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sábado, 12 de dezembro de 2015

"Debt and Demographic Debt Spirals"

O declínio demográfico de Portugal, provocado pelas acentuadas baixas taxas de fecundidade que se registam desde os anos 80, coloca um problema de capacidade económica para fazer face à sustentabilidade das dívidas, explícita e implícita, designadamente a sustentabilidade do sistema de pensões tal como o conhecemos hoje. 
A redução da população total é acompanhada por um decréscimo da população activa. O nível de emigração a que temos assistido nos últimos anos, que atinge particularmente as gerações mais novas, contribui para agravar a redução da população activa.
Paul Krugman está em Portugal para participar na conferência que se realiza amanhã de homenagem ao Dr. José Silva Lopes. Neste artigo "Debt and Demographic Debt Spirals" - que dedica hoje a Portugal - aborda a correlação que se estabelece entre o crescimento das dívidas e o declínio demográfico. Com efeito, num país em que a população activa está a decrescer é pertinente que nos questionemos sobre a sua capacidade económica presente e futura para fazer face as dívidas, a actual e a prometida.

12 comentários:

mensagensnanett disse...

-> Muitas mulheres heterossexuais não querem ter o trabalho de criar filhos... querem 'gozar' a vida; etc;
-> Muitos homens heterossexuais não querem ter o trabalho de criar filhos... querem 'gozar' a vida; etc;
-> CONCLUINDO: é uma riqueza que as sociedades/regiões não podem deixar de aproveitar - a existência de pessoas (homossexuais ou heterossexuais) com disponibilidade para criar/educar crianças.
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---> Já há mais de dez anos (comecei nos fóruns clix e sapo) que venho divulgando algo que, embora seja politicamente incorrecto, é, no entanto, óbvio:
- Promover a Monoparentalidade - sem 'beliscar' a Parentalidade Tradicional (e vice-versa) - é EVOLUÇÃO NATURAL DAS SOCIEDADES TRADICIONALMENTE MONOGÂMICAS...
{ver blogs http://tabusexo.blogspot.com/ e http://existeestedireito.blogspot.pt/}
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P.S.
Bandalheira: pessoal que não se preocupa com a construção duma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher)... critica a repressão dos Direitos das mulheres... todavia, em simultâneo, para cúmulo, defende que... se deve aproveitar a 'boa produção' demográfica proveniente de determinados países [nota: 'boa produção' essa... que foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres - ex: islâmicos]... para resolver o deficit demográfico na Europa!?!?!
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P.S.2.
Direitos que aqui o je já vem divulgando há alguns anos:
1- O Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones : ver blog "http://separatismo--50--50.blogspot.com/".
2- O Direito à Monoparentalidade em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas: ver blog "http://tabusexo.blogspot.com/".
3- O Direito ao Veto de quem Paga: ver blog "http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/".

Rui Fonseca disse...


Cara Margarida C. Aguiar,

Também a mim me suscitou um comentário o artigo de Krugman, como observou.
É matéria de abordagem de largo espectro.
Conto voltar amanhã com mais tempo.

Bartolomeu disse...

Cara Drª Margarida,
Não compreendo a lógica do binómio que situa a causa do problema de "incapacidade económica para fazer face à sustentabilidade das dívidas", no "declínio demográfico de Portugal". Digo isto porque não me parece que neste momento, a produção nacional esteja condicionada pela falta de mão-de-obra e por conseguinte, se essa mão-de-obra desempregada passar a fazer parte de um processo de produção, teremos certamente um inversão no declínio demográfico. No que diz respeito à sustentabilidade do sistema de pensões tal como o conhecemos hoje... tenho dúvidas que não hexista a possibilidade de executar uma reforma deste sistema, que o torne sustentável, dependente não só das receitas do trabalho, mas sobretudo de uma gestão adequada dos recursos e dos Organismos que os tutelam.
Além do mais, sabemos perfeitamente que esté débito de população activa atualmente registado se fica a dever também, em grande parte, à saída para outros países de trabalhadores que em Portugal não encontram emprego.
Não conheço as taxas de fecundidade, não sei sequer se existe um estudo científico, fundamentado, capaz de precisar a quantidade e o género dos infecundos portugueses. Mas tenho a certeza (empírica) que o menor número de nascimentos se deve a um conjunto de factores, sendo que um deles, talvez o mais determinante, a falta de esperança das novas gerações, na viabilidade deste país, por via dos consecutivos desgovernos que temos tido.

Asam disse...

Krugman vê um gráfico referente a Portugal e discorre sobre o tema como se soubesse alguma coisa em concreto sobre a realidade nacional. Sempre que fala de Portugal está errado, diz asneiras de quem não sabe do que fala. Os amigos de que fala o senhor fala devem incluir gente pouco recomendável como o boaventura SS, a catarina e outros da mesma laia, ou de desonestidade intelectual idêntica. Por isso, evito perder demasiado tempo a ler o que diz. Lerei os comentários aqui.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Estimado Rui Fonseca
A sua reflexão "VOLTANDO A KRUGMAN" (aqui: http://aliastu.blogspot.pt/2015/12/voltando-krugman.html) suscitou-me a seguinte nota adicional, que também coloquei no ALIÁS:

"No caso de Portugal os défices demográficos são estruturais. O desemprego e a emigração são fenómenos que em economias débeis como a nossa crescem em conjunturas desfavoráveis, de que é exemplo o período que se iniciou em 2008 e que não se vislumbra quando vai acabar. Desemprego e emigração andam juntos. Krugman chama a atenção que o desemprego gera emigração e a emigração, por sua vez, gera desemprego. Esta espiral negativa contribui para aprofundar os défices demográficos. Com cada vez menos população activa, não sendo pela produtividade, como pode o país satisfazer a dívida explícita e a dívida implícita. Nesta última inclui-se a dívida do sistema de pensões. Com um maior bolo de dívida para pagar e com um menor número de contribuintes para a satisfazer, continuar a prometer benefícios que no futuro não são sustentáveis face à riqueza gerada não é uma solução. Não é uma questão de optar entre repartição ou capitalização. É, a meu ver, uma questão de mudança de paradigma. Repartição, sim, mas reparte-se o que há para repartir. É a única forma de garantir equidade entre gerações e impedir a geração de mais dívida. Tem outras vantagens, como por exemplo a transparência, mas é assunto para outra reflexão."

Asam disse...

Para não ser acusado de falar sem ter lido. Resolvi, mais uma vez, ler as asneiras daquilo que se pode chamar um vendedor de banha da cobra.
Citação 1:
"Start with a high level of debt, explicit and implicit. If the work force falls through emigration, servicing this debt will require higher taxes on those who remain, which could lead to more emigration, and so on."

Seguidamente a explicação. Citação 2:
"How realistic is this possibility? It obviously depends on having a sufficiently large burden of debt and other mandatory expenditure. It also depends on the elasticity of the working-age population to the tax burden, which in turn will depend both on the underlying economics — is there a strongly downward-sloping demand for labor, or is it highly elastic? — and on things like the willingness of workers to move, which may depend on culture and language."

Depois salta para a moeda (não sou economista) e relaciona o problema anterior com a moeda. Tudo com uma segurança e uma certeza própria de quem sabe tudo.
Mas saberá?

Se sabe, pelo menos o raciocínio é fraco. Pelas duas citações assume que a emigração é irreversível e não tem qualquer retorno para o país de origem. Isto é, remove sem justificação pelo menos estas duas variáveis da equação.

A partir daqui tudo o o que escreve e que tem alguma relação com essa afirmação para a ser de validade dúbia. Com a "futurologia" perto do final "But it sets things up for longer-run deterioration."
Seria necessária uma análise aprofundada e não uma feita à pressa e irresponsável sob o efeito de jet-lag.
Não digo que os assuntos não possam ser relacionados, mas não assim.
Depois queixamo-nos que a extrema esquerda, ignorante e oportunista como é, use este cavalheiro para lhes dar razão.

Rui Fonseca disse...


Muitíssimo obrigado, Estimada Margarida C. de Aguiar, pelo seu contributo.

Concordo plenamente, e reconheço que o meu texto pode, por incompleto, suscitar dúvidas quanto à interpretação que fiz do artigo de Krugman. Eu não supunha tê-lo editado quando fui compelido a interromper a redacção por obrigações familiares. E só agora voltámos a casa.

Faltou-me, pelo menos, afirmar que nada do que escrevi tinha a presunção de contrariar Krugman: é por demais evidente, e eu tinha até transcrito essa parte na minha nota anterior, que a redução da população activa ameaça a capacidade do Estado solver os seus compromissos quer na ordem interna quer na externa.

O que pretendi salientar foi o facto de Portugal enfrentar uma crise estrutural potenciada por uma prática irresponsável de importação de crédito nos dez anos que antecederam a intervenção da troica. Que levou, inclusivamente, que se invertesse durante alguns anos o saldo do fluxo migratório.

Se não tivesse existido essa prática de embriaguez de crédito, os efeitos da crise conjuntural ter-se-iam contido dentro de limites controláveis, o desemprego não teria atingido os valores que atingiu, a emigração teria sido menos dramática, a dívida, pública e privada, seria muito menor.

Vou agora colocar o aditamento que faltou, renovando os meus agradecimentos pelo seu contributo.

Unknown disse...

Alberto Sampaio disse...

Concordo com o que diz.

Só faltava ter citações de tamanha burrice:

-> daqui a uns anos temos o Centeno a ser citado aqui.

Unknown disse...

Algumas das Ideias que este senhor produziu:

-> o 11 de Setembro foi bom para a economia! Que acreditar que procure se instruir com a explicação anti-kenesiana da "janela Partida".

-> que Portugal devia pedir a reestruturação da divida. (neste caso vai ser bem sucedido - tem lá o centeno)

-> é a favor do estimulo da economia pela compra de divida pública, o que vai gerar perda do poder de compra e enfraquece o sistema financeiro.


nem vou comentar mais nada:

Apenas digo que este Nobel foi pelo seu trabalho numa teoria sobre microeconomia.

Não foi Nobel por teoria macroeconómica.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Não creio que o decínio demográfico - motivado pelo fenómeno das baixas de natalidade que teima em se manter - se inverta com a absorção do desemprego. Uma parte significativa da nossa população activa desempregada é pouco qualificada.
Há vários factores que concorrem para explicar as baixas taxas de fecundidade. A falta de esperança num futuro risonho é o resultado da conjugação desses factores entre os quais encontramos a falta de oportunidades de trabalho e de carreiras profissionais que valorizem o mérito, a falta de políticas que promovam e protejam as famílias, designadamente, as crianças.
Há alguns estudos sobre a fecundidade portuguesa que lhe poderão interessar. Os estudos nesta área não abundam. Sinal de que não damos a devida importância ao tema. Há um inquérito do INE que vale a pena ler. Vou procurar o link e coloco mais tarde num comentário.
Quanto ao sistema de pensões as resistências para o reformar são enormes. É mais fácil politicamente ir fazendo remendos e empurrar com a "barriga" para a frente. E será cada vez mais difícil fazê-lo quando a população de pensionistas está a crescer e o seu peso eleitoral será cada vez mais importante.
Caro Rui Fonseca
A "embriaguez do crédito" que refere teve consequências ampliadas no nosso caso porque a nossa economia é fraca e as taxas de poupança e de investimento são baixas.
A redução da poulação activa é muito preocupante. As projecções quer do INE quer da Comissão Europeia apontam para variações até 2060 de, em números redondos, 2 milhões de pessoas. Não é apenas a perda, é a inversão da pirâmide. Estes movimentos já estão a acontecer. Portugal perdeu, segundo o INE, na década de 2000, 500 mil jovens. A perda de população está a transformar-se num problema estrutural.
Obrigada pela troca de impressões.

Unknown disse...

Krugman’s commentary on the Paris attacks, assessing whether there might be good economic effects from the terrorist attack if the French government spends enough money in response.

Como é que gastar dinheiro em atividades de segurança, é melhor que investir dinheiro em bens e serviços de consumo?

Só alguém que não sabe de economia, nem o Mestre [dele] Keynes, é tão incauto em dizer uma besteira destas

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Deixo-lhe o link de um texto que publiquei aqui no 4R sobre a natalidade que inclui um link para o inquérito da fecundidade realizado pelo INE:

http://quartarepublica.blogspot.pt/2014/06/natalidade-nos-minimos-alarmes-nos.html

Espero que lhe seja útil. Boas leituras.