Segundo noticiou o Expresso, 16 ex-reitores de Universidades enviaram uma carta a Cavaco Silva e a Sócrates apelando no sentido de assegurar a autonomia e o funcionamento regular das Universidades.
Parece que entraram na moda estes apelos de ex-responsáveis. Há dias, foram ex-chefes das Forças Armadas ou dos seus ramos, nomeadamente Loureiro dos Santos, a chamar a atenção para os problemas da tropa; agora, chegou a vez de ex-Reitores Universitários.
Esta chegada dos ex ao activo está a fazer-me alguma espécie.
Não me parece que 16 ex-Reitores tenham tomada uma posição pública, em bloco, de alerta para os problemas das Universidades, com o objectivo de reafirmarem publicamente a sua existência, ou de contestarem a passividade dos seus sucessores, ou de se sobreporem à gestão dos actuais reponsáveis. Não, não me parece.
Pensando no assunto, veio-me à mente aquela célebre frase de Jorge Coelho, “quem se mete com o PS, leva”, lema que o Governo tão bem tem consagrado no seu programa, “quem se mete com o Governo, leva”.
E porque assim é, os nossos Reitores começaram a ter medo de levar e a temer que, na onda, levem também as instituições que representam; prudentemente, delegaram a contestação na voz autorizada dos ex-Reitores, que ficam mais a salvo, não representam as instituições e, pessoalmente, têm menos a perder.
Parece que entraram na moda estes apelos de ex-responsáveis. Há dias, foram ex-chefes das Forças Armadas ou dos seus ramos, nomeadamente Loureiro dos Santos, a chamar a atenção para os problemas da tropa; agora, chegou a vez de ex-Reitores Universitários.
Esta chegada dos ex ao activo está a fazer-me alguma espécie.
Não me parece que 16 ex-Reitores tenham tomada uma posição pública, em bloco, de alerta para os problemas das Universidades, com o objectivo de reafirmarem publicamente a sua existência, ou de contestarem a passividade dos seus sucessores, ou de se sobreporem à gestão dos actuais reponsáveis. Não, não me parece.
Pensando no assunto, veio-me à mente aquela célebre frase de Jorge Coelho, “quem se mete com o PS, leva”, lema que o Governo tão bem tem consagrado no seu programa, “quem se mete com o Governo, leva”.
E porque assim é, os nossos Reitores começaram a ter medo de levar e a temer que, na onda, levem também as instituições que representam; prudentemente, delegaram a contestação na voz autorizada dos ex-Reitores, que ficam mais a salvo, não representam as instituições e, pessoalmente, têm menos a perder.
Triste sinal dos tempos autoritários, estes que vivemos, em que outros têm que tomar a dor de quem se fica pelo temor!...
7 comentários:
Bom, convenhamos que no caso da tropa foi mais o contrário. Foram os militares que ameaçaram o governo. De uma forma absolutamente intolerável, de resto.
Agora que há muito que é notória esta vaga de controlo de tudo quanto é instituição, pública ou privada com poder, seja ele económico, social, mediático ou cultural, lá isso é.
O Ministro Mariano Gago vai, porém, dando a entender - segundo leio num take da Lusa - que os gestores das universidades são incompetentes. Safam-se, porém, uns tantos. Não custa a perceber a que "clube" pertencem esses tantos...
A historia repete-se prezados amigos " Se não és por mim, és contra mim".
Se conseguirmos observer este dilema com "olhos de ver", concluímos com facilidade que aqueles a quem compete decidir e avaliar, se vêm confrontados com o problema da manipulação, como me parece ter sido o caso recente que o Dr. José Mário apontou. Se nos debruçarmos ainda sobre a legitimidade e oportunidade das matérias reivindicadas e as tentarmos enquadrar na realidade social e laboral deste país, não temos tambem dificuldade em as achar exageradas.
Falta portanto em alguns assuntos para os quais são exigidas do nosso governo diferentes soluções e resoluções, sentido crítico e ponderado, ao fim e ao cabo, falta-lhes justeza de argumentos que lhe confiram a veracidade e o direito.
Caro Pinho Cardão, bom dia!
Cá me tens à perna outra vez. Como não tens tempo para ir até ao meu refúgio contrariar-me venho eu até aqui atormentar-te.
Hoje, não para dizer que discordo de ti, aliás está bem observado, sim senhor, o que tenho é que acrescentar alguma coisa.
Tu desculpa-me, mas esta invocação da arrogância e autoritarismo, que agora a cada passo se ouve, cheira-me a impotência.
Já quando o actual PR era PM, e pela primeira vez alguém punha um pouco de ordem no nosso atávico modo rasca do desenrasca, começou uma chiadeira dos demónios por todo o lado clamando contar a arrogância do homem.
É assim: Um país que, colectivamente, se acobardou perante um ditador de polainitos, de repente comprou todas as mais amplas liberdades dos amanhãs que cantam e pensa que nos governamos bem se todos mandarem ao mesmo tempo.
E todos a mamarem do Estado sem se cuidar como alimentar o animal.
Tem vindo ração do exterior em quantidades consideráveis, mas o exterior já olhou para a conta e concluiu que já devemos mais ração do que produzimos de bife. O que, provavelmente, poderá conduzir a dificuldades crescentes na compra de ração no futuro.
Ora é isto que, dos sargentos aos ex-sargentos, dos generais aos ex-genarais, dos reitores aos ex-reitores, sem querer alongar a lista de activos e reformados, não parece ainda ser conhecido: o celeiro está cada vez mais vazio, ainda que, como no tempo de Deuladeu Martins, recentemente tenham atirado pelas ameias tanta guita que até parece ter nascido uma fonte lá dentro.
Não nasceu, como bem sabes.
Tudo isto para dizer que seria bom que alguém dissesse à tropa que a guerra colonial já lá vai há 34 anos, e que de tropa deveríamos reduzir o contingente para metade e ainda sobrava tropa. Nessas condições, as rações poderiam ser melhoradas.
Quanto aos reitores, a coisa fia mais fino. Mas não parece haver alternativa senão retirar a ideia que o ensino universitário tem de ser tendencialmente gratuito.
Enquanto as universidades estiverem encostadas do modo que estão ao orçamento do estado, é para mim muito óbvio que cada vez estarão mais derrubadas.
O ensino universitário público deveria ser pago pelo preço de custo, salvo os casos de demonstrada capacidade intelectual em manifesta incapacidade financeira.
É isto, meu caro, que queria dizer-te a propósito deste teu post.
Quanto ao papão, já lá vai o tempo em que as crianças acreditavam no homem do saco. Estamos na União Europeia, Pinho Cardão. Ainda que os ousados ex-generais e os tímidos generais não pareçam ter percebido ainda isso.
Os reitores e os ex-reitores perceberam, certamente, mas continuam a não perceber que a universidade há muito que deveria ter deixado de ser um marco obsoleto do corporativismo salazarista.
O tema é polémico, mas acho o comentário do caro Rui Fonseca muito pertinente e por isso subscrevo-o, com a devida permissão.
Será que o famoso ex-Reitor da U.Porto Novais Barbosa também cometeu a ousadia de subscrever tão subversivo manifesto, Pinho Cardão?
Teremos que lhe recomendar maior prudência, para que não venha a ser acusado de acto que atenta contra a segurança do Estado...
Meus Caros:
O meu post não era sobre a razão ou a não razão da tomada de posição dos ex-reitores.
O meu post apenas traduziu um sentimento de estranheza sobre esta onda de tomada de posições de vários "ex". Não pretendia mais do que isso, muito menos opinar ou tomar partido sobre as questões referentes às Universidades. Isso é outra discussão, decisiva, mas é outra.
Cato TMoreira:
De facto, ao que vi, o "nosso" Ex-Reitor Novais Barbosa também cometeu a ousadia de contestar. Conviria, como dizes, recomendar-lhe alguma prudência. Mas também creio que se alguém o invectivasse frente a frente, teria a resposta adequada. Frente a frente!...
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