, que conheço melhor do que a senhora ministra o que se passa nas escolas, pois há 25 anos que passo a maior parte da minha vida nelas. Ora, nunca, mas mesmo nunca, houve tanta confusão e um ambiente tão pouco adequado ao ensino e à aprendizagem como o que se verifica actualmente.
Perguntar-se-á: o que ando então a fazer o tempo todo para deixar de preparar as minhas aulas como deve ser? A resposta poderia ser dada até pelo meu filho, apesar de ainda ser criança: além das aulas, passo os dias em reuniões intermináveis para entender o sentido do terrorismo legislativo com que se tolhem e intimidam os professores. Na verdade são muito mais as horas que tenho gasto a reunir por causa da avaliação do que com aulas. E o pior ainda nem sequer chegou. Como avaliador de oito colegas, terei de inventar mais 36 horas para assistir a aulas suas, além das reuniões preparatórias que tenho de fazer com cada um deles e dos quilos de papelada para preencher. De resto, na minha escola os professores irão passar o ano a assistir às aulas uns dos outros, pois somos 165 professores, o que dá cerca de 500 aulas assistidas por ano. Além disso, terei de preparar tudo para o meu avaliador – um colega de Economia que não tem culpa de nada e que fará certamente o seu melhor – poder assistir às minhas aulas de Filosofia.
Que o novo modelo de avaliação é inútil e ineficaz já o provou definitivamente, sem o querer, a senhora ministra. Diz ela repetidamente que esta avaliação é absolutamente necessária para a qualidade do ensino e para a melhoria dos resultados. Porém, anunciou com grande pompa ao país que os resultados melhoraram no último ano, o que acabou por ser reforçado com a divulgação dos resultados dos exames nacionais. Só que esta apregoada melhoria da qualidade e dos resultados verificou-se ainda antes de o modelo de avaliação produzir qualquer efeito. Logo, fica provado que a avaliação não é uma condição necessária para a melhoria da qualidade e dos resultados. O que leva então a ministra a dizer que a avaliação é absolutamente necessária?
Os responsáveis pelo actual ministério da educação parecem, talvez inconscientemente, querer pôr em prática o cenário tenebroso descrito por George Orwell em "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro", em que a catadupa de despachos, decretos regulamentares, documentos orientadores, ordens de serviço, instruções superiores, recomendações, etc., frequentemente incoerentes – vale a pena dizer que acumulo em casa mais de mil fotocópias sobre avaliação, que me foram entregues na escola –, são a tradução quase literal do "Big Brother is watching you" da 5 de Outubro. A obsessão do ministério por controlar tudo e todos até ao mais pequeno detalhe está bem patente no modelo de fichas de avaliação que impõe às escolas e aos professores (parece que a ideia é a de que, entre tanta coisa pedagogicamente inane, sempre há-de haver uns quantos aspectos em que o avaliado vai falhar, de modo a não atrapalhar as escassas cotas disponíveis para progressão na carreira). E o mais irónico é que, quando se encontram incoerências e impasses nas instruções oriundas do ministério, a ministra deixa o problema para as próprias escolas com o argumento de que lhes quer dar autonomia na construção dos seus instrumentos de avaliação. Não é, pois, surpreendente que os professores se sintam desorientados, cansados, chantageados e até insultados. Isso acaba naturalmente por se reflectir na sua prática lectiva e os alunos notam bem a diferença quando o professor dá as aulas cansado.
Mas o pior de tudo é que o modelo de avaliação fabricado na 5 de Outubro não vai permitir distinguir os bons dos maus professores, ao contrário do que a senhora ministra alega. Talvez seja até pior do que a completa ausência de avaliação, premiando arbitrariamente alguns dos maus e castigando cegamente muitos dos bons. Se assim não fosse, que razões teriam os bons professores que desfilaram na manifestação de sábado para lá estarem? Ou será que os mais de cem mil são todos maus ou simplesmente estúpidos? Os professores sentem-se compreensivelmente ameaçados porque o modelo, além de burocrático, como convém ao Big Brother, obedece a uma espécie de pensamento único pedagógico: há um dogma pedagógico subjacente a que todos têm de aderir, tal como se emanasse do Ministério da Verdade orwelliano. Esse dogma é o da pedagogia do eduquês: são os resultados a qualquer preço, é a inovação a martelo, são as “estratégias de ensino-aprendizagem” como se o professor fosse o aprendiz (também o é, mas noutro sentido). Enfim, é a avaliação do portfólio e dossiê do professor para ver se ele tem o seu caderno diário em ordem, infantilizando uma actividade em que, pelo contrário, se exige autonomia e auto-confiança.
De resto, não é preciso muita atenção para ser confrontado com essa novilíngua do eduquês que, de há muitos anos para cá, tem caracterizado o Ministério da Verdade. Só que agora passou a ter uma força imparável, pois vai ser a destreza no uso dessa novilíngua a determinar se o professor é dos bons ou dos maus. Esta é, sem dúvida, a avaliação do pior eduquês em todo o seu esplendor. É um enorme passo para a asfixia intelectual dos professores e para a sua menoridade profissional. E é a negação da desejável diversidade pedagógica, transformando os professores em meros instrumentos de uma cadeia de produção em série e impedindo os alunos de se enriquecer no contacto com diferentes estilos e metodologias.
Mas o que realmente importa no desempenho do professor é, respeitando os alunos e os seus direitos, ensinar-lhes e ajudá-los a aprender o que é suposto aprenderem, recorrendo às concepções pedagógicas que muito bem se entender. É relativamente fácil apurar se o professor soube realmente ensinar e se os alunos conseguiram realmente aprender, independentemente da metodologia usada e das concepções pedagógicas em jogo, desde que os seus alunos realizem no final do percurso exames bem concebidos. E se se ponderarem os resultados dos exames comparando-os com a média de cada disciplina nas respectivas escolas, estamos muito próximos de um sistema de avaliação muito mais justo, simples, eficaz e dignificante para todos. Claro que para isso era preciso haver mais exames, além de melhores programas e de mais formação de professores, coisas que não parecem interessar minimamente a senhora ministra.
Assim, tudo indica que quando a senhora ministra afirma totalitariamente que ou se aplica o seu modelo ou não há outro, só pode estar a fazer chantagem, o termo que utiliza para descrever o comportamento dos sindicatos junto dos professores, como se os professores fossem idiotas. A verdade é que neste momento já não são os sindicatos a comandar os professores, mas os professores a empurrar os sindicatos, de tal modo que os próprios sindicatos já não estão em condições de cumprir o acordo assinado há meses com o ministério. De nada serve, portanto, ao primeiro-ministro apontar o dedo ao incumprimento dos sindicatos. Se estes tivessem representado devidamente os professores, nunca teriam de voltar agora atrás com a palavra. Por isso, não vale a pena recorrer a fantasias e negar uma realidade muito crua: a insistência do governo no actual modelo está a degradar como nunca o sistema educativo nacional e a pôr em causa o normal funcionamento das escolas. E esta ministra ficará seguramente na história como a maior desgraça que se abateu nos últimos tempos sobre a educação em Portugal. Isso só ainda não é mais notório porque os efeitos das políticas educativas só se tornam evidentes passados vários anos. Por isso é arrepiante ver a senhora ministra insistir – contra tudo e contra todos os que, em Portugal, já alguma vez revelaram interesse pelas questões da educação – numa teimosia própria de mentes obstinadas e dogmáticas. E é também por isso um imperativo de justiça desobedecer a esta lei arbitrária e injusta, sobre uma questão de tão grande importância. Chama-se a isto desobediência civil e foi isso que fizeram em diferentes circunstâncias Gandi, Luther King, Bertrand Russell e muitas das referências cívicas e culturais do nosso mundo. É ilegítimo não cumprir a lei, diz a senhora ministra sem se aperceber que está a ser redundante. Pois é, é ilegítimo não obedecer à senhora ministra, pois foi ela que fez a lei. Mas terá mesmo de ser.
*Professor titular de Filosofia da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, de Portimão"
in http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1349637, 12/11/2008
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