No dia 1.000.000 do 4R, só me apetecia dizer bem, calar críticas, festejar. Todavia, a intenção quase sossobrou, quando tive o azar de ter ler no Diário Digital que apenas 32 Deputados estavam hoje presentes na Assembleia da República quando, às 9h 40m., Jaime Gama iniciou a sessão e começou a ler a mensagem presidencial sobre o regime jurídico do divórcio. E que às 9h 50m ainda eram menos de 50 os parlamentares presentes. Mas não, resisti e até me apresento a desculpar os nossos representantes. Por várias razões.
A primeira, porque hora tão matutina é imprópria para os deputados. Só se justifica em ocasioes excepcionais, como aconteceu há anos, quando foram convocados por Belmiro de Azevedo para as 8 horas da madrugada, pois era a única hora disponível que o ilustre empresário tinha para ser ouvido no Parlamento. E Jaime Gama não tem, obviamente, os poderes de Belmiro!...
A segunda, porque se a actividade de lançamento do peso é tarefa que só deve ser feita da parte da tarde, porque de manhã é na caminha, como bem teorizou o nosso lançador olímpico Marco Fortes, a actividade mais relevante de muitos deputados, de lançamento de frechada sobre o adversário, com maioria de razão, não se compadece com horários tão madrugadores.
A terceira, porque, na véspera, o dia foi dedicado a tais lançamentos na arena do Orçamento e do BPN, que deixou os deputados exaustos e alguns muito mal feridos e a perder abundante sangue.
Asim, se alguém deve ser criticado não são os Deputados faltosos. Quem veementemente deve ser criticado é Jaime Gama, pelo desaforo de marcar a sessão para as 9h30m da madrugada!...E devem ser censurados com igual veemência os 35 deputados presentes, por falta de solidariedade pelos restantes 195.
Como se vê, critiquei apenas 34 e o Presidente, esses fautores da anarquia mansa que, neste meio de impulsivos meridionais, se manifesta muitas vezes pela indisciplina em baixo e pela desunião em cima...retratada por Anselmo de Andrade, como se vê tão característica desta III República e que deu origem ao 1º post do 4R, Quarta República. Vamos a ela!...
Nota: Título inicial, Gosto muito dos nossos deputados, alterado.
8 comentários:
Caro Pinho Cardão, não querendo de forma alguma desculpar os deputados pela sua falta - muito longe disso, aliás - não posso senão compreende-los. É que eu sou um daqueles para quem as manhãs são um momento muito dificil e penoso do dia. Toda a vida sempre tentei o mais possivel trabalhar pela tarde e noite fora, organizando o meu dia de forma a poder faze-lo. Acordar de manhã só quando de todo em todo não posso evitar. Mas, bom, quando tem que ser é e acabou.
Como resolver o problema dos deputados adeptos da salutar máxima postulada pelo nosso atleta em Pequim de que de manhã, na caminha é que é bom? Muito simples. As sessões da AR passam a funcionar entre as 14 e as 19 e entre as 20 e as 23. Resolver-se-iam imensos problemas!!!
Saudações cordiais dum convicto adepto das manhãs de sono!
Desta vez têm desculpa, tiveram que digerir a argumentação do engº Sócrates sobre a “crise que veio a galope ter connosco” !? Só o meu merceeiro é que já se tinha apercebido da crise há muito tempo… Como diz uma amiga minha, não há coiso que aguente com ele!
O debate na véspera foi emocionante, caro Pinho Cardão, como aqui tão sugestivamente refere. Assim, percebe-se bem o atraso matutino, espera-se que já tivesse todos lido devidamente a mensagem presidencial! Além disso, concordo com o caro Zuricher, é uma questão de ritmo biológico, não digo as manhãs todas, como sonhava o nosso atleta, mas as madrugadas são uma rude prova de resistência!
Será possível que os 32 deputados madrugadores, não tenham tido ainda conhecimento que já entrámos no horário de inverno?
É! Foi dia 26 de Outubro às 2 horas da manhã, passando a ser 1 hora. A minha grande dúvida é: Se fossemos sempre mudando de fuso horário, será que nos manteríamos infinitamente na mesma hora?
E se mudássemos de fuso, em menos de sessenta minutos, será que retrocederíamos no tempo?
Não sei se esta pode ser a solução para a crise!?
Ah pois... esquecime das palavras do Sr. Socrates... é que não ha crise nenhuma, que distracção.
Caro Dr. Pinho Cardão
Os nossos Deputados também têm direito a andar cansados, não é? No dia anterior ficaram exaustos com o debate do orçamento e hoje o dia prometia. Temos que ser compreensivos...
Caro Pinho Cardão,
O meu caro, com essas críticas, pode estar a provocar enormes prejuízos ao país. Uma análise, que não precisa de ser muito apurada, revelará que quanto mais a AR "produz", maiores são os prejuízos para o país.
Assim, temos que convencer esses 34 mais voluntariosos a fazer outras coisas. Pagamos-lhes o ordenado na mesma, desde que estejam quietos em casa.
Caro Tonibler:
Há uma alternativa menos arrojada, mas que preserva os valores da democracia: um Parlamento com 34 Deputados mais um Presidente, em vez dos 230!...
Ao ficarmos só com 34 Deputados corremos o risco de aumentarmos o número dos subsídio-dependentes...
Pois se os homens gostam de xonar de manhão, qual é o patrão que vai nisso?
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