"...Faz um ano, o gestor do PS apresentou aos portugueses, com o suporte da “autoridade” dos ilustrados consultores que o elaboraram, um macro plano de reestruturação da economia e das finanças do país, de modo a conseguir o crescimento da produção...., a diminuição dos prejuízos, no caso do défice, e o fim da austeridade. O que seria excelente, não fora o plano baseado em pressupostos que escapavam ao seu controle, mas que um afinado power-point considerou jeitosos para consubstanciar um modelo inovador capaz de colocar, de uma penada, o país a crescer, a dívida a diminuir, o défice a definhar, a austeridade a acabar. Crescimentos das exportações a 5,9% e do investimento a 7,8% vinham mesmo a calhar...Claro que qualquer observador sensato e autoridades independentes, nacionais e internacionais, verificaram que os pressupostos, para além de incontroláveis, eram incapazes de produzir os resultados previstos.
O que se confirma no “crescimento” da produção, que andará abaixo de 1%, efeito de pressupostos irrealizáveis, com a receita fiscal a crescer o triplo do produto, aumentando a carga tributária e estagnando consumo e investimento, a despesa a aumentar, o investimento público a cair para compensar o aumento dos funcionários e o fim do IVA da restauração. As exportações de 2016 apresentaram o valor mais baixo desde 2009, enquanto a dívida atingiu o valor mais alto de sempre.
Numa democracia de qualidade... o plano político e económico da geringonça, padecendo do síndroma do stick de hóquei...seria rejeitado no Parlamento... Ao contrário, ofereceram-no como presente à geringonça, que teima em manter pressupostos e modelo.
E cá estamos todos a aguentar as stickadas, máximos na dívida, zero na economia.
PS: Para compreender a analogia do stick, ler o meu artigo, A Geringonça e o stick de hóquei.
4 comentários:
Pois, e a alternativa é. . .
Ilustre António,
Tens muita razão.
É com os pressuspostos que se constroem as conclusões pretendidas.
Foi assim que se fizeram muitos investimentos, públicos e privados, para gozo dos empreiteiros, dos políticos e de vários banqueiros e caixeiros. Com tantos desmandos da tripla ganância a dívida pública continua incontrolada. O Banco de Portugal divulgou hoje que subiu em Julho mais de 800 milhões de euros.
Este governo acabará por tropeçar nas ilusões com que se montou.
É uma questão de tempo, talvez mais cedo que o Presidente da República desejaria.
Mas não se dê por terminado o que ainda não acabou.
Em 2016, provavelmente, as exportações apresentarão o valor mais baixo desde 2009. Mas ainda falta um quadrimestre e, em quatro meses, talvez as vacas acabem por levantar voo.
Muito bom artigo
Caro Carlos Sério:
Gostei. O meu amigo já desiste de contestar, o que é sinal de inteligência. Quanto à alternativa? Bom, até apetece rememorar o Titirica: pior do que está não fica...
Caro Rui:
Fico satisfeito com a tua concordância. E, ainda bem, estás um verdadeiro optimista. Por mim, infelizmente, não consigo acreditar que as vacas voem, muito menos em 4 meses...
Caro Henrique Pereira dos Santos:
Muito obrigado. Por mim, também apreciei muito os seus artigos sobre os incêndios.
Enviar um comentário