A questão das infecções hospitalares regista uma dimensão especialmente grave em Portugal. Temos uma prevalência de 10,5%, que é o dobro da que se verifica nos países europeus.
Refere o Relatório do Estudo "Um Futuro para a Saúde", financiado pela Fundação Gulbenkian, que Portugal gasta 280 milhões de euros por ano com as infecções hospitalares. Há, portanto, muito para poupar em recursos públicos, sem dúvida.
Mas o mais importante são as vidas que se ganham e as complicações de saúde que se evitam e é o sofrimento que se poupa aos doentes e às famílias. A ceifa de vidas por causa das infecções hospitalares é um verdadeiro flagelo. Um doente entra num hospital para resolver um problema de saúde e acaba vítima de uma infecção que poderia ser evitada se algumas práticas de higiene e de medicina fossem alteradas.
Há muitos anos que sabemos que há muito para melhorar na adopção de coisas tão básicas como lavar as mãos e usar luvas. É incompreensível que estejamos tão atrasados neste domínio. Tão desenvolvidos numas coisas mas tão atrasados noutras!
Agora, a Fundação Gulbenkian vai financiar um programa de redução da infecção hospitalar - "Stop Infecção Hospitalar!" - ao qual se candidataram doze hospitais. O objectivo é reduzir em três anos 50% dos actuais níveis. Enfim, abre-se aqui uma janela de grande expectativa e de oportunidade para quebrar a “resistência à mudança”...
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